Novo metro chinês do Porto faz viagem inaugural com Costa a bordo

Do lote de 18 composições compradas à chinesa CRRC Tangshan para alargar a frota do Metro para 120 unidades, 15 já se encontram no Porto. Primeira viagem comercial entre a Trindade e a Casa da Música.

Os novos veículos do Metro do Porto, contratados à chinesa CRRC Tangshan, entraram esta quarta-feira em circulação, com a realização da primeira viagem comercial de uma das 18 novas unidades entre as estações da Trindade e da Casa da Música.

Para assinalar a entrada em operação da nova frota, que representou um investimento de 49,6 milhões de euros, financiados pelo POSEUR e pelo Fundo Ambiental, por volta das 11h seguiram a bordo o primeiro-ministro, António Costa, e os ministros do Ambiente (Duarte Cordeiro), das Finanças (Fernando Medina) e da Presidência (Mariana Vieira da Silva).

Do lote de 18 composições que vêm alargar a frota do Metro de 102 para 120 unidades, 15 já se encontram no Porto. As restantes três chegam até ao final deste ano, de acordo com a informação disponibilizada pela transportadora liderada por Tiago Braga.

“O Metro do Porto representa um ativo relevante, não apenas no serviço que presta à Área Metropolitana, mas pela sua relevância estratégica na ação climática e mobilidade sustentável. Este investimento na aquisição de novo material circulante, ao qual se juntam mais 6,1 milhões para a sua manutenção, aumentará a oferta de transporte, com a entrada em funcionamento de 14 novos veículos em circulação já neste mês de dezembro”, enquadra o gabinete do primeiro-ministro, numa nota de agenda enviada às redações.

O novo modelo é composto por quatro carruagens e tem capacidade para 244 passageiros, dos quais 64 sentados.ESTELA SILVA/LUSA

A frota da Metro do Porto, que opera em sete concelhos da área metropolitana com uma rede de seis linhas, 67 quilómetros e 82 estações, é constituída atualmente por 102 veículos: 72 do tipo Eurotram e 30 do tipo Tram-train. O novo modelo made in China é composto por quatro carruagens, tem capacidade para 244 passageiros (dos quais 64 sentados) e circula a uma velocidade máxima de 80 quilómetros por hora. Estas novas composições vão servir também as duas linhas em construção (Rosa e Amarela) para acrescentar seis quilómetros e sete estações à rede.

Fundada em 1881, a CRRC Tangshan é uma empresa chinesa com larga tradição na produção de comboios, comboios de alta velocidade e veículos de metro. É apresentada como a maior fabricante mundial de material circulante ferroviário, tem sede em Pequim e emprega mais de 180 mil trabalhadores, de acordo com dados oficiais.

Antes de participar na viagem inaugural, na companhia de Rui Moreira, o chefe do Executivo participa numa sessão solene de receção ao Governo na Câmara do Porto, seguida de assinatura do auto de descentralização na área da Saúde para o município portuenses, assim como do acordo para a transferência do Palácio de São João Novo (gestão do património) para as mãos da autarquia nortenha.

Segundo confirmou ao ECO a ministra da Coesão Territorial, Ana Abrunhosa, há um total de oito municípios do Continente que vão ficar de fora da descentralização de competências na área da saúde: Lisboa, Setúbal, Sesimbra, Vila Real, Arraiolos, Viseu, Ovar e Sobral de Monte Agraço.

“Dinheiro não fica no Metro do Porto”

O primeiro-ministro, António Costa, salientou ao final da manhã que “quando se diz que grande parte do dinheiro do PRR vai para instituições públicas, é preciso perceber que o dinheiro que chega ao Metro do Porto não fica no Metro do Porto”. “Traduz-se em investimento para todos aqueles que vivem, trabalham ou visitam o Porto”, notou.

Para António Costa, a entrada ao serviço destas novas composições, tal como o “investimento que foi feito com a criação do passe único, demonstra bem” que para se transformar “o paradigma de mobilidade (…) não basta estender rede, é preciso que cada um dos utentes sinta que o preço é mais acessível” e que “a viagem é mais cómoda”.

O primeiro-ministro pediu ainda a “compreensão de todos por obras que são necessariamente incómodas, mas que depois darão muitos e muitos anos de melhor qualidade de vida”. E o ministro do Ambiente, Duarte Cordeiro, notou que “além desta renovação, também já [está] autorizada a compra de mais 22 veículos para a Metro do Porto, um investimento de 74 milhões de euros”.

“Lá no final vai ser um ganho enorme”, desabafa Moreira

O presidente da Câmara do Porto, Rui Moreira, destacou que os novos veículos “têm uma enorme capacidade de conforto”, com “mais portas, mais acessos, mais capacidade”, sendo “uma resposta necessária a uma crescente procura”.

“Percebemos muitas vezes o desespero de alguns dos nossos munícipes porque veem obras e não conseguem chegar ao trabalho, mas devem-se recordar que, no fim, lá no final, quando tivermos esta rede preparada e completa, vai ser, seguramente, um ganho enorme para a população, para o futuro da nossa cidade”, disse.

Já o presidente da Metro do Porto, Tiago Braga, assinalou que no final do ano se atingirá “praticamente 80 milhões de clientes”, acima do recorde de 2019 (76 milhões), antes da pandemia de Covid-19.

Tiago Braga assinalou ainda que a Metro do Porto está “a poucos dias de iniciar a operação de construção da Linha Rubi”, entre a Casa da Música e Santo Ovídio (incluindo uma nova ponte sobre o Douro), um investimento financiado precisamente pelo PRR, com um custo estimado de 435 milhões de euros.

(Notícia atualizada às 14h com declarações políticas)

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