Portugal emite 1.500 milhões em dívida de longo prazo com taxas mais baixas. Paga menos de 3% a dez anos

O Tesouro português financiou-se em dívida a 10, 14 e 21 anos com taxas inferiores às pagas nos leilões anteriores realizados nas mesmas maturidades. É a primeira emissão com o novo Governo empossado.

Portugal regressou esta quarta-feira ao mercado com um triplo leilão de dívida de longo prazo. O Tesouro português financiou-se em 1.523 milhões de euros, no montante indicativo mais elevado para esta operação, com taxas mais baixas que nas emissões anteriores. No leilão de dívida a dez anos, o juro ficou abaixo de 3%.

“As expectativas de que o Banco Central Europeu vá iniciar o ciclo de descida de taxas de juro em junho, aliado ao facto de Portugal ter visto revisões em alta quer do seu rating quer das perspetivas para a sua economia, tem levado a uma ligeira descida dos prémios de risco nacional“, explica Filipe Silva, diretor de investimentos do Banco Carregosa, num comentário à tripla emissão realizada esta manhã pelo IGCP.

Na emissão de dívida a dez anos, que vence em abril de 2034, a yield situou-se em 2,937%, abaixo dos 3,149% pagos para emitir dívida com a mesma maturidade no leilão realizado a 14 de fevereiro. O montante colocado – 641 milhões de euros – contou com uma procura 1,25 vezes superior à oferta.

As expectativas de que o Banco Central Europeu vá iniciar o ciclo de descida de taxas de juro em junho, aliado ao facto de Portugal ter visto revisões em alta quer do seu rating quer das perspetivas para a sua economia, tem levado a uma ligeira descida dos prémios de risco nacional.

Filipe Silva

Diretor de Investimentos do Banco Carregosa

Já a linha que vence em junho de 2038, uma nova linha da Obrigações do Tesouro lançada em janeiro do ano passado, a taxa de juro aplicada foi de 3,227%, tendo sido colocados 353 milhões de euros. A procura situou-se em 1,41 vezes a oferta. A instituição liderada por Miguel Martín realizou no ano passado a primeira emissão com maturidade em 2038, com uma taxa de juro próxima de 3,6%. É a primeira vez que volta a emitir OT para esta linha.

A 21 anos, emissão realizada através da linha OT 4,1% 15fev2045, o Tesouro português pagou 3,433% para emitir 529 milhões de euros, uma taxa inferior à yield de 3,527% fixada no leilão realizado em janeiro na mesma maturidade. A procura nesta linha superou a oferta em 1,26 vezes.

O IGCP – Agência de Gestão da Tesouraria e da Dívida Pública anunciou no final da semana passada a realização deste triplo leilão de dívida de longo prazo, com um montante indicativo global entre 1.250 e 1.500 milhões de euros. É o primeiro leilão desde que o novo Executivo liderado por Luís Montenegro tomou posse.

A última vez que o Tesouro português esteve no mercado a emitir dívida de longo prazo foi no passado dia 13 de março. Colocou cerca de 1.000 milhões de euros em obrigações a sete e 18 anos. Também neste duplo leilão, o Estado suportou custos de financiamento mais baixos que nas operações comparáveis anteriores.

(Notícia atualizada às 11:40)

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