EIOPA quer mais capital a garantir investimentos de seguradoras na energia fóssil
Supervisor europeu dos seguros considera as ações e obrigações relacionadas com os combustíveis fósseis de elevado risco, visto que se prevê uma fuga dos investimentos para energias renováveis.
A Autoridade de Supervisão de Seguros e Fundos de Pensões europeia (EIOPA) preconiza que as seguradoras devem passar a ter mais garantias de capital quando investem em ações e obrigações de empresas relacionadas com combustíveis fósseis, avança o jornal Insurance ERM.
Estas são as conclusões do estudo realizado pelo regulador europeu, no âmbito do pedido da Comissão Europeia, que incumbia a autoridade de pesquisar acerca dos mecanismos para lidar com ativos ou atividades associadas com objetivos sociais ou ambientais, ou que prejudiquem os seus objetivos, lê-se no jornal.
Após a análise dos dados, a autoridade concluiu que as ações e obrigações relacionadas com os combustíveis fósseis têm perfil de elevado risco, visto que com as alterações climáticas, prevê-se uma fuga de investimentos de empresas de energias fosseis para uma maior aposta em empresas de energias renováveis.
Para mitigar os riscos, a autoridade desenhou possíveis caminhos, como, por exemplo, a penalização em reserva de capital dos investimentos realizados em ações de empresas mais poluentes. Isto é, as seguradoras têm que começar a ter mais garantias de capital quando investem em ações e obrigações dessas empresas.
Se esta medida for implementada, a autoridade acredita que limitar-se-á os impactos que a desvalorização dos investimentos em empresas de energia renovável provocará na solvência da seguradora, visto que as ações diretamente detidas relacionadas com combustíveis fósseis pelo setor representam cerca de 1% dos investimentos totais.
Foram três as áreas investigadas pelo órgão, nomeadamente, a potencial ligação entre os riscos de mercado relacionados com património, de spread (diferença entre o preço de compra e venda de alguma coisa) e de transição; a possível relação entre riscos na contratualização de seguros Não-Vida e medidas de prevenção do risco relacionados com o clima; e, também, o possível correlação entre os riscos sociais e riscos prudenciais das seguradoras. O risco prudencial relaciona-se com o grau de solidez de uma seguradora, incluindo se têm capacidade de cobrir os sinistros.
Os stakeholders têm até ao dia 22 de março do próximo ano para responder à investigação feita.
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