Costa “confiou” a Bruxelas que haverá contas certas com novo Governo. “Nunca faria aos outros o que me fizeram e não gostei”
Na última ida a Bruxelas, primeiro-ministro tranquilizou colegas europeus sobre a política orçamental do futuro Executivo. “Outros não o fizeram quando assumi funções e sei bem o custo que isso teve".
António Costa assegurou esta sexta-feira que transmitiu em Bruxelas a “confiança que todos devem manter no país e naqueles que democraticamente os portugueses escolherem para governar”, notando ainda que o futuro Executivo liderado por Luís Montenegro “tem as condições” financeiras para manter o rumo das contas certas.
“Outros não o fizeram quando assumi funções e sei bem o custo que isso teve para o país e para a ação governativa. Nunca faria aos outros o que me fizeram a mim e não gostei”, referiu o primeiro-ministro cessante, numa referência às dúvidas que foram levantadas quando assumiu o cargo com o apoio da geringonça.
Em conferência de imprensa, o ainda governante disse que não sai com “mágoa”, mas “com algum orgulho ao lembrar como tudo começou há oito anos, com muito ceticismo sobre a possibilidade de conseguirmos cumprir regras europeias no quadro parlamentar que tínhamos definido e pelo [objetivo traçado de] virar da página da austeridade”.
"Com alguma imodéstia, confesso que saio com algum orgulho ao lembrar como tudo começou há oito anos, com muito ceticismo sobre a possibilidade de conseguirmos cumprir regras europeias.”
No que toca à política externa e ao objetivo de gastar 2% do PIB na área da Defesa, assumido em 2014 pelo Executivo de Pedro Passos Coelho, António Costa salientou a “continuidade” nos compromissos internacionais por parte dos dois maiores partidos. “O meu Governo deu continuidade e presumo que o próximo também dará”, referiu.
Questionado sobre o boletim do Banco de Portugal, divulgado esta sexta-feira de manhã, e que mostra um maior otimismo, com uma previsão de crescimento de 2% em 2024, o ainda primeiro-ministro respondeu que “tudo o que [viu] são boas notícias e confirmam as boas expectativas que os portugueses podem ter no futuro da economia” nacional.
Poucas horas depois de a procuradora-geral da República, Lucília Gago, ter admitido que “é possível que o processo [autónomo no Supremo Tribunal de Justiça que visa o primeiro-ministro cessante] desça para o DCIAP”, Costa repetiu apenas que “quando a Justiça quiser falar [consigo], sabe o número de telefone e onde [está]. “Não falo com a justiça através da comunicação social”, completou.
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