ANA ainda não começou a negociar com o Governo novo aeroporto de Lisboa

  • ECO
  • 11 Junho 2024

Já Thierry Ligonnière indicou que Portugal tem "um problema muito complicado ao nível das fronteiras" e que a longa espera no controlo "mata o turismo, mata a atratividade e cria problemas de fluxo".

O presidente da Comissão Executiva da ANA Aeroportos sublinhou esta terça-feira que “há uma decisão e um processo que é público” sobre a construção do novo aeroporto de Lisboa, mas que “não há qualquer negociação ou contrapartida”. “Ainda nem sequer reunimos [com o Governo] para começar a negociar”, disse José Luís Arnaut.

Durante a sua audição desta terça-feira na Comissão de Economia, Obras Públicas e Habitação, José Luís Arnaut explicou que há 180 dias para apresentar um primeiro plano e 24 meses para se encontrar uma solução, pelo que escusou-se a fazer mais comentários, lembrando que ainda terá de ser criada uma comissão negocial. “Aguardemos com serenidade própria esse tempo”, atirou aos deputados.

Tanto o presidente do conselho de administração da ANA Aeroportos, José Luís Arnaut, como o presidente da Comissão Executiva da ANA Aeroportos, Thierry Ligonnière, rejeitaram que tenha havido uma quebra dos investimentos, mas admitiram que houve alguns adiados. “Houve investimentos que foram adiados tendo em consideração o modelo de desenvolvimento que se ia fazer, se era [aeroporto] complementar ou novo aeroporto”, elencou Arnaut, explicando que a ANA ficou à espera da declaração de impacte ambiental. “O nosso enforque é, sobretudo, fazer investimentos úteis”, acrescentou Ligonnière, lembrando que foram feitos investimentos em segurança e na capacidade de estacionamento.

Já em relação à qualidade de serviço, Thierry Ligonnière realçou que a ANA tem “obrigações muito claras”, que constam no contrato, apontando que as maiores dificuldades se prendem com a entrega da primeira bagagem, bem como do controlo das fronteiras. “Temos um problema muito complicado ao nível das fronteiras”, admitiu, acrescentando que a longa espera “mata o turismo, mata a atratividade e cria problemas de fluxo“. Segundo o responsável, apesar do “enorme esforço” das forças de segurança, a falta de meios leva a este problema.

José Luís Arnaut afirmou ainda que “a Vinci não teve qualquer intervenção no processo de privatização, nem poderia ter tido por impedimento legal”, e que a empresa foi “apenas um dos concorrentes” e que foi escolhida pelo Governo português por a sua oferta ter superado a dos outros concorrentes.

Considerou ainda que a aposta da Vinci em Portugal foi arriscada devido à situação do país na época, em que até se discutia a saída de Portugal do euro, e que as “ações da Vinci desceram muito durante algum tempo” devido a essa decisão, elogiou as “autoridades públicas [de então] que souberam vender o país”. Antes de ser presidente da ANA, Arnaut (ex-ministro de Governos do PSD) foi um dos assessores da empresa Vinci à privatização da ANA.

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