Portugal quase quadruplica excedente externo no arranque de 2024

Portugal arrancou 2024 com um saldo largamente positivo na sua relação com o estrangeiro. De acordo com dados do Banco de Portugal, a balança de pagamentos regista um excedente de 1,6 mil milhões de euros até fevereiro, quase quatro vezes mais que o registado no período homólogo.

A sustentar este crescimento estiveram em grande plano as balanças corrente e de capital, que “apresentaram um excedente de 1.572 milhões de euros, que compara com um excedente de 418 milhões de euros em igual período de 2023”, refere o Banco e Portugal numa nota publicada no seu site.

Na balança corrente, o feito mais notório foi espelhado pelo desempenho da balança comercial que, até fevereiro, apresentou um saldo de 297 milhões de euros, “o primeiro excedente nos dois primeiros meses do ano desde 2016″, sublinha a entidade liderada por Mário Centeno.

Este feito foi alcançado por duas variáveis:

• Diminuição de quase 10% do défice da balança de bens em cerca de 353 milhões de euros, que foi “justificada tanto pelo aumento de 1,3% das exportações (155 milhões de euros), como pela redução de 1,2% das importações (198 milhões de euros)”;
• Aumento de 14% do excedente da balança de serviços no montante de 439 milhões de euros, “tendo a evolução do saldo de viagens e turismo justificado mais de 60% desta variação, com um crescimento de 283 milhões de euros”;

A esta dinâmica da balança comercial, o Banco de Portugal destaca ainda a diminuição de 50% do défice da balança de rendimento primário em cerca de 148 milhões de euros, como “resultado de uma maior atribuição aos beneficiários finais de fundos recebidos da União Europeia na forma de subsídios”, e o crescimento de 6,7% do excedente da balança de rendimento secundário em 55 milhões de euros, num montante equivalente a 55 milhões de euros, para 875,23 milhões de euros no final de fevereiro.

Além disso, o Banco de Portugal revela também que a balança de capital fechou em fevereiro com um excedente de 158 milhões de euros, “devido principalmente a uma maior atribuição aos beneficiários finais de fundos recebidos da União Europeia com vista ao investimento.”