Fim antecipado do acordo de capital contingente “desbloquearia” IPO, admite CEO do Novobanco

Mark Bourke considera que o fim antecipado do acordo de capital contingente seria "bom para todos os acionistas", incluindo o Estado. Gestor continua a trabalhar num "cenário que nada muda até 2025”.

O fim antecipado do acordo de capital contingente (CCA, contingent capital agreement) no Novobanco desbloquearia os dividendos e o “acesso aos mercados para terminar a preparação do IPO”, admitiu esta quinta-feira o CEO Mark Bourke.

“O fim antecipado CCA seria bom para o banco e acreditamos que seria bom para todos os acionistas e stakeholders. Sendo esse o caso, seria positivo porque desbloquearia os dividendos e o acesso aos mercados para terminar a preparação do IPO”, disse Bourke, após o banco anunciar uma subida de 28% dos lucros para 180 milhões de euros no primeiro trimestre.

Em conferência de analistas, Mark Bourke lembrou que o Novobanco conta com vários acionistas, incluindo o Estado português. Aqui lembrou que “o Governo acabou de chegar há poucas semanas”, para dizer que ainda é cedo para saber qual será o desfecho das negociações com vista a antecipar o término do acordo.

“Vemos que há um ganho para todos com o potencial fim do CCA mais cedo”, frisou o gestor irlandês, ressalvando, ainda assim, que continua a trabalhar num cenário que nada muda até 2025”, altura para a qual está previsto o fim do acordo.

O CCA foi negociado aquando da venda do Novobanco ao Lone Star em outubro de 2017 e foi através deste mecanismo que o Fundo de Resolução injetou mais de três mil milhões de euros para cobertura das perdas do banco com um conjunto de ativos tóxicos da era do BES.

Em contrapartida, o acordo proíbe a distribuição de dividendos por parte do banco.

O fundo americano Lone Star detém 75% do Novobanco e está em processo de desinvestimento após os 1.000 milhões de euros investidos há quase sete anos. Ainda não é certo se a operação passará uma venda direta a outro investidor ou por via da bolsa. Os outros 25% estão nas mãos do Fundo de Resolução e da Direção-Geral do Tesouro e Finanças.

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