Ações portuguesas rendem menos de 1% ao ano desde 1974

Apesar de terem apresentado um desempenho bastante baixo ao longo dos últimos 50 anos, as ações apresentaram uma rendibilidade acima dos restantes ativos financeiros.

O mercado nacional de ações está longe de ser apetecível para os investidores. Durante os 50 anos de Democracia, as ações portuguesas renderam, em termos reais, em média, 0,9% por ano, segundo dados divulgados esta quarta-feira por três investigadores para um trabalho da UBS, o “Global Investment Returns Yearbook 2024”.

Mas apesar de oferecerem ganhos bastante reduzidos aos investidores, as ações portuguesas conseguem apresentar uma rendibilidade bem superior às perdas registadas pelas obrigações do Tesouro e dos Bilhetes do Tesouro, que desde 1974 até ao final do ano passado contabilizaram perdas reais médias de 0,5% e 0,8%, respetivamente.

Encurtado o horizonte temporal, considerando apenas o período de 2004 a 2023, os números são ligeiramente diferentes, com as ações e as obrigações do Tesouro a equipararem-se, ao apresentarem uma rendibilidade média real de 2,9% por ano ao longo das últimas duas décadas. No entanto, os Bilhetes do Tesouro mantêm um desempenho negativo real de 0,8% neste período.

Estes dados revelam a pouca atratividade dos ativos financeiros nacionais no longo prazo, no entanto, mostram com clareza que as ações continuam a ser o ativo financeiro mais rentável no longo prazo, tanto em Portugal como no resto do mundo.

De acordo com dados recolhidos por Elroy Dimson, Paul Marsh e Mike Staunton ao longo de 124 anos de história em 35 países, as ações apresentaram rendibilidades acima das obrigações e dos títulos de dívida de curto prazo em todos os mercados que os académicos e investigadores recolheram dados.

Ao longo deste período, entre 1900 e 2023, o prémio da rendibilidade oferecida pelas ações face aos títulos de dívida de curto prazo foi de 4,7% por ano e face às obrigações foi de 3,3%, com as ações mundiais a apresentarem uma rendibilidade real média de 5,1% por ano nos últimos 124 anos.

Em Portugal, o diferencial do desempenho entre ativos ao longo deste período foi ainda maior, com as ações a registarem um prémio de 5,4% face às obrigações e 4,9% face aos títulos de dívida de curto prazo, que foi espelhado por uma rendibilidade real média de 3,7% ao ano pelas ações desde 1900 face a uma rendibilidade de -1,6% das obrigações do Tesouro e -1,1% face aos Bilhetes do Tesouro.

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