Exclusivo EastBanc vai converter a Embaixada no Príncipe Real em hotel num investimento de 20 milhões

  • Ana Petronilho
  • 31 Janeiro 2024

Promotora de origem americana revela ao ECO que vai investir 70 milhões nos próximos quatro anos, sendo a habitação acessível uma aposta.

A EastBanc, de Anthony Lanier, conhecido por ter recuperado o bairro de Georgetown, em Washington, vai converter o Palácio Ribeiro da Cunha (conhecido como Embaixada) num hotel com 50 quartos. Um investimento que ronda os 20 milhões de euros, revelou ao ECO Tiago Eiró, diretor-geral da EastBanc em Portugal, sendo que neste valor estão incluídos apenas os custos com as obras.

Por definir está ainda a rede hoteleira que vai explorar a nova unidade, localizada em frente ao jardim do Príncipe Real, onde até agora funcionavam várias lojas e um restaurante. O Palácio Ribeiro da Cunha vai funcionar como porta principal de entrada do hotel e serão recuperados os edifícios adicionais no logradouro e as antigas cavalariças.

Mas este é apenas um dos oito projetos em curso que representam um investimento total de 70 milhões de euros, previstos para os próximos quatro anos, refere ainda Tiago Eiró

Com o foco na habitação acessível, este ano o EastBanc vai arrancar com obras de requalificação em dois edifícios na mesma zona da cidade lisboeta. É o caso do Projeto da Rua da Alegria 76, que vai ser transformado em 31 apartamentos e moradias, numa lógica de build to rent. “Gostávamos muito de construir mais habitação acessível. Nos Estados Unidos desenvolvemos projetos de habitação em zonas nobres das cidades”, vinca Tiago Eiró, que confessa que lhe faz “confusão” a falta de casas na baixa de Lisboa, sobretudo para os jovens.

Outro dos projetos a arrancar com obra em 2024 é o Anjos Urban Palace, no Palacete Anjos, localizado ao lado do Palácio Ribeiro da Cunha. Neste imóvel de seis pisos, com data de 1875 e onde esteve instalada a sede da Escola Superior Colonial, e, posteriormente, uma dependência do Banco de Portugal, vão funcionar escritórios e retalho. Este projeto vai ser apresentado ao mercado em março com as obras a terminar no verão de 2025. A aposta neste imóvel é justificada por Tiago Eiró pela “falta de escritórios em edifícios bons e bem localizados em Lisboa”

No portefólio de 20 imóveis do EastBanc em Lisboa, avaliados em cerca de 130 milhões, entra ainda um edifício na Rua da Rosa (uma das principais ruas do Bairro Alto), que foi comprado em dezembro de 2022 a um proprietário particular, por um “preço competitivo”, diz o CEO da promotora. Também este imóvel vai ser transformado em oito apartamentos, estando previsto o arranque das obras em 2025.

Na calha está ainda a reabilitação do edifício anexo ao Museu Nacional de História Natural e Ciência e o Casario Poente, junto ao Museu Botânico na Rua da Escola Politécnica, para ser transformado numa residência universitária, além de espaços de restauração, comércio e serviços. Este projeto nasce de um contrato de concessão assinado com a Universidade de Lisboa, por um período de 30 anos.

Além da residência com 60 quartos e 75 camas, distribuídos por três pisos, a EastBanc será responsável pela reabilitação do espaço da Biblioteca e Sala do Conselho, que será para uso da universidade, assim como da Sala e Biblioteca Vandelli, também destinada a sala de estudo para os estudantes da nova residência da Universidade de Lisboa.

Interesse no Porto e noutras zonas de Lisboa

Há mais de 20 anos que a EastBanc tem vindo a investir, sobretudo, no Príncipe Real, numa lógica de dar uma nova vida ao bairro e à comunidade. Mas isso não impede que a promotora venha a investir em outras zonas de Lisboa ou até mesmo no Porto. “Há muita coisa para se fazer e tenho vontade de investir mais. Temos olhado para o Porto, onde o licenciamento é mais célere que em Lisboa”, sublinha o CEO Tiago Eiró.

E dentro de Lisboa, a promotora de origem americana tem interesse em bairros onde pode “acrescentar valor”, sendo o caso de Alcântara, o Cais de Sodré/Santos ou a zona do Beato/Marvila.

Além disso, o CEO revela que, ainda na capital, planeia investir “num grande projeto de habitação, retalho e escritórios”, tendo apresentado propostas para a compra de vários terrenos e imóveis, mas que não se concretizaram. Foi o caso da Portugália, na Avenida Almirante Reis, para a sede do Novobanco na Avenida da Liberdade, ou o terreno que o Novobanco tem à venda junto às Amoreiras.

Assumindo-se como “otimista”, Tiago Eiró prevê um ano com um mercado dinâmico, sobretudo no segundo semestre, com obras e projetos a “acelerar” depois da entrada em vigor do simplex do licenciamento a 4 de março.

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