Risco macroeconómico para o setor segurador diminui no primeiro trimestre

  • Francisca Pinto Goncalves
  • 17 Abril 2024

Ainda que no mesmo nível que no trimestre anterior, os riscos de mercado têm revelado uma tendência de contração, assim como os riscos de rendibilidade e solvência.

O nível de risco para o setor segurador da categoria de riscos macroeconómicos passou de alto para médio-alto no primeiro trimestre deste ano face ao último de 2023, motivado pelo controlo da inflação, a diminuição do peso da dívida pública e pelas projeções otimistas de crescimento económico.

Segundo a última edição do Painel de Riscos do Setor Segurador, publicado pela Autoridade de Supervisão de Seguros e Fundos de Pensões (ASF), a revisão em baixa desta categoria foi impulsionada “pela melhoria das projeções de crescimento económico, a redução da dívida pública portuguesa para um patamar abaixo dos 100% do PIB e a desaceleração da taxa de inflação em cadeia para valores próximos do patamar fixado pelo Banco Central Europeu”.

As restantes categorias mantiveram o mesmo nível de risco face ao trimestre anterior. Neste sentido, a categoria Crédito manteve-se no nível médio-alto, assim como a Mercado, Específicos Seguros vida e Específicos Seguros Não vida. No nível de risco médio-baixo manteve-se a Liquidez, Rendibilidade e Solvabilidade e Interligações.

Ainda que mantendo o nível médio-alto, os riscos de mercado têm revelado uma tendência de contração, refletindo a diminuição da volatilidade nos mercados obrigacionistas, segundo o órgão regulador.

Os riscos de rendibilidade e solvência do setor registaram uma tendência de queda, motivada pelo aumento dos resultados técnicos globais provisórios face ao ano anterior, “sendo ainda de salientar a manutenção do rácio de solvência num patamar acima de 200%”, refere a ASF.

O painel destaca no ramo Vida a quebra na produção de 2023 face ao período homólogo. “Por sua vez, nos ramos Não Vida, a produção continuou a exibir um padrão ascendente, tendo sido acompanhada por um aumento da taxa de sinistralidade global do segmento.”. Segundo a ASF, o aumento dos sinistros é explicado “pela evolução da modalidade de acidentes de trabalho, refletindo o aumento dos montantes pagos, bem como o incremento do valor das provisões técnicas, fruto do efeito de diminuição da taxa de desconto”, refere.

O painel de riscos do setor segurador português é a ferramenta utilizada pelo regulador para identificar e medir os riscos e vulnerabilidades do setor, tendo por base um conjunto de indicadores e considerando as seis categorias de risco mencionadas. Esta edição considera informação das variáveis financeiras relativas a 15 de março deste ano conjugadas com os dados referentes a 31 de dezembro do ano passado reportados pelas empresas de seguros.

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