PAN critica Centeno por usar “camisola PS”, Livre e PCP desvalorizam polémica

Enquanto o PAN critica a posição do governador do Banco de Portugal, o Livre apela a ponderação dos partidos para não acrescentar à crise política uma crise financeira. PCP desvaloriza polémica.

A polémica à volta de Mário Centeno e a proposta para ser primeiro-ministro continua a motivar críticas, desta vez pela parte do PAN. Inês Sousa Real reitera que Centeno “não consegue despir a camisola do PS” e indica que o governador do Banco de Portugal deve “ponderar se tem condições” para continuar no cargo. Já o Livre apela a que não se adicione à crise política uma crise financeira, apontando que “não devemos dar passos para que o país se encontre despido de instituições”. O PCP também desvaloriza a polémica e apela à defesa dos interesses da população.

A deputada do PAN recorda que o partido “tinha razão quando criticou ida direta de Centeno para cargo de governador” e, por essa situação, tem também “defendido um período de nojo para cargos que possam ter funções de fiscalização das próprias políticas públicas”, em declarações transmitidas pelas televisões.

Inês Sousa Real defende assim que “fica provado que Mário Centeno não consegue despir a camisola do PS”, salientando que o responsável “tem a cabeça na política, num momento tão crítico para o país”, nomeadamente com a crise na habitação. Perante os pedidos de demissão do governador, a deputada do PAN também aponta que “Centeno deve ponderar se tem condições para o cargo“, já que não “reúne equidistância e independência” necessárias.

Por outro lado, o deputado do Livre apela a alguma reflexão por parte dos partidos, num momento em que o país já enfrenta uma crise política. “É importante que consideremos se ouvir telefonema do primeiro-ministro e refletir sobre se deve desempenhar ou não um papel de chefe de Executivo é uma falha grave e se devemos acrescentar à crise política que já temos uma crise financeira“, argumenta Rui Tavares, também nos Passos Perdidos.

O deputado único pede assim alguma ponderação aos partidos para não deixarem que “a campanha suba à cabeça”, “antes que comecemos a pedir demissões de toda a gente e às tantas ficamos sem instituições”.

Para Rui Tavares, o país tem de “dimensionar reações ao que acontece”, sendo que nesta altura “ainda tem instituições e nós [os partidos] não devemos dar passos para que o país se encontre despido de instituições”.

O PCP, por sua vez, também não pede a demissão do governador do Banco de Portugal, exigindo ao invés que “rompa” com as opções que tem tido e “que tenha em conta o interesse da população e não da banca”. Duarte Alves salienta que a crítica do partido ao mandato de Centeno “tem sido em torno das opções que tem tido”, nomeadamente no que diz respeito ao aumento dos juros e aos lucros da banca, pelo que deve passar a “postura de defesa das populações e dos interesses dos trabalhadores”.

Já no que diz respeito à polémica sobre ter disponibilidade para assumir o cargo de primeiro-ministro, o deputado do PCP aponta que “são questões que estão a ser avaliadas pela comissão de ética”. “O maior problema de independência é face ao setor que é regulado”, defende, na Assembleia da República.

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