CEO da Mota aproveita queda das ações para reforçar na empresa. Títulos já perderam 10% esta sessão
As ações da Mota-Engil já chegaram a desvalorizar mais de 10% durante a sessão, um dia depois da empresa ter anunciado a venda na Polónia.
O CEO da Mota-Engil aproveitou a correção em bolsa da construtora para comprar 10 mil ações da empresa que lidera, num investimento de 37.400 euros, dando um sinal de confiança aos investidores. As ações já chegaram a cair 10% durante a sessão.
A aquisição das ações foi realizada com um preço médio de 3,74 euros e decorreu esta quarta-feira, dia 20 de dezembro, numa sessão em que as ações da construtora estão sob forte pressão. Os títulos seguem a desvalorizar 4,89% para 3,89 euros, mas já chegaram a afundar 10,39% durante o dia, com os investidores a aproveitarem para realizar algumas mais-valias após a escalada de 247,8% registada em 2023.
Esta queda segue-se, porém, ao anúncio de venda da operação na Polónia. A Mota-Engil informou esta terça, 19 de dezembro, que vai vender a sua operação na Polónia à construtora húngara Duna Aszfalt1. A transação será feita por um enterprise value de cerca de 90 milhões de euros e deverá estar concluída até ao final do primeiro semestre de 2024.
O objetivo da Mota-Engil é reforçar “a sua estratégia de seletividade na alocação dos seus investimentos, aumentando por essa via o foco do seu negócio core nos países de maior crescimento e potencial, e reforçando o balanço“, adiantou a empresa em comunicado.
Num comentário divulgado esta manhã, os analistas do CaixaBank/BPI, que avaliam a empresa com um preço-alvo que oscila entre 4,09 e 5,89 euros, destacam que “este desinvestimento vai permitir a libertação de capital para reinvestir em outras atividades com maior rentabilidade”.
No mesmo comentário, os analistas realçam que avaliam o negócio com um enterprise value de 80 milhões de euros, 10 milhões abaixo do valor da transação.
Sinal de confiança ao mercado
Com esta compra, o líder da empresa vem dar um sinal de confiança ao mercado, mostrando que continua otimista para a evolução dos títulos da empresa a que preside.
Numa entrevista recente ao Eco, Carlos Mota dos Santos lamentou o facto de o mercado de capitais não estar a reconhecer o valor da Mota-Engil, um facto explicado pela dimensão do mercado português, pelo valor reduzido de free float e, sobretudo, pela necessidade de o grupo mostrar o que é a sua história.
“Nós não somos uma empresa de engenharia e construção, somos um grupo de infraestruturas, um grupo de infraestruturas que nasceu da construção, que continua a ter a construção como a sua atividade principal, mas que é um grupo que é muito mais do que isso, nomeadamente em áreas como a área ambiental, onde somos o maior operador português”, explicou, acrescentando que “o valor destes negócios, se calhar, é maior que o valor da construção e hoje o mercado só reconhece, sobretudo, o valor da construção”.
Após a aquisição realizada esta quarta-feira, Carlos Mota dos Santos passou a deter 131 mil ações da Mota-Engil, representativas de 0,04% do capital da empresa.
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