Mota-Engil ganha processo contra o Estado no Paraguai. Vai receber quase 17 milhões de dólares

Desde que rescindiu o contrato com a Mota-Engil pela construção do Metrobús, o Estado paraguaio já pagou perto de 28 milhões de dólares à construtora portuguesa.

Um Tribunal arbitral ordenou ao Paraguai o pagamento de quase 17 milhões de dólares à Mota-Engil, na sequência de um litígio que opunha a construtora portuguesa ao Estado paraguaio no caso da obra do Metrobús, cujo contrato de concessão foi rescindido no governo de Abdo Benítez.

O Estado Paraguaio foi notificado do resultado da decisão do tribunal arbitral no processo da Mota-Engil contra o MOPC (Ministério das Obras Públicas e Comunicações) pela famosa causa da obra inacabada, que entendemos por capricho ter sido suspensa pelo governo anterior”, declarou o procurador Marco González numa conferência de imprensa, citado por vários jornais internacionais.

O Paraguai terá, assim, que pagar à Mota-Engil até ao dia 31 de dezembro, 16,55 milhões de dólares, um montante que inclui juros, custos de processo e outros honorários. Segundo González, até ao momento, o Estado paraguaio já pagou aproximadamente 27,7 milhões de dólares, desde que rescindiu o contrato com a construtora portuguesa.

A construtora portuguesa ganhou a adjudicação da obra do Metrobús, ainda no Governo de Horaio Cartes, mas em fevereiro de 2020, durante a administração do então presidente Mario Abdo Benítez, o Ministério das Obras Públicas e Comunicações enviou à construtora uma nota na qual terminava o contrato e deu-lhe o prazo de 24 horas para pagar os mais de seis milhões de dólares referentes ao pagamento da apólice de seguro.

O início das obras foi acompanhado por polémicas e reclamações de comerciantes e vizinhos, que reclamavam os danos causados pelas obras nas áreas próximas da construção. Em outubro de 2018, poucos meses depois da chegada ao poder de Abdo Benítez, a pasta das obras públicas anunciou que tomaria medidas legais e financeiras contra a empresa portuguesa pelo abandono das obras.

O Governo alegou na sua denúncia que a construtora tinha retirado a maquinaria. No entanto, meses antes, a Mota-Engil já havia alertado para uma possível suspensão dos trabalhos devido à impossibilidade de cumprimento do prazo de execução dos dois primeiros troços da obra, que deveriam terminar em dezembro de 2018.

O Tribunal veio agora confirmar que, sem acordos de expropriação e libertação de terrenos, a empresa portuguesa não tinha condições para aceder aos terrenos para avançar para o troço 3 da obra, em conformidade com o projeto.

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