Internacionalização da Santa Casa avançou com “diligências todas” e “informação permanente à tutela”, diz Edmundo Martinho
Edmundo Martinho referiu que a internacionalização dos jogos sociais era uma prática que estava a ser seguida por outras lotarias a nível mundial e que mercado mais favorável parecia ser o Brasil.
O antigo provedor da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa (SCML) apontou no Parlamento que a internacionalização da instituição foi vista como uma solução para “contrariar a queda das receitas”, que “assentam num modelo rígido”, dado que a intuição fica apenas com 26,5% das vendas dos jogos sociais. Edmundo Martinho afirmou que “o processo avançou”, tendo sido feitas “todas as diligências” necessárias e com “informação permanente à tutela”, assegurou.
“Uma das obrigações principais de uma equipa de gestão é assegurar que a organização tem perdas para andar e é sustentável“, afirmou Edmundo Martinho, antigo provedor da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa (SCML) que está a ser ouvido esta quarta-feira na comissão de Trabalho, Solidariedade e Inclusão, na sequência de um requerimento da Iniciativa e Liberal (IL) e do Chega, sublinhando que essa era uma das preocupações da sua administração “ainda antes da pandemia”, dado que “a entrada em cena” das apostas digitais “viria a impactar ainda mais a erosão dos jogos tradicionais”.
Por isso, a sua gestão começou a avaliar o que poderia fazer “para contrariar a queda” de receitas, que “assenta num modelo rígido, disse, numa alusão ao facto de, apesar de ter o exclusivo da exploração dos jogos, a instituição apenas receber 26,52% das receitas líquidas geradas. Daí surgiu a aposta da internacionalização dos jogos.
“Começámos a trabalhar no sentido de perceber e estudar quais os mercados ainda abertos”e “estando abertos e quais estavam ao nosso alcance”, elencou o antigo provedor, que esteve ao leme da Santa Casa entre 2017 e 2022, e que nesta audição se fez acompanhar pelo seu advogado.
O responsável explicou ainda que foram feitos alguns “testes”, concorrendo aos processos de privatização das lotarias inglesa e francesa. “No momento de privatização da lotaria inglesa não ganhámos” dado que a “Santa Casa não tinha escala internacional”, referiu.
Nessas “tentativas de aprendizagem”, a gestão liderada por Edmundo Martinho, concluiu “que o mercado mais relevante”, tirando a Nigéria “aparecia como sendo o Brasil”, até porque ainda não estava regulado. “Foi aí que sustentámos toda a estratégia de internacionalização” e o que levou à compra da MCE. O processo “avançou”, tendo sido feitas “as diligências todas” e recolhida “informação detalhada” ,nomeadamente a “nível judicial e fiscal”. “Todo o processo foi sendo feito com a participação da tutela, com informação permanente à tutela”, garantiu na sua intervenção inicial.
O Governo decidiu, na semana passada, exonerar toda a mesa da SCML, incluindo a provedora Ana Jorge, acusando a administração de ser “incapaz de enfrentar os graves problemas financeiros e operacionais da instituição” e de “atuações gravemente negligentes”, que poderão comprometer a “curto prazo” a “fundamental tarefa de ação social que lhe compete”. Ainda assim, a provedora vai-se manter em gestão corrente até ser nomeada nova equipa. Posteriormente, numa carta enviada aos trabalhadores, Ana Jorge, que tinha assumido funções há cerca de um ano, denunciou a forma “rude e caluniosa” com que foi justificada a sua exoneração.
(Notícia atualizada pela última vez às 11h00)
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