BCE coloca pé no travão e faz uma pausa na subida dos juros pela primeira vez em 15 meses

Após um ciclo de dez subidas consecutivas das taxas de juro, o Banco Central Europeu decidiu fazer uma pausa e manter as taxas diretoras inalteradas.

Ao fim de dez subidas consecutivas das taxas de juro ao longo dos últimos 15 meses, que encareceram o preço do euro em 450 pontos base, o Banco Central Europeu (BCE) decidiu fazer uma pausa e manter inalteradas as taxas diretoras do euro.

A decisão não foi uma surpresa para o mercado, que já antecipava esta decisão por parte do Conselho de governadores do BCE, numa altura em que a taxa de inflação na Zona Euro está a abrandar e os receios de uma recessão no espaço da moeda única estão bem presentes.

Desta forma, a taxa de juro de facilidade permanente de depósito mantém-se nos 4%, e as taxas de juro aplicável às operações principais de refinanciamento e as taxas de juro aplicáveis à facilidade permanente de cedência de liquidez permanecem nos 4,50% e 4,75%, respetivamente.

Com base na sua atual avaliação, o Conselho do BCE considera que, para trazer a inflação para o objetivo de médio prazo de 2%, “as taxas de juro diretoras estão em níveis que, se forem mantidos por um período suficientemente longo, darão um contributo substancial para esse fim”, refere o BCE em comunicado.

De acordo com a avaliação do BCE, “a informação que tem vindo a ser disponibilizada confirmou amplamente a anterior avaliação das perspetivas de inflação a médio prazo“, sublinhando que “a inflação desceu consideravelmente em setembro, incluindo devido a fortes efeitos de base, e a maioria das medidas da inflação subjacente continuou a abrandar”.

Todavia, a autoridade monetária da Zona Euro destaca que “ainda se espera que a inflação permaneça demasiado elevada durante demasiado tempo, e as pressões internas sobre os preços permanecem fortes“.

Além de manter as taxas diretoras inalteradas, o Conselho do BCE decidiu também manter tudo na mesma em relação à carteira do programa de compra de ativos (asset purchase programme – APP) e ao ao programa de compra de ativos devido a emergência pandémica (pandemic emergency purchase programme – PEPP).

Segundo o BCE, a carteira do APP está “a diminuir a um ritmo comedido e previsível, dado que o Eurosistema deixou de reinvestir os pagamentos de capital de títulos vincendos”, enquanto o conselho do BCE voltou a reforçar a sua intenção de reinvestir os pagamentos de capital dos títulos vincendos adquiridos no contexto do PEPP até, pelo menos, ao final de 2024. “Seja como for, a futura descontinuação gradual da carteira do PEPP será gerida de modo a evitar interferências com a orientação de política monetária apropriada”, lê-se no comunicado.

Sobre as operações de refinanciamento, o BCE refere que, “como os bancos estão a reembolsar os montantes dos empréstimos obtidos no contexto das operações de refinanciamento de prazo alargado direcionadas, o conselho do BCE avaliará regularmente a forma como estas operações e a continuação do reembolso das mesmas estão a contribuir para a sua orientação da política monetária”.

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