IKEA mantém salário mínimo nos mil euros em 2024. “É um valor competitivo”, considera

IKEA avança ao ECO que vai manter "salário mínimo" em mil euros em 2024 e detalha que a maior parte do investimento em ordenados será canalizado "para recompensar competências" dos trabalhadores.

O salário mínimo praticado na IKEA em Portugal vai manter-se em mil euros em 2024, adianta a diretora de recursos humanos, em declarações ao ECO. Na visão de Eliska Novotná, esse é um “valor competitivo“, uma vez que se mantém distante do salário mínimo nacional, que chegará aos 820 euros em janeiro. A responsável revela ainda que o subsídio de alimentação dos trabalhadores da IKEA vai subir para sete euros diários, um euro acima do aplicado ao longo deste ano.

“Já fizemos um grande investimento este ano. Portanto, o nosso salário de entrada é de mil euros. Esse valor vai manter-se, porque está longe do salário mínimo nacional e somos competitivos“, sublinha a diretora de recursos humanos.

Em 2023, a IKEA aumentou o seu salário mínimo de 750 euros para mil euros. Em comparação, o salário mínimo aumentou de 705 euros em 2022 para 760 euros em 2023. E vai atingir 820 euros em 2024, segundo o diploma já promulgado pelo Presidente da República.

Em conversa com o ECO, a responsável da IKEA explica que esta empresa decidiu canalizar as verbas que tem separadas para investimentos salariais para recompensar as competências dos trabalhadores. “Para fazer a distinção entre as pessoas que acabaram de entrar e aquelas que estão connosco há mais tempo e conseguem desempenhar mais tarefas“, detalha Eliska Novotná.

Ou seja, para os trabalhadores da IKEA que não ganham o salário de entrada, os aumentos previstos para 2024 vão depender do desempenho que têm demonstrado, indica a diretora de recursos humanos.

“Depende da performance e do nível de competência. Não haverá aumentos iguais para toda a gente. Serão individualizados com base em vários aspetos ligados ao desempenho e à competência“, assinala a responsável, que garante que hoje a IKEA tem um fosso salarial entre géneros de zero.

Por outro lado, a IKEA decidiu aumentar o subsídio de refeição para sete euros, um euro acima do praticado este ano. E, tendo em conta o “desempenho positivo registado no ano terminado em agosto”, todos os trabalhadores do lado de retalho da IKEA poderão contar com um bónus.

Contas feitas, o investimento nas atualizações salariais, bónus de performance e outros benefícios será de 8,5 milhões de euros, adianta a IKEA ao ECO.

Mais contratações em 2024? IKEA inclina-se para a estabilidade

No próximo ano, a IKEA não deverá abrir muitas vagas de emprego, realça a diretora de recursos humanos, em conversa com o ECO.

“Estamos a tentar estabilizar as equipas. Esperemos que não tenhamos muitas vagas porque seria sinal de que fomos capazes de manter os trabalhadores. Estamos a tomar passados para que queiram ficar“, explica Eliska Novotná, que acredita que essa estabilidade nos recursos humanos é necessária para “uma boa experiência do cliente“.

A responsável avança também que o objetivo da IKEA é que os trabalhadores percebam o negócio de forma mais global, apostando em carreiras mais longas, e não em trabalho temporário. Atualmente, mais de 90% dos trabalhadores da IKEA têm contratos permanentes.

“Estamos a tentar que os trabalhadores cresçam para posições-chave”, salienta Eliska Novotná. E assegura que os trabalhadores também podem progredir no ramo em que estão, como encontram oportunidades para ir trocando de áreas.

Natural da Eslováquia, Eliska Novotná chegou à liderança dos recursos humanos da IKEA Portugal este verão. A sua carreira na IKEA começou há 22 anos. Trabalhou como gestora de recursos humanos em duas lojas na Eslováquia e na República Checa. E responsável por funções na área de recursos humanos na organização de compras da IKEA na Europa Central.

Eliska Novotná é mestre em Psicologia pela Universidade de Commenius, na Eslováquia. Fez também um doutoramento na Universidade de Economia da República Checa.

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