Venda de Seguros caiu 2% em 2023. Ramo Saúde foi a estrela

Agentes e corretores de seguros ajudaram a salvar um ano em que os produtos do Ramo Vida das companhias voltaram a ser pouco competitivos. Os ramos gerais quase compensaram a quebra geral.

A produção de seguros baixou 2% em 2023 em relação ao ano anterior revelam dados provisórios agora revelados pela Associação Portuguesa de Seguradores (APS) que representa todas as companhias que operam em Portugal. O ramo Vida desceu 15% em vendas enquanto os ramos Não Vida subiram em conjunto 11%, com os seguros de saúde a serem o produto estrela com o aumento de 17% e faturando mais 200 milhões de euros que em 2022.

Em valores, o ramo Vida obteve receitas de 5.081 milhões de euros, menos 864 milhões de euros que um ano antes que já tinha correspondido a uma quebra de 1.782 milhões face a 2021. Os Ramos Não Vida (ou Gerais) cresceram 622 milhões de euros para 6.491 milhões de euros. No total a venda de seguros totalizou 11.572 milhões de euros.

Os indicadores da APS ressalvam o valor inflação como acessório a esta análise e a taxa acumulada ao longo de 2023, de janeiro a dezembro, foi de 4,1%. Com este ajustamento os seguros de vida venderam -18,1% que em 2022, os Gerais +6% e no total a produção em termos reais foi -6,1%.

Vida baixa 15%, Saúde cresce 17%

O ramo Vida continuou a ser prejudicado por não ter acompanhado com produtos adequados à subida das taxas de juro que se revelou durante o ano de 2023. Produtos de capitalização desceram vendas 20% e os PPR 11%, enfrentando a concorrência na poupança dos certificados de aforro do Estado no primeiro semestre e da gradual aumento das taxas de juro oferecidas pelos bancos nos seus depósitos no segundo semestre.

Os seguros de Vida Risco, utilizados essencialmente em crédito à habitação e em crédito ao consumo, quebraram vendas em 2%, mantendo-se em cerca de 803 milhões de euros anuais.

Nos ramos gerais ou Não Vida, o destaque vai para os seguros de saúde que cresceu 17% nominalmente e foi o produto estrela do ano para o setor segurador. O crescimento em volume de prémios e de pessoas seguras foi evidente com a crescente oportunidade criada pelas dificuldades de acesso das populações ao serviço nacional de saúde.

No total os seguros gerais cresceram 11% em vendas e representam agora 59% do negócio de seguros em Portugal. Este valor está muito acima da habitual correlação direta normalmente existente com o crescimento do PIB que, segundo o INE, terá sido de 6,2 % em 2023, dos quais 4,3% de inflação média e 1,9% de crescimento real.

As vendas de seguro automóvel subiram 8% devido a aumentos nos prémios e a uma venda superior de automóveis novos e continua a ser o maior ramo com 2,3 mil milhões de euros vendidos em 6,5 mil milhões do total dos seguros gerais. Os seguros de saúde consolidaram-se como o segundo maior dos ramos Não Vida e acidentes de trabalho subiram 11% resultado de aumentos salariais e níveis baixos de desemprego.

Os seguros de propriedade registaram uma subida de 11% quanto a multirriscos habitação, cuja atualização automática entre 10% e 14% dos capitais seguros durante todo o ano de acordo com a inflação específica verificada pela ASF para a reconstrução de edifícios e substituição de recheios. Já nos ramos multirriscos comércio e indústria o aumento de vendas foi de 10% e em Incêndio de Danos de 9%.

Registe-se um aumento de 8% nos seguros de responsabilidade civil, os Acidentes Pessoais cresceram apenas 2% e um conjunto diverso de ramos subiu apenas 6%.

Mediadores acima da média, bancos em quebra

Os dados da APS distinguem o canal de vendas bancário de todos os outros que incluem a venda direta das seguradoras, os corretores e os mediadores e os agentes de seguros, estes com a maior expressão nas vendas de seguros em Portugal. No total os bancos que tinham vendido 48% dos seguros em 2022 baixaram essa quota para 41% no ano passado.

Na ramo Vida os agentes conseguiram uma subida de vendas no ramo Vida de 8% contra uma quebra de 21% no lado dos bancos, concorrendo positivamente para que a descida de produção total fosse de apenas 15%. Com destaque para os produtos de capitalização em que os bancos baixaram quase 30% e os outros canais venderam mais 13%.

Nos ramos Não Vida o canal bancário subiu a produção em 8% enquanto os outros canais aumentaram 11%. No caso específico dos seguros de saúde, os canais não bancários venderam mais 19% atingindo 954 milhões de euros, mais 150 milhões que um ano antes.

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