Salários do setor privado devem aumentar 4% este ano
Salários devem aumentar, em média, 4% no privado este ano, abaixo do referencial firmado na Concertação Social. Inflação, risco de recessão económica e escassez de talento influenciam.
Os salários dos trabalhadores do setor privado devem crescer, em média, 4% este ano. A previsão consta de um relatório divulgado esta segunda-feira, que teve por base as respostas de 431 organizações em Portugal e, a confirmar-se, significa que não será cumprido o referencial negociado na Concertação Social entre o Governo, três das confederações patronais e a UGT.
“Para o setor privado, há um acordo que prevê um referencial de 5% para os aumentos salariais durante o ano de 2024. No entanto, não é vinculativo. Ou seja, as empresas privadas não têm de o seguir, como aliás é verificado nas evidências do estudo da WTW, que abrange dados de empresas de pequena, média e grande dimensão dos diferentes setores de mercado e, cujo aumento médio de referência situa-se nos 4%“, é explicado numa nota enviado às redações.
No que diz respeito especificamente às funções executivas, o reforço remuneratório previsto é de 3,8%. Em comparação, na gestão intermédia antecipa-se um aumento de 4,2%.
A influenciar os orçamentos das empresas para os salários estão, neste momento, a inflação – 72,8% dos empregadores em Portugal identificam esse fator –, mas também a necessidade de reter talento, em consequência da escassez de mãos qualificadas (44,8%) e a antecipação de uma recessão económica ou a diminuição dos resultados financeiros (29,6%).
“Os empregadores enfrentam escolhas difíceis numa altura em que tentam controlar os custos num clima económico de incertezas, mas também lutam para manter os seus níveis salariais atrativos. A pressão da inflação e um mercado de trabalho competitivo estão ou vão pressionar os seus orçamentos salariais, de modo a poderem reter e atrair os melhores profissionais”, avalia a associate director da consultora WTW Portugal.
Sandra Bento acrescenta que as organizações que adotem uma “estratégia de recompensas mais clara e uma compreensão do que os colaboradores realmente procuram, serão as que mais sucesso terão”.
O reforço do acordo de rendimentos que prevê o tal referencial de 5% não conta com o “sim” nem da CGTP, nem da Confederação Empresarial de Portugal (CIP), que considera que não estão a ser criadas condições para que as empresas suportem esses aumentos salariais, de forma sustentável.
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