Patrões reagem a demissão de Costa. Pedem “serenidade e foco na economia”

As empresas apreciam estabilidade, mas o atual momento não o permite, salientam patrões. Pedem, ainda assim, serenidade e foco no crescimento da economia.

Portugal está novamente em crise política. Em declarações ao ECO em reação à demissão do primeiro-ministro, as confederações patronais pedem “serenidade” neste momento e “foco no crescimento da economia“, mesmo que Marcelo Rebelo de Sousa venha a dissolver o Parlamento e o país fique por alguns meses com um Governo de gestão.

“Fomos surpreendidos. A nossa reação é de passar alguma serenidade e o foco será sempre o de erguer a economia“, sublinha o presidente da Confederação Empresarial de Portugal (CIP), Armindo Monteiro.

Depois de ter tomado conhecimento de que é visado numa investigação em torno dos negócios do lítio e do hidrogénio verde, António Costa decidiu apresentar esta tarde o seu pedido de demissão do cargo de primeiro-ministro, que foi aceite pelo Chefe de Estado.

Só na quinta-feira é que Marcelo Rebelo de Sousa revelará, contudo, se pretende dissolver o Parlamento, antecipando as eleições, ou não, abrindo a porta a que se forme um novo Governo.

Mesmo que o Presidente da República decida levar o país para eleições, Armindo Monteiro entende que o Governo teria condições para dar centralidade à economia, avisando que é importante que o trabalho em torno do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) e dos demais fundos europeus continua a acontecer. “Seria terrível que o Estado pura e simplesmente deixasse de funcionar“, alerta.

Ao ECO, o “patrão dos patrões” reconhece que não ter um Orçamento do Estado para 2024 é negativo, mas assinala que é preciso “transformar este momento numa oportunidade para promover o crescimento da economia nacional“. Ou seja, depois deste momento de crise, é preciso ter “muito mais energia e muito mais foco no crescimento económico“, detalha.

Por sua vez, João Vieira Lopes, presidente da Confederação do Comércio e Serviços de Portugal (CCP) e porta-voz do Conselho Nacional das Confederações Patronais (CNCP), salienta que “as empresas gostam de previsibilidade e estabilidade“, enquanto estas situações causam sempre instabilidade. “Mas fazem parte do sistema democrático“, observa.

O responsável prevê ainda que o cenário mais provável é o país ir para eleições, na medida em que historicamente Marcelo Rebelo de Sousa vinculou a maioria absoluta do PS a António Costa.

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