“Não vemos stress” no incumprimento por causa da subida dos juros, diz CEO do Novobanco
Banco espera melhoria do rating tendo em conta o desempenho este ano. CEO Mark Bourke diz que “vale a pena explorar” fim do acordo com Fundo de Resolução antes do prazo.
“Não vemos nada, não vemos stress” no incumprimento do crédito por conta da subida das taxas de juro, assegurou o CEO do Novobanco, Mark Bourke, quando questionado pelos analistas sobre se antecipa um aumento do malparado no próximo ano. O banco espera que o “forte desempenho” se traduza numa melhoria do rating para um grau de investimento. E considera que “vale a pena explorar” o fim do acordo de capital contingente (CCA) com o Fundo de Resolução antes do fim do prazo, em 2025.
Segundo avançou aos analistas, o repricing da carteira de empréstimos já está praticamente concluído, com exceção dos créditos da casa com Euribor a 12 meses, que está por terminar. Até agora, os indicadores de aviso prévio não dão sinais de dificuldades. “Não vemos nada, não vemos stress na carteira, na formação de NPL [non performing loans]. Os níveis estão muito em baixo”, referiu Mark Bourke na conferência com os analistas. O banco baixou o rácio de NPL para 4,2% em setembro.
Ainda assim, o gestor de origem irlandesa, que sucedeu a António Ramalho, diz que é um “ponto de interrogação”, introduzindo variáveis como a evolução da economia e do mercado de trabalho para dizer que está a contar com um cenário “benigno”.
Noutro tema, Mark Bourke considerou que “vale a pena explorar” o fim do CCA antes do prazo que está previsto, mas lembrou que os vários intervenientes neste processo têm de chegar a um entendimento, designadamente os acionistas Lone Star (75%) e Fundo de Resolução (13%).
“Para o banco, quanto mais rapidamente pudermos pagar dividendos e normalizar o balanço (…) é um [melhor] resultado para o banco”, apontou. Recentemente, em entrevista ao Jornal de Negócios, o presidente do Fundo de Resolução também admitiu o interesse em acabar com esse contrato mais cedo.
Mark Bourke não escondeu o otimismo em relação ao rating do Novobanco. Se as agências tivessem em conta os atuais números do banco, a instituição financeira já estaria num patamar de investimento, de acordo com a instituição. “Espero que eles estejam a ver esta conferência”, disse o irlandês, entre risos.
O banco chegou a setembro com um lucro recorde de 640 milhões de euros, um aumento de quase 50% face ao mesmo período do ano passado. “Foi um trimestre forte, de forte rentabilidade e geração de capital”, disse Bourke logo no início da conferência.
Por conta disso, o banco reviu (mais uma vez) em alta a meta para a geração de capital, dos 350 pontos base para mais de 400 pontos base, o que se irá refletir num reforço dos rácios de capital da instituição no final do ano.
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