Corticeira Amorim perde a cada nove anos 15% da produção de sobreiros

Gigante da cortiça alerta que as alterações climáticas e o desinvestimento dos produtores têm levado a uma perda de rentabilidade. "Se o produtor não tem rendimentos, não vai investir na exploração".

O CEO da Corticeira Amorim considera que a floresta do sobreiro é cada vez menos rentável, sendo penalizada tanto pelo agravamento das alterações climáticas como pelo desinvestimento da parte dos produtores. Segundo António Amorim, a gigante da cortiça portuguesa sai penalizada desta realidade, registando, todas as décadas, um decréscimo de 15% na produção.

O sobreiro é cada vez menos rentável porque a cada ciclo de nove anos perdemos 15% de produção“, referiu o responsável durante a sua intervenção no fórum de sustentabilidade organizado pela The Navigator Company, esta quarta-feira, em Lisboa.

Para António Amorim, o envelhecimento dos montados, as alterações climáticas e a perda de densidade, em paralelo com doenças, pragas e pressão urbanística “coloca as árvores sobre pressão climática“.

Segundo o responsável, estes fatores “têm prejudicado, e muito, o rendimento do produtor florestal”. “E, se o produtor não tem rendimento, não tem economia aplicada à sua exploração, não vai investir nessa espécie”, alerta António Rios de Amorim. Para o CEO da corticeira é necessário serem desenvolvidos “novos modelos que venham reforçar a rentabilidade para que o produtor venha interessar se pelo desenvolvimento dessa espécie”.

A intervenção de Amorim surge depois do apelo lançado pelo CEO da Navigator, que considera que no que toca aos três pilares da sustentabilidade — social, económico e ambiental — o económico deve ser aquele que surge primeiro lugar, argumentando que “sem esse, não há aspeto ambiental nem o social”.

“Temos que ter cuidado com uma corrente europeia, influenciada por portugueses, que defende que o pilar ambiental sobrepõe-se aos outros”, referiu na sua intervenção inicial, alertando que essa realidade “é muito perigosa”.

“Não há sustentabilidade sem os três pilares, e o económico tem que estar antes dos outros. Não é mais importante, mas tem que estar antes porque sem esse, não há ambiental e social”, sublinhou.

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