Portugal na locomotiva da frente numa Europa que recupera a duas velocidades

Itália, Espanha, Portugal e Grécia aumentaram o seu produto interno bruto (PIB) em mais de 200 mil milhões de euros, superando a economia alemã, revela uma análise para o FT.

As quatro maiores economias do sul da Europa – Portugal, Espanha, Itália e Grécia – ultrapassaram o crescimento da Alemanha em cerca de 5% desde 2017, evidenciando uma recuperação dos choques recentes a duas velocidades na região, mostra uma análise.

Itália, Espanha, Portugal e Grécia aumentaram o seu produto interno bruto (PIB) em mais de 200 mil milhões de euros – mais do que toda a economia portuguesa – em termos ajustados, nos últimos seis anos. No mesmo período, o PIB alemão cresceu 85 mil milhões de euros, segundo uma análise realizada pelo Capital Economics para o Financial Times.

A Alemanha, considerada a locomotiva da economia europeia, praticamente não tem crescido desde a pandemia da Covid-19, depois de a sua indústria ter sofrido com a escalada dos preços da energia desde a invasão da Rússia à Ucrânia.

Ao contrário da Alemanha, as economias do sul da Europa têm conseguido crescer, suportadas pela recuperação do turismo, após terem sido levantadas as restrições implementadas durante a pandemia, ao mesmo tempo que as indústrias destes países foram menos afetadas pela crise dos preços da energia.

A economia portuguesa cresceu 2,3% em 2023 e foi das economias que mais cresceu em 2023 entre 27 países da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE), ficando em quinto lugar.

A economia portuguesa superou, inclusivamente, a média da União Europeia e da Zona Euro, ambas com uma variação do PIB de 0,5%, e da OCDE (1,6%).

Apesar do crescimento adicional de 5% destes quatro países, Andrew Kenningham, economista-chefe do Capital Economics, realça que o crescimento alcançado pelos países do Sul apenas compensou parcialmente as perdas registadas desde a crise financeira de 2008, que resultou em crises bancárias e forçou países como Portugal a pedir ajuda externa.

A análise do Capital Economics refere ainda que o bom comportamento das economias do sul parece ter ajudado o Banco Central Europeu a manter um consenso alargado em relação ao timing para potencialmente começar a cortar juros, apontando para junho a primeira descida.

“Ao contrário do que aconteceu durante grande parte da última década, as economias do Sul não necessitam obviamente de uma política monetária mais flexível do que as economias centrais”, escreve Kenningham.

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