Exclusivo EDP prepara novo futuro para central termoelétrica de Lares de olho no hidrogénio verde e em parcerias

A EDP está a reorganizar o portefólio térmico, de forma a tornar mais ágeis futuras decisões para a transição energética. Estão na calha a produção de hidrogénio ou novas parcerias.

A EDP isolou os ativos da central termoelétrica de Lares, colocando-os sob a alçada de uma nova entidade, numa altura em que pretende reorganizar o portefólio de geração térmica para ser mais ágil quanto a decisões futuras sobre estes ativos. O futuro pode passar por transformar a central para acolher o hidrogénio verde ou parcerias com outras empresas do setor.

De acordo com o documento do projeto de cisão-fusão a que o ECO/Capital Verde teve acesso, a operação em causa passa por destacar os ativos relativos à central termoelétrica de Lares que se inseriam na EDP Produção e na Tergen, uma empresa de operação e manutenção de centrais termoelétricas, que é por sua vez detida pela EDP Produção. Estes ativos fundem-se na entidade CEL Energy – Central Temoelétrica de Lares, a qual se vai manter sob a alçada da EDP e EDP Produção.

No âmbito do plano estratégico da empresa, que afirma querer enveredar por um caminho de transição energética, “tem sido executado um conjunto de medidas com vista a reorganizar o portfólio de ativos de geração térmica“, explica a empresa, no texto do projeto de cisão-fusão. “Esta reorganização visa ainda dotar o grupo EDP da flexibilidade e prontidão de decisão necessárias em relação a opções futuras nos ativos térmicos em causa, incluindo potenciais investimentos na redução da pegada carbónica, hibridização das centrais, adaptação das mesmas para a produção de hidrogénio ou para armazenamento, ou potenciais parcerias com outras entidades do setor“.

Contactada, a EDP preferiu não comentar. A empresa tem estado a promover a reconversão das respetivas centrais térmicas em locais ligados às energias renováveis, hidrogénio verde, armazenamento de energia. Em janeiro de 2023, a EDP anunciou uma parceria com a Cepsa para estudar o desenvolvimento de um projeto de até 1 gigawatt (GW) de hidrogénio no âmbito do Vale do Hidrogénio Verde Andaluz. “Este acordo facilitará a reconversão da central termoelétrica da EDP em Los Barrios (Cádiz) num centro de produção de hidrogénio verde“, indicava a empresa, num comunicado emitido na altura.

A energética portuguesa tem de momento no seu portefólio o projeto GreenH2Atlantic de 100 megawatts, na localidade portuguesa de Sines e, em Espanha, o projeto Green H2 Los Barrios de 130 MW, em Algeciras, e o Asturias H2 Valley de 150 MW, em Aboño.

A EDP pretende atingir uma capacidade de 1,5 gigawatts de hidrogénio verde até 2030 e, de acordo com um levantamento de março deste ano, conta com projetos de mais de 500 megawatts em estágio avançado de desenvolvimento. A EDP Brasil produziu a primeira molécula de hidrogénio verde do grupo em dezembro de 2022, e tem servido como piloto, para apurar questões técnicas e da cadeia de fornecimento.

Em Portugal, os projetos estão numa fase inicial e têm um horizonte de execução de médio prazo, indicou o CEO da EDP Renováveis na Europa e América Latina, Duarte Bello, numa entrevista recente ao ECO/Capital Verde.

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