Lucros da Corticeira Amorim caíram quase 10% em 2023. Propõe dividendo de 0,2 euros

Vendas da gigante industrial nortenha baixaram do patamar dos mil milhões de euros devido à quebra da atividade nos revestimentos e nos compósitos de cortiça, e pelo efeito cambial desfavorável.

Num ano em que as vendas caíram abaixo da fasquia dos mil milhões de euros devido à “redução significativa” da atividade e ao efeito cambial desfavorável, a Corticeira Amorim fechou o exercício de 2023 com um resultado líquido de 88,9 milhões de euros, o que representa uma redução de 9,7% face ao ano anterior.

Em comunicado enviado esta quinta-feira à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), a gigante industrial liderada por António Rios Amorim avança, por outro lado, que o conselho de administração decidiu propor à assembleia geral, agendada para o dia 22 de abril, o pagamento de um dividendo bruto de 0,20 euros por ação, idêntico ao do último exercício.

Após superar pela primeira vez a fasquia dos mil milhões de euros em 2022, as vendas recuaram 3,5% no ano passado, para 985,5 milhões de euros. Uma diminuição explicada com a evolução cambial e com a quebra nos níveis de atividade da Amorim Cork Flooring (-30,1%) e da Amorim Cork Composites (-3,8%), “apesar de um mix de produto mais favorável e da subida de preços”.

Se a unidade de revestimentos enfrentou uma “conjuntura extremamente adversa, particularmente nos segmentos de retalho e residencial”, os compósitos de cortiça foram penalizados pela redução dos volumes nos segmentos de menor valor acrescentado. A Amorim Cork Insulation manteve a evolução positiva (14,2%), assim como a unidade de rolhas (0,7%), em que faturou 759,4 milhões de euros, o equivalente a 76% do indicador consolidado.

“Apesar das vendas terem beneficiado da melhoria do mix de produto e da subida de preços, os volumes continuaram pressionados, refletindo essencialmente os efeitos do destocking. Os segmentos de rolhas para vinhos espumosos e espirituosos foram os que mostraram maior resiliência, destacando-se, no segmento de rolhas para vinhos tranquilos, as rolhas Neutrocork, que continuaram a apresentar um forte crescimento de vendas”, resume a empresa.

Apesar dos impactos negativos do aumento dos preços de consumo da cortiça e da desalavancagem operacional, o EBITDA consolidado aumentou para 177 milhões. Um crescimento de 7,9%, explica ainda, que resultou essencialmente da melhoria do mix de vendas e de “poupanças significativas ao nível dos custos operacionais, nomeadamente decorrentes da redução dos preços de eletricidade e transportes”. A margem EBITDA cifrou-se em 18%.

Refletindo o acréscimo das necessidades de fundo de maneio (108 milhões), o aumento do investimento em ativo fixo (95 milhões) o pagamento de dividendos (39 milhões) e a compra de uma participação de 55% na suíça VMD (12 milhões), a dívida remunerada líquida aumentou no final de dezembro para 241 milhões vs. 129 milhões um ano antes.

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