Biotecnologia ao serviço da sustentabilidade

  • Capital Verde
  • 17 Maio 2024

No 1º Fórum de Agricultura Sustentável, o terceiro painel de debate teve como tema a "Biotecnologia ao serviço da sustentabilidade".

O 1º Fórum de Agricultura Sustentável decorreu, a 14 de maio, no Centro Nacional de Exposições e Mercados Agrícolas (CNEMA), em Santarém. O evento, organizado pelo ECO em parceria com a Câmara Municipal de Santarém, recebeu vários especialistas do setor, que debateram, em diferentes painéis, vários temas pertinentes para esta área de atividade.

O terceiro painel de debate da conferência, moderado por Mónica Silvares, teve como tema a “Biotecnologia ao serviço da sustentabilidade”. Aqui marcaram presença Andreia Afonso, cofundadora da Deifil e diretora do departamento de ID e de produção in vitro; Diogo Palha, Executive Board Member e CFO EntoGreen; e Tiago Costa, CEO Agricultural Business SOGEPOC.

“É sempre difícil dizer o que nós fazemos porque há alturas em que parece que a biotecnologia é uma espécie de ciência oculta, mas não é. Portanto, falando um pouco do nosso dia-a-dia, a Deifil é uma empresa que foi fundada em dezembro de 2010, está na fase da adolescência da biotecnologia, e o nosso principal foco e fonte de receita advêm da propagação em escala de árvores de fruto. Temos mais recentemente uma linha ornamental, mas o nosso foco são as árvores de fruto, isto utilizando a cultura invitro. A partir de 2018, estabelecemos uma micoteca, uma coleção essencialmente composta por fungos para conjugar todas as ferramentas disponíveis para trabalhar a sustentabilidade e fornecer aos agricultores, não um produto, mas um ecossistema“, começou por dizer Andreia Afonso.

A cofundadora da Deifil garantiu que, atualmente, já “há uma procura e uma validação da cultura in vitro para a obtenção de plantas de qualidade genética e fitossanitária”: “Apesar de nós termos sido pioneiros em Portugal na cultura in vitro de fruteiras, ela já existia há muito tempo. Já existiam empresas, na década de 70, na Europa, a utilizar a cultura in vitro. Mas o que continua a acontecer em Portugal é uma taxa de importação de plantas enormíssima e isso traz todo um problema de questões fitossanitárias, legais, etc. Mas as vantagens já eram conhecidas. A grande maioria de quem nos procura, já conhecia as vantagens das plantas obtidas por cultura in vitro, só não havia quem as fizesse”.

Por sua vez, Diogo Palha, da EntoGreen, explicou que a empresa utiliza um inseto, nomeadamente a mosca soldado negro, “que tem uma característica especial, já que é altamente digestora na sua fase de larvar, e o que fazemos é aproveitar subprodutos da indústria agroalimentar”.

“Nós aproveitamos, e, com isso, fazemos uma mistura alimentar, da qual se alimenta a nossa larva, e depois, nesse processo, vai fazendo os seus dejetos, que são aproveitados para fazer um fertilizante, e, da própria larva, aproveitamos para fazer uma farinha proteica e um óleo para incorporar em alimentação animal“, explicou.

Já Tiago Costa, da SOGEPOC, referiu a parceria que tem com a Universidade de Évora, que produz enxertos híbridos para os viveiros de nogueira: “Isso permite-nos ter uma planta mais forte, mais resistente ao diferente tipo de doenças, e aumenta o potencial produtivo dessa planta quando for enxertada pelas variedades que tivermos em consideração para a nossa perspetiva comercial”.

“Esta colaboração é curiosa na medida em que, para já, não existe histórico da produção de plantas in vitro deste porte de enxertos em Portugal e não existe histórico na Europa. Este clone vem dos EUA e era bastante difícil de encontrar caso não fosse feito, em particular, por estruturas sediadas em Portugal”, concluiu.

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