Portuguesa Connected levanta 2 milhões. Este ano quer fazer testes no espaço

Fundada há cerca de um ano, a startup, que pretende fornecer serviços de conectividade a partir do espaço, pretende ainda reforçar a equipa em uma dezena de pessoas.

Fundadores da Connected

A Connected levantou dois milhões de euros numa ronda pré-seed, a “maior levantada por uma startup do setor espacial em Portugal”. Expandir a equipa em mais dez pessoas e realizar testes no espaço ainda este ano estão entre os objetivos com esta injeção de capital.

“A concretização desta ronda de investimento é um marco significativo para uma empresa que foi fundada apenas há um ano. Estamos muito entusiasmados com o apoio que conseguimos reunir, juntando em nosso redor um conjunto de investidores de renome, que partilham a nossa visão. Com este investimento, damos mais um passo na construção de uma rede global de conectividade IoT, que apoiará a transformação digital e a transição climática na Terra, para além de contribuir para a sustentabilidade do espaço, limitando o número de novos ativos em órbita”, diz Tiago Rebelo, cofundador e CEO da Connected, citado em comunicado.

Na ronda, coliderada pela Shilling VC, pela Iberis Capital e pela FundBox, também participaram a Amena Ventures, o angel investor Keith Willey e a britânica Octopus Ventures.

Fundada em 2023 – com escritórios na UPTEC, no Porto, e sede no Instituto Pedro Nunes (IPN), em Coimbra, onde está incubada como parte da iniciativa de incubação de empresas da Agência Espacial Europeia (ESA-BIC) –, a Connected está a desenvolver um “sistema rádio proprietário, autónomo, escalável e integrável em satélites de terceiros, em órbitas baixas (LEO), capaz de fornecer conectividade standard e global, de baixa largura de banda, otimizada para soluções de baixo-custo e baixa-potência”, pode ler-se em comunicado.

A rede, em desenvolvimento, “integrará nós espaciais e terminais terrestres, fornecendo serviços de conectividade para aplicações pessoais (por exemplo, apoio de emergência em áreas remotas), bem como aplicações IoT, que promovem a transição climática (na prevenção de incêndios e proteção da vida selvagem, por exemplo), e ainda a transformação digital (na agricultura de precisão, na aquacultura e na vigilância e defesa do território, entre outras áreas”, pode ler-se ainda.

A empresa tem como objetivo promover “uma nova geração de modelos de negócio baseados em baixos volumes de dados, eliminando as limitações de rede em zonas remotas, incluindo no Oceano.”

A procura por conectividade a partir do espaço está a crescer, impulsionada pelo crescimento de dispositivos IoT em áreas sem cobertura de rede móvel celular terrestre. O número de dispositivos IoT que precisarão de conectividade via satélite excederá os 21 milhões, em todo o mundo, até 2026, estima-se.

Objetivos da ronda

Reforçar a equipa está entre os objetivos da ronda. “A equipa tem 12 pessoas neste momento, sendo que o plano passa por contratar mais 10 pessoas até final de 2024. Os perfis são: engenheiros de eletrónica e sistemas embebidos, engenheiros de RF e telecomunicações, engenheiros aeroespaciais e também gestão de projeto”, adianta Tiago Rebelo, ao ECO.

A empresa quer ainda avançar com testes no espaço ainda este ano. “Sendo o sistema da Connected embarcado a bordo de satélites de terceiros, neste caso o mesmo será testado no espaço a bordo de um satélite dos nossos parceiros”, diz Tiago Rebelo.

A Connected tem uma parceria com a empresa britânica Open Cosmos. “Em todo o caso, outras possibilidades e parcerias, também a nível nacional estão a ser exploradas”, refere ainda o confundador.

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