Costa responde a Passos. “O azedume não merece comentário”

"Acho que o azedume não merece comentário. Respeito. Percebo que deva ser muito cansativo estar há oito anos a contar dia após dia à espera que o diabo chegue", disse António Costa.

Após as duras críticas do antigo primeiro-ministro Pedro Passos Coelho ao Governo de Costa, o primeiro-ministro já reagiu e assume que o “azedume não merece comentário“.

“Acho que o azedume não merece comentário. Respeito. Percebo que deva ser muito cansativo estar há oito anos a contar dia após dia a espera que o diabo chegue. O diabo nunca mais chega e depois sai isto”, disse António Costa em declarações à RTP3.

Esta terça-feira, Pedro Passos Coelho defendeu que o país vai precisar “seguramente de um Governo que não só tenha um rumo bem definido, mas que possa inspirar confiança às pessoas para inverter uma degradação extraordinária de uma parte muito significativa das políticas públicas que são importantes para o crescimento da nossa economia, para a geração de valor”.

“Espero que o país saiba identificar no atual governo responsabilidades graves na situação a que o país chegou. Suficientemente graves para que o atual primeiro-ministro tenha sentido necessidade de apresentar a demissão por indecente e má figura“, acrescentou.

No jantar de natal do PS, que se realizou esta terça-feira, António Costa criticou os partidos à direita, defendendo que se “vão deixando contaminar” pelos radicalismos.

“Aquilo que aconteceu ao longo desta legislatura na Assembleia da República, aliás o que tem acontecido em toda a Europa onde a extrema-direita se fortalece, não é a força da extrema direta em si, mas a capacidade de contágio que esta tem em relação aos seus vizinhos da direita radical e democrática se vão deixando contaminar”, defendeu.

Para Costa, os partidos são contaminados “naquilo que é mais perigoso para a democracia”, no “estilo”, no “vocabulário”, na “forma de estar na política”. “Degradam a política e ao degradarem a política degradam a democracia“, acrescentou.

“Estes oito anos para um agnóstico foram bastantes perturbadores. Começaram com a ameaça do diabo e acabaram com um prémio nobel a falar de um milagre económico. Limito-me a ter a ideia que simplesmente o que explica esta nossa trajetória é simples, boas políticas. É isso que tem explicado o sucesso do PS”, sublinhou.

António Costa “alfinetou” ainda a direita afirmando que não conseguiram reduzir a dívida pública como o PS conseguiu, sendo essa a “maior derrota” do PSD.

“Nós temos a dívida a reduzir como a direita desejou reduzir e falhou. Essa é a maior derrota que lhes dá toda a amargura do mundo. É toda a amargura do mundo que faz com que cada geração de antigo líder do PSD vai formando uma espécie de clube de profetas da desgraça. Nós conseguimos os resultados que eles gostariam de ter tido, não com as políticas deles, mas com as nossas políticas e ao contrário das deles“, referiu.

Felicitou ainda o novo secretário-geral do partido, Pedro Nuno Santos, e desejo-lhe os “maiores sucessos”. “É uma grande honra ser o último da terceira geração a passar o testemunho ao primeiro da quarta geração de líderes do Partido Socialista“, disse.

(Notícia atualizada às 21h25)

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