Níveis de produção na Zona Euro caem para mínimos de três meses

A pressionar fortemente os níveis de produção da moeda única estão as economias da Alemanha e de França que, em março, voltaram a renovar mínimos de cinco e três meses, respetivamente.

Em março de 2024, o nível produtivo da Zona Euro enfrentou desafios significativos, conforme revelado esta terça-feira pelos dados mais recentes do HCOB Eurozone Manufacturing PMI.

Este índice, que mede a saúde económica do setor industrial no espaço da moeda única, registou uma queda de quase 1% para 46,1 pontos em março, o nível mais baixo dos últimos três meses, sinalizando com isso uma contração contínua na produção e das novas encomendas.

Esta tendência de queda do HCOB Eurozone Manufacturing PMI reflete as taxas mais baixas deste índice desde o início de 2023, apesar de algumas indicações de momentum positivo emergente nos índices respetivos de produção e novas encomendas.“É um pouco desanimador: nos últimos oito meses, a indústria transformadora tem subido gradualmente a escada do PMI de produção, mas ainda se encontra na base”, refere Cyrus de la Rubia, economista-chefe do Hamburg Commercial Bank (HCOB).

Os dados recolhidos entre 12 e 21 de março pelo banco alemão HCOB destacam também que, no primeiro trimestre, o ritmo do declínio das encomendas recebidas abrandou consideravelmente. “No entanto, o número de encomendas recebidas continua a ser significativamente inferior ao registado no mês anterior”, destaca Cyrus de la Rubia.

O economista-chefe do HCOB vaticina, assim, que “é de esperar que a indústria esteja prestes a ultrapassar o período de contração mais longo para a entrada de novas encomendas na história do inquérito, que foi de 25 meses durante a crise do euro em 2011-2013. Isto não significa uma rápida reviravolta na atividade”.

Em março, a confiança empresarial subiu também para o nível mais alto em quase um ano, mas as expectativas de crescimento permaneceram relativamente fracas, impactando negativamente o emprego no setor industrial.

As dificuldades na cadeia de fornecimento, que têm assombrado a generalidade da produção europeia, aliviaram consideravelmente nos últimos meses, com os tempos de entrega a registarem a maior melhoria em seis meses, refere o comunicado do HCOB.

Em março, a confiança empresarial subiu também para o nível mais alto em quase um ano, mas as expectativas de crescimento permaneceram relativamente fracas, impactando negativamente o emprego no setor industrial.

Os dados do índice HCOB Eurozone Manufacturing PMI expõem também os contrastes no desempenho entre os países da Zona Euro continuam. A Grécia, por exemplo, continua a liderar o caminho com um aumento contínuo do nível de produção, que resultou em março no nível mais elevado dos últimos dois anos.

Espanha e Itália também registaram melhorias modestas em março, mas significativas, contrastando fortemente com a contração contínua observada na maioria dos outros países monitorizados. É disso exemplo os níveis de produção da Alemanha e de França, que alcançaram em março o valor mais baixo dos últimos cinco e três meses, respetivamente, prejudicando largamente o nível produtivo da Zona Euro.

“Atualmente, temos a situação invulgar de dois cilindros, a Alemanha e a França, estarem mais ou menos fora de ação”, refere Cyrus de la Rubia, destacando ainda que apesar de Itália e Espanha começarem a recuperar em março e fevereiro (estes quatro países são responsáveis por três quartos do índice de produção da Zona Euro), não é suficiente para que a zona euro no seu conjunto volte a crescer. “Só se pode esperar uma viragem económica sustentável quando todos os cilindros estiverem novamente em movimento.”

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