Juros dos depósitos sobem pelo 14.º mês, mas já há bancos a cortar nas taxas

Juros dos novos depósitos a prazo subiram para 2,98% em novembro, a taxa mais elevada em mais de dez anos. Mas os bancos já começaram a cortar as remunerações das poupanças em antecipação ao BCE.

Após o salto histórico em outubro, a taxa de juro dos novos depósitos a prazo voltou a subir em novembro, pelo 14.º mês consecutivo. Atingiu os 2,98%, o valor mais elevado desde julho de 2012. Ainda assim, os bancos já começaram a cortar as remunerações das poupanças perante a perspetiva de inversão da política monetária do banco central.

Os dados divulgados esta quinta-feira pelo Banco de Portugal mostram que a remuneração média dos novos depósitos com prazo acima de dois anos (representam menos de 2% dos novos depósitos a prazo) já começou a cair: reduziu-se de 2,13% em outubro para 1,99% em novembro.

Ou seja, nos prazos mais alargados, os bancos já estão a cortar as taxas de juro dos depósitos a prazo, antecipando-se a uma mais do que esperada descida das taxas diretoras do Banco Central Europeu (BCE) ao longo deste ano e do próximo. As últimas duas reuniões do BCE já trouxeram uma pausa da subida dos juros e os mercados apontam para seis cortes das taxas durante 2024.

nos novos depósitos com prazo até um ano, que representaram 98% do total de novos depósitos a prazo de particulares em novembro, a remuneração média teve uma ligeira subida para 3,00% (face aos 2,95% em outubro), segundo os dados do supervisor. Mas uma ronda pela oferta de depósitos a prazo dos principais bancos portugueses revela que também nestas maturidades as remunerações já estão a ser revistas em baixa.

Quanto aos depósitos com prazo de um a dois anos, a remuneração média das novas aplicações verificou um aumento de 2,15% em outubro para 2,67% em novembro.

Juro médio dos depósitos sobe há 14 meses

Fonte: Banco de Portugal

Ainda de acordo com o Banco de Portugal, o montante de novas operações de depósitos a prazo de particulares superou os dez mil milhões de euros, tratando-se de uma descida de 625 milhões em relação ao montante observado no mês anterior.

Nas empresas, a remuneração média dos novos depósitos a prazo foi de 3,40%, um aumento de 0,09 pontos percentuais face a outubro. As novas operações de depósitos totalizaram 6,26 mil milhões de euros, menos 625 milhões do que em outubro, 99,7% dos quais foram aplicados em depósitos a prazo até um ano.

(Notícia atualizada às 11h36)

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