Subida de preços e mau tempo não assusta turistas na Páscoa. Viagens sobem 20% e hotéis esperam ocupação de 75%

  • Ana Petronilho
  • 30 Março 2024

Preços das viagens subiram 5%. Disneyland Paris, Cabo Verde, Djerba ou S. Tomé são dos destinos eleitos pelos portugueses. Cá dentro, os hotéis em Lisboa, Madeira e Algarve são os mais procurados.

A subida de preços ou o mau tempo não assustaram os turistas portugueses, que aproveitam a Páscoa para viajar pelo país ou além-fronteiras. O crescimento da inflação ou a subida dos preços dos bilhetes de avião traduziu-se num aumento médio de 5% do preço das viagens ao estrangeiro nesta altura do ano, mas nem por isso os portugueses vão viajar menos. Pelo contrário. O número de reservas subiu, em média, 20%. Há operadores a reportar “crescimentos mais agressivos”, o que mantém o mercado das viagens “aquecido”, adiantou ao ECO o presidente da Associação Portuguesa das Agências de Viagens e Turismo (APAVT), Pedro Costa Ferreira.

E com um número elevado de destinos que “estão a correr bem”, entre as preferências dos portugueses para destinos a curto e médio curso, estão a Disneyland Paris, Cabo Verde, Djerba (na Tunísia), Creta, Senegal, S. Tomé ou circuitos europeus. Entre os destinos mais distantes, a República Dominicana, o México ou o Brasil estiveram no topo das escolhas dos turistas portugueses, disse ainda ao ECO o presidente da APAVT.

A Disneyland Paris está no topo das escolhas dos portugueses nas férias da Páscoa.Lusa

 

Cá dentro, é para a Madeira, Lisboa ou Algarve que os turistas nacionais mais vão rumar, sendo que os hoteleiros em todo o país apontam para uma taxa de ocupação de 75% para o fim de semana da Páscoa, com um preço médio por noite a atingir os 141 euros, diz ao ECO a Associação da Hotelaria de Portugal (AHP), com base num inquérito a 363 hoteleiros, que decorreu de 8 a 17 de março. Preço que para 90% dos inquiridos fica acima dos valores cobrados em 2019 e no ano passado.

Entre as várias regiões do país, a Grande Lisboa lidera com previsão de atingir 83% de taxa de ocupação no fim de semana da Páscoa, seguida pelo Algarve com 78%, a região Centro com 77% e a Madeira com 74%, de acordo com os dados da AHP.

“Apesar do tempo não parecer vir a ser tão risonho quanto o inicialmente esperado, pelo menos para quem visita a maioria dos destinos”, os hoteleiros “estão bastante otimistas” para este período, disse ao ECO Cristina Siza Vieira, vice-presidente executiva da AHP.

Em Portugal, a Madeira é um dos destinos mais procurados com os hotéis da região a registar uma taxa de ocupação de 74% durante o fim de semana da Páscoa.Lusa

 

No entanto, a representante dos hoteleiros salienta “algumas disparidades regionais”, com destinos como o Algarve e a Grande Lisboa a liderarem “as expectativas de reservas e ocupação”, enquanto que nos Açores e na Península de Setúbal “há menos otimismo em termos de ocupação e preço”.

Os Açores, aliás, são um destino que “há vários meses tem vindo a preocupar” os hoteleiros por causa, sobretudo, da “redução das ligações aéreas para o arquipélago”, sendo esta uma “situação que se está a verificar e que se irá agravar no futuro”, aponta Cristina Siza Vieira. Com este cenário, os hoteleiros da região devem registar uma pior taxa de ocupação, com o nível de reservas a ficar em 54%, sem que, para já, seja reduzido o preço médio das estadias.

Em relação aos preços por noite, a Madeira é onde os valores das estadias são mais elevados sendo, em média, cobrado 173 euros por noite, seguindo-se o Alentejo com 170 euros e a Grande Lisboa com 156 euros. A região Oeste e Vale do Tejo registam os valores mais baixos, fixados em 97 euros.

Neste período, em 88% dos hoteleiros inquiridos pela AHP, os turistas portugueses são o principal mercado para o fim de semana da Páscoa, seguindo-se os espanhóis com 63% de reservas o Reino Unido com 35%, os EUA com 29% e a Alemanha com 26%.

O canal de reserva mais utilizado para este período foi a Booking.com, seguida do site do próprio hotel.

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