CFP mais pessimista que Centeno: economia vai crescer 1,6% em 2024

A previsão do CFP relativa ao crescimento económico deste ano mantém-se a mesma face a setembro, mas há "uma ligeira revisão em alta da evolução do PIB real até 2027".

A economia portuguesa vai crescer 1,6% em 2024, segundo as estimativas do Conselho das Finanças Públicas (CFP) com base num cenário de políticas invariantes, ou seja, sem considerar o impacto de novas medidas eventualmente tomadas. Este valor fica abaixo da mais recente previsão do Banco de Portugal, de 2%, mas acima da inscrita no Orçamento do Estado para 2024, de 1,5%.

A previsão do CFP para este ano mantém-se a mesma face a setembro, mas há “uma ligeira revisão em alta da evolução do PIB real até 2027, ano em que deverá estabilizar em torno dos 2%”. As estimativas apontam para um crescimento de 1,9% em 2025 e 2,1% em 2026.

Apesar de este ano as exportações líquidas ainda darem um contributo positivo para o crescimento do PIB, nos próximos anos este será negativo, num contexto de abrandamento da economia europeia e mundial. A procura interna será, assim, a principal componente a impulsionar o crescimento da economia.

Neste relatório, o CFP alerta que existem várias fontes de incerteza, nomeadamente as tensões geopolíticas e a evolução da política monetária levada a cabo pelo Banco Central Europeu.

Ainda assim, o organismo salienta que “este período deverá ser igualmente marcado pela expectativa de uma aceleração na execução dos fundos associados ao Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), cuja execução deverá atingir o seu pico máximo em 2026, assim como pela manutenção de um perfil descendente na taxa de inflação, para valores mais próximos do objetivo de política monetária do BCE (especialmente a partir de 2026), o que beneficiará o rendimento disponível real das famílias e, consequentemente, os seus níveis de consumo”.

Quanto à inflação, a taxa “deverá desacelerar para 2,6% em 2024, 2,2% em 2025, e estabilizar em torno de 2% a partir de 2026”. “Para esta dinâmica deverá contribuir, por um lado, a contínua desaceleração no crescimento dos preços dos bens alimentares e, por outro lado, o impacto da transmissão da política monetária sobre a economia”, explica o CFP.

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