Presidente de Israel adia visita a Portugal prevista para início de novembro

  • Lusa
  • 22 Outubro 2023

O Presidente de Israel "agradeceu a condenação imediata dos ataques terroristas por Portugal" numa conversa com o seu congénere israelita, Isaac Herzog.

O Presidente de Israel, Isaac Herzog, adiou uma visita a Portugal que estava prevista para o início de novembro, informou hoje o chefe de Estado português, Marcelo Rebelo de Sousa.

De acordo com uma nota divulgada na página oficial de Belém, “o Presidente da República falou esta manhã ao telefone com o seu congénere israelita, Isaac Herzog, a pedido deste”.

“O Presidente de Israel queria explicar o adiamento da visita a Portugal (que estava prevista para início de novembro), bem como informar o Presidente português da posição do seu país sobre a situação atual”, refere a nota.

De acordo com o mesmo texto, o Presidente de Israel “agradeceu a condenação imediata dos ataques terroristas por Portugal”.

Marcelo Rebelo de Sousa falou da posição portuguesa, no quadro dos valores e princípios internacionais e constitucionais. Foi naturalmente considerada a relevância das vidas humanas envolvidas”, acrescenta o texto.

Na semana passada, durante a sua visita de Estado à Bélgica, o Presidente da República considerou que Portugal “tem sido claro na condenação que houve do ataque terrorista do Hamas” de 07 de outubro em território israelita, defendendo o “direito legítimo de resposta de Israel em relação ao Hamas”, mas separando este grupo islamita do “povo palestiniano como um todo” e condenando “condutas e comportamentos que ao atingir vítimas civis inocentes são obviamente deploráveis”.

“Foi claro, como foi a União Europeia, quando disse que há resoluções das Nações Unidas quanto a dois Estados [de Israel e da Palestina]. Elas estão de pé”, acrescentou então Marcelo Rebelo de Sousa.

O grupo islamita Hamas lançou em 07 de outubro um ataque surpresa contra o sul de Israel com o lançamento de milhares de foguetes e a incursão de milicianos armados, fazendo duas centenas de reféns.

Em resposta, Israel declarou guerra ao Hamas, movimento que controla a Faixa de Gaza desde 2007 e que é classificado como terrorista pela União Europeia e Estados Unidos, bombardeando várias infraestruturas do grupo na Faixa de Gaza e impôs um cerco total ao território com corte de abastecimento de água, combustível e eletricidade.

O conflito já provocou milhares de mortos e feridos, entre militares e civis, nos dois territórios.

Em janeiro de 2020, Marcelo Rebelo de Sousa deslocou-se a Israel para participar no 5.º Fórum Mundial do Holocausto, em Jerusalém, e chegou a planear uma troca de visitas de Estado com o seu homólogo israelita, na altura Reuven Rivlin.

Nessa ocasião, o chefe de Estado português manifestou vontade de regressar a Israel para a inauguração da praça Aristides de Sousa Mendes e anunciou ter convidado o seu homólogo Israelita “a visitar Portugal, se possível até ao fim do ano” de 2020, o que não se concretizou.

Reuven Rivlin foi substituído no cargo de Presidente de Israel em julho de 2021 por Isaac Herzog.

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Irão adverte que situação no Médio Oriente pode “tornar-se incontrolável”. Lavrov vai a Teerão

  • Lusa
  • 22 Outubro 2023

"Se não puserem fim aos crimes contra a humanidade e ao genocídio em Gaza, tudo é possível a qualquer momento", afirmou o ministro dos Negócios Estrangeiros do Irão. Homólogo russo vai a Teerão.

O ministro dos Negócios Estrangeiros do Irão avisou hoje os Estados Unidos e Israel que a situação “pode tornar-se incontrolável” no Médio Oriente se não puserem “imediatamente fim aos crimes contra a humanidade e ao genocídio em Gaza”.

“Hoje, a região é como um barril de pólvora (…). Gostaria de alertar os Estados Unidos e o regime fantoche israelita que se não puserem imediatamente fim aos crimes contra a humanidade e ao genocídio em Gaza, tudo é possível a qualquer momento e a região pode tornar-se incontrolável”, afirmou Hossein Amir-Abdollahian, numa declaração em Teerão com a sua homóloga sul-africana, Naledi Pandor.

A comunidade internacional receia um alastramento da guerra iniciada no passado dia 07 de outubro entre o movimento islamita Hamas e Israel e um maior envolvimento do Hezbollah libanês, aliado do Hamas e apoiado pelo Irão.

Os Estados Unidos já anunciaram um reforço dos seus meios militares na região.

O ministro iraniano alertou que “qualquer erro de cálculo na continuação do conflito, do genocídio, do massacre e da migração forçada dos habitantes de Gaza e da Cisjordânia pode ter consequências pesadas” para a região e “contra os interesses dos países agressores”.

Qualquer erro de cálculo na continuação do conflito, do genocídio, do massacre e da migração forçada dos habitantes de Gaza e da Cisjordânia pode ter consequências pesadas.

Hossein Amir-Abdollahian

Ministro dos Negócios Estrangeiros do Irão

A ministra sul-africana apelou para a comunidade internacional “prestar muito mais atenção” à situação dos palestinianos no contexto do “ataque vergonhoso” a Gaza.

Serguei Lavrov vai a Teerão

O chefe da diplomacia russa, Serguei Lavrov, vai ao Irão para participar em conversações na segunda-feira, indicou hoje uma porta-voz, sem detalhar o programa da visita ou os interlocutores.

“Confirmamos as conversações de Lavrov previstas para segunda-feira em Teerão”, afirmou a porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros russo, Maria Zakharova, citada pelas agências russas Tass e Ria.

A agência iraniana Irna referiu, no entanto, que os ministros dos Negócios Estrangeiros da Rússia, Turquia, Arménia e Azerbaijão foram convidados para uma reunião destinada a abordar as relações entre estes dois últimos países, muito tensas desde a vitória azeri no enclave de Nagorno-Karabakh, que tinha população maioritariamente arménia.

Mais de 1.400 pessoas foram mortas em Israel, na maioria civis, num violento ataque lançado em 07 de outubro pelo Hamas em território israelita, segundo as autoridades locais.

Na Faixa de Gaza, pelo menos 4.651 palestinianos, maioritariamente civis, foram mortos nos bombardeamentos incessantes de Israel como retaliação, de acordo com as autoridades de saúde do Hamas, que controla o território palestiniano.

O Irão aplaudiu o ataque do Hamas, mas afirmou que não esteve envolvido no ocorrido.

(notícia atualizada às 14h40 com visita de Serguei Lavrov a Teerão)

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5 gráficos que mostram a diferença nas condições de vida em Portugal e na UE

Desde a população em risco de pobreza à esperança média de vida à nascença, o cenário varia entre os vários países da União Europeia (UE). Portugal está acima da média em alguns indicadores.

Quantas famílias estão a passar dificuldades? E onde se vive mais tempo? Apesar dos progressos dos últimos anos, as condições de vida das famílias variam entre os países europeus — e prevalecem as desigualdades, mostra a mais recente edição do Eurostat sobre as condições de vida na Europa. O ECO selecionou cinco gráficos que ajudam a compreender como Portugal se posiciona face aos restantes Estados-membros.

Começando pela caracterização das famílias, é possível perceber que Portugal destoa pouco. A situação menos habitual, tal como em todos os Estados-membros, é pais ou mães solteiros, ou seja, um agregado composto por um adulto com crianças. Seguem-se os casais com crianças, que representam cerca de 15% dos agregados familiares de Portugal, o que está em linha com a média europeia.

Percentagem de agregados por composição do agregado:

Fonte: Eurostat

Mas é na restante distribuição que começam a surgir diferenças. Em Portugal, o terceiro tipo mais comum de agregados é composto por adultos solteiros sem crianças, enquanto, na maioria dos países, este representa a maior parte das situações.

Na UE, mais de um terço das casas são habitadas por adultos sem crianças, percentagem que cai para pouco mais de 20% nas casas portuguesas. Por cá, seguem-se de perto os casais sem crianças, sendo que o mais comum é mesmo outro tipo de agregado, que não está contemplado neste conjunto — por exemplo, jovens adultos a viver com os pais.

Já no que diz respeito às condições financeiras das famílias, Portugal encontra-se acima da média da UE no que diz respeito à percentagem de famílias com pelo menos alguma dificuldade em pagar as contas (“make ends meet“, na formulação em inglês). Há mais famílias com dificuldades do que em países próximos, como Espanha, França e Alemanha. Mas Portugal acaba por ficar abaixo de Estados como Itália, Grécia e os países de Leste.

Percentagem de agregados com alguma dificuldade em pagar contas:

Fonte: Eurostat

É de salientar que estes valores se agravaram entre 2021 e 2022, numa altura marcada pelo aumento do custo de vida, devido, por um lado, à inflação ainda elevada, e, por outro, à subida dos juros, que penaliza principalmente as famílias com crédito à habitação.

Quanto ao risco de pobreza ou exclusão social, Portugal está abaixo da média europeia, com cerca de 20,1% da população nesta situação, o que compara com 21,6% na UE.

O Eurostat divulga também dados do risco de pobreza consoante a cidadania, que mostram que o cenário varia. Segundo o gabinete de estatísticas europeu, os cidadãos de fora da UE a viver em Portugal têm uma percentagem mais elevada de risco de pobreza, em linha com os restantes Estados-membros. Em contrapartida, os cidadãos da UE a viverem em Portugal têm uma maior proporção de pessoas em risco de pobreza do que os de nacionalidade portuguesa. Isto só acontece em seis países.

Percentagem de cidadãos maiores de idade em risco de pobreza ou exclusão social, por cidadania:

Fonte: Eurostat

Entre os Estados-membros da UE, a Polónia foi o único país onde a percentagem de adultos em risco de pobreza ou exclusão social é mais elevada para os cidadãos nacionais do que para os cidadãos de países terceiros.

Passando à saúde, os portugueses estão no meio da tabela no que diz respeito aos gastos das famílias. A média comunitária foi de 760 euros por habitante em 2021, enquanto em Portugal foi de 820 euros. São valores mais baixos do que em países como Alemanha, Noruega, Finlândia e Áustria, onde superou os 850 euros.

Despesa dos agregados em saúde:

Fonte: Eurostat

Este valor “variou muito entre os Estados-membros da UE, desde menos de 400 euros por habitante na Chéquia [República Checa], Eslováquia, Hungria e Chipre para 1.200 euros por habitante no Luxemburgo e 1.340 euros por habitante na Bélgica”, salienta o Eurostat.

Enquanto isso, apesar de ter alguns indicadores menos positivos, Portugal encontra-se acima da média no que diz respeito à esperança de vida à nascença. A média nos países da UE é de 80,1 anos, segundo dados de 2021, enquanto em Portugal é de 81,5 anos. Já no que diz respeito à diferença entre homens e mulheres, encontra-se em linha com os restantes: 78,5 anos para os homens e 84,4 anos para as mulheres.

Esperança de vida à nascença, por sexo:

Fonte: Eurostat

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João Veiga vai lançar consultora para mediadores de seguros

  • ECO Seguros
  • 22 Outubro 2023

Depois de 22 anos na tecnológica MPM, João Veiga vai aproveitar o seu conhecimento do mercado da distribuição de seguros e lança a sua consultora dirigida a mediadores.

João Veiga vai aproveitar a experiência e conhecimento acumulado em 22 anos à frente dos destinos da MPM Software em Portugal para lançar a Elysian Consulting, a sua própria empresa de consultoria e serviços na área de gestão e marketing dirigido às distribuidoras de seguros.

João Veiga, agora CEO da Elysian Consulting, vai reforçar a dedicação ao tema da normalização do formato de dados no setor segurador.

Através da Elysian, o agora consultor quer “ajudar as empresas de distribuição de seguros em 3 grandes áreas: aumento da rentabilidade da carteira de clientes, desenvolvimento de marca e posicionamento da empresa”, afirma acrescentando obviamente a consultoria tecnológica, apoiando “a implementação das soluções informáticas mais adequadas à estratégia e modelo de negócio de cada empresa”.

João Veiga refere que ao longo dos anos em que tem acompanhado de muito perto o mercado da distribuição de seguros, constatou que “em muitas empresas de mediação de seguros, os seus gestores estão de tal forma assoberbados pela gestão do dia-a-dia da empresa, que uma ajuda e visão externa será muito bem-vinda para, através de uma metodologia adequada a cada caso, analisar em detalhe como é composta a sua carteira de clientes, identificar quais os segmentos da sua carteira que são os mais e os menos rentáveis, identificar novas oportunidades de negócio bem como áreas de negócio com muito potencial e que não estar a ser aproveitadas na sua plenitude”.

Sublinha a sua formação académica em marketing e experiência como gestor de marketing em ligação ao conhecimento detalhado do mercado da distribuição de seguros, para verificar que “a maioria das empresas de mediação não tem uma estratégia de comunicação e definição de marca sustentada e que aposte na sua diferenciação”, diz, “olhamos para a maioria das empresas de mediação de seguros e é difícil entender o que diferencia umas das outras e qual o valor acrescentado que cada uma apresenta face aos seus concorrentes”.

Na gestão de projetos tecnológicos, João Veiga destaca que com mais de 30 anos de experiência profissional no mercado das Tecnologias de Informação, e 22 anos de experiência como fornecedor de software de gestão para o setor segurador, possui um conhecimento global da maioria das empresas de soluções existentes no mercado, não só das soluções especificas para seguros, mas também de outras que abrangem diversos mercados e que podem trazer valor à distribuição de seguros.

“Há know-how e metodologias necessárias específicas para apoiar na pesquisa e seleção das soluções mais adequadas às necessidades de cada um quanto a estratégia de negócio e requisitos financeiros”, diz.

João Veiga vai manter em paralelo e “com muita dedicação nesta nova etapa”, o tema da normalização de formatos de dados no setor segurador. “Nos últimos 15 anos colaborei como convidado em grupos de trabalho do setor segurador sobre este tema e agora, depois de alguns anos de dormência, este tema parece estar de volta novamente à agenda dos principais atores do mercado”, afirma acrescentando que tem “ideias muito claras não só sobre os fatores que sustentam esta necessidade urgente de se avançar com a normalização de formatos de dados no setor segurador, mas também da forma como a mesma deve ser implementada”, conclui.

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Segundo comboio de camiões com ajuda humanitária vai entrar em Gaza

  • ECO
  • 22 Outubro 2023

Mais 17 camiões com ajuda humanitária estão no posto fronteiriço de Rafah, no Egito, para entrarem na Faixa de Gaza.

Um comboio com 17 camiões vai levar este domingo ajuda humanitária para o sul da Faixa de Gaza, avança a Reuters. No dia anterior tinham entrado 20 camiões, o que foi considerado insignificante face às necessidades da população, que está sem acesso a água, alimentos, medicamentos e alimentos desde o cerco israelita.

Os comboios estão junto ao posto fronteiriço de Rafah, no 16.º dia da guerra entre Israel e o movimento islamita Hamas, no poder em Gaza. Mais de 200 camiões carregados, com cerca de 3.000 toneladas de ajuda, estão perto do posto há vários dias, esperando autorização para entrar.

No domingo, tinham cruzado a fronteira 20 camiões do Crescente Vermelho egípcio com medicamentos e alimentos. O posto fronteiriço de Rafah voltou depois a encerrar.

A embaixada dos Estados Unidos no Egito alertou para o “ambiente potencialmente caótico” que a abertura da fronteira pode criar, com uma corrida para o Egito por parte de cidadãos com dupla nacionalidade que fogem de Gaza e com as entregas dos primeiros socorros.

À medida que o conflito entra na sua terceira semana, a ajuda é desesperadamente necessária para os habitantes de Gaza, cujo território continua a ser incessantemente bombardeado por Israel, que prometeu “aniquilar” o Hamas.

De acordo com as autoridades israelitas, mais de 1.400 pessoas foram mortas em território israelita pelos combatentes do Hamas desde 7 de outubro, a maior parte das quais civis que foram baleados, queimados vivos ou mutilados no primeiro dia de ataque dos combatentes de Gaza.

Segundo o exército israelita, cerca de 1.500 combatentes do Hamas foram mortos na contraofensiva que permitiu a Israel recuperar o controlo das zonas atacadas.

Na Faixa de Gaza, mais de 4.000 palestinianos, na sua maioria civis, foram mortos nos bombardeamentos incessantes levados a cabo pelo exército israelita em represália, segundo o Ministério da Saúde do Hamas em Gaza.

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Bruxelas avalia prolongamento do limite ao preço do gás devido a conflito no Médio Oriente

  • Capital Verde
  • 22 Outubro 2023

A Comissão Europeia diz que teto no preço do gás natural, que termina em fevereiro, não teve efeitos negativos no mercado e está avaliar manter a medida por mais tempo.

A Comissão Europeia está a avaliar o prolongamento do limite ao preço do gás, devido ao receio de que o conflito no Médio Oriente e a sabotagem de um gasoduto no mar Báltico levem a um aumento das cotações, avança o Financial Times.

Segundo uma apresentação feita a diplomatas dos 27 Estados-membros, a que a publicação britânica teve acesso, o Executivo de Bruxelas afirmou não ter indicação de “efeitos negativos” desde que a medida foi implementada e que as cotações estão agora quase 90% abaixo do que estavam no ano passado.

Apesar da queda das cotações e de os stocks de gás natural na União Europeia estarem em máximos, responsáveis políticos e diplomáticos disseram ao Financial Times que o fornecimento no inverno pode ser afetado pela guerra entre Israel e o Hamas e potenciais atos de sabotagem na infraestrutura. Depois da invasão russa da Ucrânia, a UE procurou fornecedores alternativos, nomeadamente no Médio Oriente.

A 19 de dezembro, a Comissão Europeia e os ministros da Energia concordaram em ativar um limite temporário nos contratos de gás no mercado europeu, se se verificarem duas condições em simultâneo. Por um lado, o limite é ativado se o preço nos contratos de gás natural para o mês seguinte forem, durante três dias úteis consecutivos, superiores a 180 euros por megawatt-hora (MWh) na plataforma holandesa TTF (Title Transfer Facility), a referência nos mercados europeus de gás natural.

Até 1 de novembro de 2023, a Comissão procederá a uma revisão do regulamento tendo em conta a situação geral do abastecimento de gás e, com base nesse relatório, poderá propor a prorrogação da sua validade.

Comissão Europeia

Ao mesmo tempo, para efetivar o limite, terá de se verificar que o preço de referência no TTF é 35 euros mais elevado que o preço de referência para o gás natural liquefeito (LNG), também durante três dias úteis consecutivos.

O teto entrou em vigor a 15 de fevereiro, com um prazo de um ano. A legislação já previa a possibilidade de uma extensão do prazo: “Até 1 de novembro de 2023, a Comissão procederá a uma revisão do regulamento tendo em conta a situação geral do abastecimento de gás e, com base nesse relatório, poderá propor a prorrogação da sua validade”.

O limite aos preços suscitou muitas reservas e críticas na altura, devido ao risco de introduzir distorções no mercado e afetar a oferta. O acordo entre os Estados-membros só foi possível após vários meses de negociações.

Recorde-se que Portugal e Espanha também criaram o Mecanismo de Ajuste do Mercado Ibérico de Eletricidade para limitação do preço de gás para a produção de eletricidade, que em março foi estendido até ao final do ano, com a autorização da Comissão Europeia.

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Rauva diz que quer vir a ser o maior banco digital de empresas na UE

  • Lusa
  • 22 Outubro 2023

CEO da 'fintech' sedeada em Portugal diz que vai "investir massivamente" no país, mas não releva valores. Compra do Banco Empresas Montepio garante licença bancária.

A empresa Rauva, que acordou comprar o Banco Empresas Montepio por cerca de 30 milhões de euros, quer tornar-se a médio prazo o maior banco digital dedicado às empresas na União Europeia, disse o seu presidente à Lusa.

Em entrevista, Jon Fath disse que escolheu Portugal para sediar a empresa que fundou (em conjunto com outros investidores) devido ao ecossistema tecnológico, por considerar o país pioneiro na simplificação de operações financeiras para empresas e porque, afirmou, há um espaço vazio para a Rauva junto das pequenas e médias empresas.

Fath considerou que num país em que a maioria das empresas tem menos de 10 funcionários, a Rauva tem a vantagem de oferecer uma “solução completa” que combina “serviços bancários, de gestão de despesas e de contabilidade”.

Dentro de cinco anos queremos liderar o espaço bancário do sul da Europa para as empresas, em Portugal, Espanha, Itália, França e Grécia. [Depois] queremos ser o maior banco digital para empresas da União Europeia.

Jon Fath

CEO da Rauva

De Portugal, Jon Fath disse à Lusa querer fazer crescer a Rauva para o resto da Europa. “Dentro de cinco anos queremos liderar o espaço bancário do sul da Europa para as empresas, em Portugal, Espanha, Itália, França e Grécia. [Depois] queremos ser o maior banco digital para empresas da União Europeia“, afirmou.

Sobre valores de investimento, Jon Fath recusou dar números argumentando sobretudo com o processo de análise da empresa pelo Banco de Portugal, afirmando apenas que irá “investir massivamente em Portugal”.

No início de setembro, a Rauva acordou comprar o Banco de Empresas Montepio por um preço entre 30 e 35 milhões de euros. A atividade (ativos e passivos) e os trabalhadores são integrados no Banco Montepio (o atual dono do Banco de Empresas), pelo que o que compra a Rauva é, na prática, a licença bancária.

Para Jon Fath, a Rauva ter uma licença bancária, poder dar crédito e receber depósitos, será uma grande vantagem pois, considerou, os seus concorrentes que oferecem “o mesmo tipo de produtos não têm licença bancária” e os bancos tradicionais “não têm a tecnologia e as soluções que a Rauva tem para os empreendedores”.

Questionado sobre porque preferiu comprar o banco, em vez de criar um novo, Fath disse que foram avaliadas várias opções e esta aquisição surgiu como a “oportunidade perfeita”.

Para mim, é claro desde o primeiro dia que a Rauva deve ser regulamentada, é um indicador de confiança para os clientes. As ‘fintech’ geralmente valorizam um hipercrescimento em termo de utilizadores. Decidimos fazer algo diferente e surgiu esta aquisição, mas teríamos pedido uma licença se não tivesse havido esta oportunidade. É o casamento perfeito entre a tecnologia e espaço regulatório”, afirmou

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Israel prepara-se contra ataque a partir do Líbano e evacua comunidades. EUA reforçam presença militar na região

  • ECO e Lusa
  • 22 Outubro 2023

Governo ordenou a evacuação de 14 comunidades junto ao Líbano, perante a possibilidade de um ataque do Hezbollah em maior escala. Bombardeamentos visaram também aeroportos na Síria.

Israel realizou bombardeamentos na Faixa de Gaza, na Síria e no Líbano durante a noite de sábado e na madrugada de domingo. Receando um ataque em larga escala do Hezbollah, as autoridades israelitas ordenaram a evacuação de 14 comunidades no norte do país.

Na Faixa de Gaza foram atingidos vários alvos, depois de Israel ter anunciado a intensificação dos bombardeamentos. A liderança do Hamas apontou a morte de, pelo menos, 55 pessoas e a destruição de 30 casas.

Na Síria, os mísseis israelitas atingiram os aeroportos de Damasco e Aleppo, que o Governo de Benjamin Netanyahu considera serem usados para o fornecimento de armas ao Irão e aos grupos por si patrocinados.

É o caso do Hezbollah, no sul do Líbano, que também foi visado nos ataques. O grupo armado afirmou que seis combatentes foram mortos, segundo a Reuters.

No sábado o grupo xiita libanês afirmou que Israel pagará um preço alto se iniciar uma ofensiva terrestre na Faixa de Gaza e avançou que já tem militares na fronteira, disse o vice-líder, Naim Kassem. As autoridades do Hamas também referiram que se Israel iniciar uma ofensiva terrestre em Gaza, o Hezbollah se juntará aos combates.

Apoiado pelo Irão, o grupo possui um arsenal de armas composto por dezenas de milhares de foguetes e mísseis, bem como diferentes tipos de drones, podendo tentar abrir uma nova frente com um ataque em grande escala no norte de Israel.

O Governo de Benjamin Netanyahu afirma que o Hezbollah pode arrastar o Líbano para o conflito e ordenou preventivamente este domingo a evacuação de mais 14 comunidades no norte do país. A Autoridade Nacional de Gestão de Emergências do Ministério da Defesa e as Forças de Defesa de Israel anunciam a expansão do plano de evacuação financiado pelo Estado para outras comunidades no norte de Israel”, disse um porta-voz militar.

O responsável pelos Negócios Estrangeiros dos EUA, Antony Blinken, avisou o primeiro-ministro em exercício do Líbano que a população seria afetada se o país fosse arrastado para a guerra entre Israel e o Hamas.

EUA reforçam presença militar

O secretário de Defesa, Lloyd Austin, anunciou que Washington vai enviar mais meios militares para o Médio Oriente para apoiar Israel e fortalecer a posição dos EUA na região após “a recente escalada do Irão e das suas forças por procuração”, segundo a Reuters.

Os EUA vão enviar um sistema Terminal High Altitude Area Defense (THAAD) e mísseis de defesa aérea Patriot. Além disso, mais tropas serão colocadas em prontidão, disse Austin. Nas últimas semanas, Washington já mobilizou para o Médio Oriente dois porta-aviões, navios de apoio e cerca de 2.000 fuzileiros.

Durante a noite, uma base aérea no Iraque com forças norte-americanas e internacionais foi alvo de rockets lançados por milícias regionais.

Da Cimeira da Paz, realizada no Egito saíram apelos a um cessar-fogo e as nações árabes a apontarem a criação de dois Estados como a única solução duradoura para o conflito.

O grupo islamita do Hamas lançou a 07 de outubro um ataque surpresa contra o sul de Israel com o lançamento de milhares de foguetes e a incursão de milicianos armados, fazendo duas centenas de reféns.

Em resposta, Israel declarou guerra ao Hamas, movimento que controla a Faixa de Gaza desde 2007 e que é classificado como terrorista pela União Europeia e Estados Unidos, bombardeando várias infraestruturas do grupo na Faixa de Gaza e impôs um cerco total ao território com corte de abastecimento de água, combustível e eletricidade.

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Suíça investiga possível financiamento ao Hamas

  • Lusa
  • 21 Outubro 2023

A justiça suíça está a investigar o possível financiamento do Hamas a partir do país, há várias semanas, apesar de Berna não classificar a organização como terrorista, disse hoje o procurador-geral.

A justiça suíça está a investigar, há várias semanas, o possível financiamento do Hamas a partir do país, apesar de Berna não classificar a organização como terrorista, disse o procurador-geral. A investigação foi lançada “algumas semanas” antes dos ataques do Hamas em Israel, em 7 de outubro, disse Stefan Blättler na rádio pública suíça SRF, citado pela AFP, sem dar mais pormenores.

O Ministério Público suíço disse depois à AFP que a investigação dizia respeito a “suspeitas de financiamento do Hamas a partir da Suíça”. De acordo com a AFP, a investigação deverá ser complexa, tendo em conta a posição da Suíça em relação ao Hamas.

Desde 7 de outubro têm-se multiplicado os apelos na Suíça para que o Conselho Federal (Governo) classifique a organização como terrorista. A ‘task force’ Médio Oriente, criada na sequência dos atentados, está encarregue de estudar as possibilidades de classificar a organização islamista como organização terrorista, mas o Governo não deu qualquer calendário para o efeito.

O Conselho Federal considerou que só pode proibir organizações que também sejam proibidas pela ONU, explicou o Ministro dos Negócios Estrangeiros, Ignazio Cassis. “Fizemo-lo em 2015 com a Al-Qaeda, numa lei especial que foi suspensa no final do ano passado“. Apenas a Al-Qaeda, Estado Islâmico e outras organizações relacionadas estão atualmente banidas na Suíça.

O UDC – partido de extrema-direita suíço – exige que os membros do Hamas e os seus simpatizantes na Suíça sejam imediatamente colocados sob a vigilância dos serviços de inteligência da Confederação suíça.

Todas as tentativas apresentadas pelo Parlamento para proibir o Hamas falharam. Uma comissão na sua câmara baixa apresentou uma proposta com o mesmo objetivo.

O grupo islamita do Hamas lançou em 7 de outubro um ataque surpresa contra o sul de Israel com o lançamento de milhares de foguetes e a incursão de milicianos armados, fazendo duas centenas de reféns. Em resposta, Israel declarou guerra ao Hamas, movimento que controla a Faixa de Gaza desde 2007 e que é classificado como terrorista pela União Europeia e Estados Unidos, bombardeando várias infraestruturas do grupo na Faixa de Gaza e impôs um cerco total ao território com corte de abastecimento de água, combustível e eletricidade.

O terminal de Rafah, no sul de Gaza e a única passagem para o Egito, vai permitir que a ajuda humanitária chegue ao território palestiniano.

O conflito já provocou milhares de mortos e feridos, entre militares e civis, nos dois territórios

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Especialistas pedem a Bruxelas revisão de políticas antitabagistas

  • ECO
  • 21 Outubro 2023

Um conjunto de especialistas internacionais enviou uma carta aberta a Bruxelas com um pedido para ter em conta o papel das alternativas sem combustão nas políticas antitabagistas.

O pedido chegou sob a forma de carta aberta (que pode ler aqui): Um conjunto de especialistas e investigadores científicos internacionais, entre os quais está o médico português Bruno Maia, enviaram um pedido à comissária europeia da saúde, Stella Kyriakides, em que pedem uma revisão das políticas europeias antitabagistas, levando em linha de conta o papel que podem ter as alternativas sem combustão.

Assim, estes cerca de 90 especialistas, incluindo investigadores da CoEHAR, (Centro de Excelência para a Aceleração da Redução de Risco), da Universidade de Catânia, rejeitam a possibilidade de equiparação dos cigarros a produtos sem combustão. “A nossa esperança é que, à luz das evidências científicas, a FCTC [Convenção Quadro da OMS para o Controlo do Tabaco – CQCT] e a União Europeia conduzam uma revisão cuidadosa, equilibrada e transparente das evidências científicas disponíveis sobre produtos sem combustão, em comparação com cigarros convencionais, para fornecer informações indispensáveis para a tomada de decisões no interesse de milhões de fumadores“, lê-se no sítio online deste centro.

O fundador do CoEHAR, Riccardo Polosa, chama a atenção para a necessidade de dar resposta aos fumadores que não vão deixar de sê-lo. “É preciso compreender que muitos fumadores, senão a maioria, não podem ou não pretendem parar de fumar. E para estes indivíduos, especialmente aqueles com patologias específicas, a transição dos cigarros convencionais para dispositivos sem combustão pode significar uma melhoria significativa em termos de saúde“, considera.

“Qualquer regulamentação sobre produtos sem combustão deve encontrar um equilíbrio entre a necessidade de proteger os jovens e a necessidade de ajudar os fumadores adultos a deixarem de fumar “, sugere Polosa. Aquele responsável do centro lembra exemplos internacionais que devem ser seguidos, como os do Reino Unido ou Noruega, Japão e Nova Zelândia. “O Centro de Excelência CoEHAR investigou os efeitos dos produtos sem combustão e o seu impacto nas condições de saúde, demonstrando com dados fiáveis ​​que estes produtos conduzem a uma redução significativa do risco se comparados aos cigarros convencionais, ajudam os fumadores a deixar de fumar e garantem clinicamente melhorias relevantes nos utilizadores com patologias relacionadas com o tabagismo“.

A carta aberta destes cerca de 90 especialistas e investigadores surge no contexto da chamada Conferência das Partes (COP10), que se realiza no Panamá, encontro se discutem as políticas sobre tabaco e nicotina. Como refere a CoEHAR, a CQCT da OMS vai decidir “sobre as diretrizes de saúde pública para os países participantes, incluindo a UE“.

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Autoridades alemãs proíbem manifestações pró-palestinianas até 30 de outubro

  • Lusa
  • 21 Outubro 2023

Polícia considera que "existe o perigo iminente" de que durante a manifestação sejam registadas "proclamações de incitação ao ódio e antissemitas".

A polícia de Berlim proibiu hoje uma manifestação pró-palestiniana planeada para domingo na capital alemã sob o lema “Paz no Médio Oriente”, considerando que existe o perigo de incitamentos antissemitas, e qualquer evento substituto até 30 de outubro.

“Depois de avaliar todas as circunstâncias e conclusões e pesar todos os interesses, em particular o direito fundamental à liberdade de reunião, a polícia de Berlim proíbe” a manifestação marcada para domingo entre as 14:00 e as 18:00 [13:00 e 17:00 em Lisboa] na praça Potsdamer e a celebração de “qualquer outro evento substituto” em Berlim até 30 de outubro, indicou um comunicado das autoridades.

A polícia berlinense especificou que a decisão foi tomada “com base nas experiências dos últimos anos e também no passado recente, nas novas conclusões e na preparação de uma análise” pelas autoridades competentes no contexto do recente conflito no Médio Oriente entre Israel e o movimento islamita Hamas.

Segundo esta avaliação, “existe o perigo iminente” de que durante a manifestação sejam registadas “proclamações de incitação ao ódio e antissemitas, glorificação da violência” e seja transmitida a vontade de usar a “intimidação e atos violentos”.

A polícia de Berlim mantém assim a sua estratégia de proibir manifestações pró-palestinianas, depois de na sexta-feira ter anunciado a proibição de dois protestos previstos para hoje no centro da cidade.

Apesar das proibições, nos últimos dias têm sido realizadas reuniões pró-Palestina e foram registados episódios de violência em Berlim que resultaram em numerosas detenções e no envio de cerca de 900 agentes para garantir a segurança.

A polícia confirmou hoje a sua presença no centro da cidade para fiscalizar o cumprimento da proibição de manifestações.

Este fim de semana estão previstas manifestações pró-palestinianas em várias cidades alemãs e hoje já estão a decorrer algumas – umas autorizadas e outras não -, sem que tenham sido registados até ao fim da tarde incidentes de relevo, segundo a comunicação social.

Em Dusseldorf, no oeste da Alemanha, cerca de 5.500 pessoas reuniram-se ao início da tarde, segundo estimativas da polícia, enquanto em Hamburgo (norte), onde as manifestações também foram proibidas até domingo, as forças de segurança dispersaram um protesto não autorizado.

O grupo islamita do Hamas lançou em 07 de outubro um ataque surpresa contra o sul de Israel com o lançamento de milhares de foguetes e a incursão de milicianos armados, fazendo duas centenas de reféns.

Em resposta, Israel declarou guerra ao Hamas, movimento que controla a Faixa de Gaza desde 2007 e que é classificado como terrorista pela União Europeia e Estados Unidos, bombardeando várias infraestruturas do grupo na Faixa de Gaza e impondo um cerco total ao território com corte de abastecimento de água, combustível e eletricidade. O conflito já provocou milhares de mortos e feridos, entre militares e civis, nos dois territórios.

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Crise no Médio Oriente pode agravar travagem da economia

  • Lusa
  • 21 Outubro 2023

A escalada do conflito entre Israel e o Hamas pode levar ao arrefecimento da economia mundial, devido ao aumento do preço do petróleo e adiamento de investimento e consumo, afetando também Portugal.

A escalada do conflito entre Israel e o Hamas pode levar ao arrefecimento da economia mundial, devido ao aumento do preço do petróleo e adiamento de investimento e consumo, afetando também Portugal, segundo os economistas consultados pela Lusa. Depois de enfrentar uma pandemia e o início da guerra na Ucrânia, a economia mundial está ainda em recuperação, que poderá agora ficar afetada por um novo conflito internacional.

O atual conflito entre Israel e o Hamas, que eclodiu na semana passada, poder-se-á agudizar e impactar negativamente a economia mundial se passar de um conflito confinado à faixa de Gaza a uma guerra regional gradualmente mais ampla, arrastando diretamente países vizinhos para o conflito, afetando, desse modo, não só a produção de crude, mas sobretudo o transporte de petróleo no golfo pérsico via estreito de Ormuz“, explica o economista sénior do Banco Carregosa Paulo Rosa.

O economista recorda que por este estreito passam diariamente cerca de 21 milhões de barris de petróleo, cerca de 20% do consumo diário global, o que torna o estreito de Ormuz “o ‘corredor’ energético e o ponto de estrangulamento mais importante do mundo, sobretudo para o petróleo, mas também para o gás natural liquefeito”.

O estreito é, segundo o economista, uma ‘arma estratégica’ para o Irão, que numa escalada da tensão que levasse a um conflito direto entre Israel e o Irão, fornecedor de armas e dinheiro ao Hamas, teria ainda mais impacto para a economia. “A economia europeia, ainda muito dependente dos combustíveis fósseis importados, seria consideravelmente afetada num cenário de guerra direta entre Irão e Israel. Apesar da intensificação do processo de transição energética nos últimos anos (objetivo de neutralidade carbónica em 2050) e da procura por segurança energética desde a eclosão da guerra na Ucrânia, a Europa e Portugal ainda são muito dependentes do petróleo“, prevê.

O diretor do gabinete de estudos do Fórum para a Competitividade, Pedro Braz Teixeira, sublinha que “há inúmeras incertezas envolvendo este conflito, desde logo a sua duração e o seu perímetro”. “Há potências, em particular a Rússia e o Irão, que gostariam de o ver alastrar e isso é um risco significativo. A incerteza pode ter um impacto direto de adiamento de decisões de investimento e de consumo, abrandando o PIB [Produto Interno Bruto] mundial“, considera.

As taxas de juro irão afetar o consumo privado e o investimento, enquanto a deterioração do PIB mundial deverá degradar as perspetivas para as nossas exportações. Todos estes efeitos são negativos, restando saber a sua amplitude, que dependerá da intensidade da subida dos preços da energia (e também do gás natural).

Pedro Braz Teixeira

O economista aponta ainda “a eventual utilização da arma energética (a região concentra os principais exportadores de petróleo), fazendo subir os seus preços, pode ter também um efeito negativo sobre o PIB, dificultar ou mesmo inverter a descida da inflação, e adiar a esperada descida de taxas de juro para 2024“. Para Pedro Braz Teixeira, o conflito poderá traduzir-se em “menos PIB, mais inflação, taxas de juro mais elevadas do que o esperado“.

O aumento do preço do petróleo teria também impacto para a economia portuguesa, quer através das exportações, quer do consumo. “As taxas de juro irão afetar o consumo privado e o investimento, enquanto a deterioração do PIB mundial deverá degradar as perspetivas para as nossas exportações. Todos estes efeitos são negativos, restando saber a sua amplitude, que dependerá da intensidade da subida dos preços da energia (e também do gás natural)“, refere Pedro Braz Teixeira.

Paulo Rosa recorda que, na proposta do Orçamento do Estado para 2024 (OE2024), o Governo prevê uma cotação do petróleo de 81 dólares por barril no próximo ano, comparando com valores previstos de 83 dólares para 2023. “Um cenário em que o preço do petróleo se situe 20% acima do assumido no cenário base, ou seja, um aumento para perto dos 100 dólares, teria um efeito negativo de 0,1 pontos percentuais no crescimento do PIB em 2024“, assinala.

Segundo o OE2024, tal reflete um menor crescimento do consumo e do investimento, parcialmente mitigado pela redução no crescimento das importações. “Todavia, uma eventual escalada do preço do petróleo, com a entrada direta do Irão no conflito, o efeito no PIB português tenderia a ser exponencial e dificilmente Portugal escaparia de uma recessão com o petróleo nos 150 dólares“, alerta Paulo Rosa.

O grupo islamita Hamas lançou no sábado passado um ataque surpresa contra Israel com o lançamento de milhares de foguetes e a incursão de milicianos armados por terra, mar e ar. Em resposta, Israel bombardeou a partir do ar várias infraestruturas do Hamas na Faixa de Gaza e impôs um cerco total ao território com corte de abastecimento de água, combustível e eletricidade. Os ataques já provocaram milhares de mortos e feridos nos dois territórios.

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