Exclusivo Medina (ainda) fora do Parlamento
Fernando Medina quer fazer uma pausa na sua atividade política, sinalizou isso mesmo a Pedro Nuno Santos, mas ainda é possível um entendimento para integrar as listas às eleições.
Fernando Medina tinha entrado em quinto lugar no círculo do PS de Lisboa nas legislativas de há dois anos, foi a escolha de António Costa para as Finanças que surpreendeu quase todos, já tinha tomado a decisão de fazer uma pausa na sua atividade política, mas os contactos com Pedro Nuno Santos nos últimos dias poderão fazer inverter a sua decisão e vir a aparecer nas escolhas a apresentar pelo PS aos eleitores.
O novo secretário-geral do PS está na reta final para a elaboração das listas de deputados à Assembleia da República para as eleições de 10 de março, e os nomes deverão ser aprovados nos órgãos do PS já nesta terça-feira. Uma das notícias deste fim de semana foi precisamente a decisão de Duarte Cordeiro de não integrar as listas por causa das investigações da operação Influencer — e apesar de não ser arguido, mas apenas citado nos autos do processo –, e agora mantêm-se a dúvida sobre o que virá a decidir o ministro das Finanças e, ainda há poucos meses, dado como concorrente de Pedro Nuno Santos e putativo candidato à liderança, que não veio a confirmar.
Oficialmente, nem Pedro Nuno Santos nem Fernando Medina responderam ao ECO sobre a probabilidade do ainda ministro não vir sequer a integrar a lista de deputados. Nas últimas semanas, Medina confidenciou aos seus mais próximos que não estaria disponível para integrar as listas ou para ter funções executivas num eventual governo socialista liderado por Pedro Nuno Santos. É público e notório que os dois estão, desde há anos, desalinhados do ponto de vista político e, na ala mais centrista do PS, houve quem tentasse convencer Medina a concorrer contra Pedro Nuno Santos, opção que nunca esteve em cima da mesa para o próprio.
Um dos confrontos mais ou menos públicos entre Pedro Nuno Santos e Fernando Medina foi precisamente por causa da TAP e do despedimento da gestora francesa Christine Ourmiéres Widener por justa causa. O agora secretário-geral do PS e candidato a primeiro-ministro tinha afirmado em entrevista ao ECO que, se fosse ministro, não teria demitido a gestora, decisão de Medina e do então ministro João Galamba. Na última semana, como o ECO revelou em primeira mão, a TAP veio contestar o pedido de indemnização da gestora francesa de quase seis milhões de euros com argumentos que não tinham sido usados aquando do despedimento. Desde logo a incompetência da gestora escolhida por Pedro Nuno Santos quando era ministro das Infraestruturas.
Fernando Medina tem, de qualquer forma, uma das mais importantes cartas políticas que podem ser usadas por Pedro Nuno Santos nesta campanha: Vai terminar o seu mandato nas Finanças com um nível de dívida pública em percentagem do PIB inferior a 100% e, segundo revelou Marques Mendes no seu comentário de domingo, com um saldo excedentário superior a 1% do PIB. Com este trunfo, aliás, Pedro Nuno Santos já veio dizer que assume o Orçamento do Estado que está em vigor, com o objetivo de capturar a marca das “contas certas” e já definiu o crescimento económico como uma prioridade política, com o Estado a fazer escolhas nos apoios às empresas.
Além da relevância política de Medina, Pedro Nuno Santos ainda não apresentou qualquer nome na área económica e financeira. Um dos nomes possíveis para integrar o núcleo duro de Pedro Nuno Santos com a pasta das Finanças, e que circulou nos últimos 15 dias, foi o de Ricardo Mourinho Félix, antigo secretário de Estado de Centeno e que terminou o seu mandato na administração do BEI no final de 2023, mas essa possibilidade não terá passado disso mesmo.
Já os nomes a integrar a lista de deputados também não deixam perceber alguma escolha de Pedro Nuno Santos nesta área. Dos nomes conhecidos, e já confirmados, Mariana Vieira da Silva vai liderar a lista do PS por Lisboa, enquanto Francisco Assis será o cabeça-de-lista no Porto e o próprio Pedro Nuno Santos vai manter-se como cabeça-de-lista por Aveiro.
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