BE nega qualquer negociação com o Governo para compra de ações dos CTT

  • Lusa e ECO
  • 3 Janeiro 2024

“É manifestamente falso, é absolutamente falso que o BE tivesse negociado quaisquer compras de ações minoritárias nos CTT com o Governo do PS em troca do voto para o OE", diz Pedro Filipe Soares.

O Bloco de Esquerda (BE) negou esta quarta-feira ter feito qualquer negociação com o anterior Governo do PS para a compra de ações nos CTT “em troca do voto no Orçamento do Estado para 2021”, deixando críticas a PSD e Chega.

“É manifestamente falso, é absolutamente falso que o BE tivesse negociado quaisquer compras de ações minoritárias nos CTT com o Governo do PS em troca do voto para o Orçamento do Estado para 2021″, o líder parlamentar dos bloquistas, Pedro Filipe Soares, no Parlamento, considerando que “não faz sentido nenhum essa insinuação, essa mentira ser propalada, porque ela não tem qualquer adesão à realidade”.

Em causa está uma notícia do Jornal Económico segundo a qual o anterior Governo, sem o divulgar, instruiu a Parpública a comprar ações dos CTT através de um despacho do então ministro das Finanças, João Leão. Este jornal escreveu que “a compra teve lugar após exigências do BE” para aprovar o Orçamento do Estado para 2021.

Pedro Filipe Soares criticou o PSD, mas sobretudo o Chega, pelas declarações que fizeram sobre esta matéria, dizendo que “é público que o Chega tem entre os seus financiadores elementos da família Champalimaud, atuais acionistas dos CTT” e acusando o partido liderado por André Ventura de “propalar uma informação falsa para tirar dividendos políticos e até dividendos para esses acionistas privados”.

Quanto à posição do BE sobre os CTT, reiterou que o partido sempre defende publicamente que deve ser “uma empresa nacional, do Estado, com participação completamente pública” e referiu que “denunciou a descapitalização da empresa feita pelos privados e o incumprimento do contrato de concessão”.

“Partir daí e dizer que daríamos aceitação para uma compra minoritária da empresa, feita pela calada da noite, é de facto não conhecer nem a posição do BE, nem o que defendemos para a empresa, que não é o benefício aos privados pelo mal que estavam a fazer à empresa, que foi isso que o Governo esteve a fazer”, argumentou.

O líder parlamentar bloquista sublinhou que o BE “não deve nada a ninguém e sobre esta matéria quem insinua a mentira é que tem que a provar”. Os CTT foram privatizados entre 2013 e 2014 pela governação PSD/CDS-PP em período de assistência financeira externa a Portugal.

Entretanto, numa publicação na rede social X (antigo Twitter), Pedro Filipe Soares criticou a privatização “ruinosa” dos Correios, lembrando que “sempre defendeu a sua nacionalização”. Mas, acrescentou, o Executivo “sempre rejeitou os termos em que o queríamos fazer: desmascarando a descapitalização da empresa feita pelos privados em vez de lhes pagar pelo abuso”.

O Chega e a Iniciativa Liberal agendaram para quarta e quinta-feira debates na Assembleia da República para obter esclarecimentos sobre a compra de ações dos CTT por parte da Parpública e o PSD exigiu conhecer o despacho das Finanças para a compra de ações dos CTT. Estes três partidos pediram explicações ao secretário-geral do PS, Pedro Nuno Santos.

(Notícia atualizada às 18h19 com a publicação de Pedro Filipe na rede social X)

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