A reconstrução do teto em caixotões do Mosteiro de Sigena prossegue com êxito, com um novo alfarge (painel de teto)

  • Servimedia
  • 3 Junho 2024

O Centro Cultural de Almudévar acolheu a apresentação de um novo alfarge da Casa Capitular do Mosteiro de Sigena (Huesca) que, graças ao projeto Sigena Mágica, será reconstruído nos próximos meses.

O evento, organizado pela equipa da Sigena Mágica e pelo Centro de Estudos Via Lata, contou com a presença da Directora Geral do Património da Diputación General de Aragón, Gloria Pérez, e do Presidente da Câmara Municipal de Sigena, José Luis Abad.

Também estiveram presentes na apresentação o filantropo Juan Naya (CEO da ISDIN), promotor do projeto; o mestre Paco Luis Martos, vencedor do Prémio Nacional de Artesanato; Pilar Domínguez, conservadora da Sigena Mágica, e Javier Franco, em representação da equipa de artesãos de Almudévar que trabalhará no novo alfarje.

A reconstrução do quarto alfarge dos doze alfarjes e seis vigas que compõem a Casa Capitular do Mosteiro de Sigena faz parte do desafio monumental lançado pela Sigena Mágica, que tem como objetivo reconstruir toda a Casa Capitular de Sigena em apenas três anos.

“ESTÁ A PROGREDIR COM SUCESSO”

“No final do ano passado, propusemo-nos o desafio de reconstruir o terceiro alfarge da Casa do Capítulo em apenas 3 meses, e conseguimos graças ao magnífico trabalho e empenho do Maestro Martos e da sua equipa. Agora, com o quarto a ser feito em Almudévar, e um quinto que em breve recomeçaremos a construir em Úbeda. Confirma-se que o projeto de reconstrução da Casa Capitular de Sigena está a avançar com êxito”, explicou Naya.

Segundo a Diretora Geral do Património da Diputación de Aragón, Gloria Pérez, “o projeto Sigena Mágica é de grande importância para a recuperação do património e permite-nos mostrar uma das maravilhas românicas únicas de Aragão, de Espanha e do mundo”.

Por seu lado, Abad afirmou que “Almudévar está orgulhoso de contribuir e fazer parte de um projeto de recuperação patrimonial tão importante e, graças à contribuição dos nossos artesãos e à generosidade da equipa da Sigena Mágica, em breve teremos um novo alfarge desta maravilha aragonesa que é a Casa Capitular do Mosteiro de Sigena”.

A reconstrução deste alfarje, com a sua policromia e douramento, será dirigida e supervisionada pelo vencedor do Prémio Nacional de Artesanato, o mestre artesão Paco Luis Martos, que já reconstruiu com êxito os três primeiros alfarjes. “O novo alfarje de madeira foi construído em Úbeda e transportado num transporte especial para Almudévar para enfrentar a fase seguinte de reconstrução com técnicas idênticas às utilizadas pelos artesãos do século XIII”, disse o mestre de Úbeda.

“Para além do alfarje apresentado em Almudévar, a equipa da Sigena Mágica prevê iniciar nas próximas semanas a construção de um quinto alfarje, novamente nas oficinas do mestre artesão Paco Luis Martos, em Úbeda, para que também faça parte das peças recuperadas da Casa do Capítulo nos próximos meses”, anunciou Pilar Domínguez, curadora do projeto.

MARAVILHA DO SÉCULO XIII

A Casa Capitular do Mosteiro de Sigena foi uma das maravilhas da arte do século XIII e é considerada pelos especialistas como uma das melhores obras de arte românica da Europa. Fazia parte de um dos mosteiros mais ricos e belos de Aragão.

Albergou reis e nobres, foi depositário de parte do tesouro real, de um panteão real e tornou-se um dos arquivos mais importantes do reino. Entre as suas salas encontrava-se a Casa Capitular, decorada com ricos frescos medievais, cujas pinturas murais são um dos legados mais importantes da história da arte no nosso país.

Em 1936, durante a Guerra Civil Espanhola, o mosteiro sofreu um incêndio que danificou irreversivelmente as pinturas da Casa do Capítulo e causou a perda do extraordinário teto em caixotões mudéjar, que está agora a ser restaurado graças ao projeto Sigena Mágica.

“Antes da Guerra Civil Espanhola, os doze alfarrábios de Sigena eram testemunhos de um trabalho extraordinário. Douradas e policromadas, cada uma delas contava uma história única. No entanto, o fogo da guerra consumiu-os, levando consigo não só a madeira esculpida, mas também uma parte significativa da história cultural de Espanha”, afirma Naya.

O promotor do projeto acrescenta que “é muito emocionante poder reconstruir a Casa do Capítulo, pois com ela estamos a recuperar um património nacional de valor incalculável e um legado para as gerações futuras”.

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