TAP gerará “resultados positivos” no segundo e terceiro trimestre, diz CFO
O administrador financeiro da TAP salientou no Parlamento que o custo mais elevado que a TAP paga pelos aviões continua a pesar nos resultados da empresa.
Por ter obrigações cotadas na Irlanda, a TAP não pode divulgar a expectativa para os resultados no final do ano. “Mas podemos facilmente dizer que normalmente o segundo e o terceiro trimestre são fortes, em que a TAP gerará resultados positivos, para ter resultado positivo no final do ano”, garantiu esta terça-feira o administrador financeiro da TAP no Parlamento.
Gonçalo Pires, que está a ser ouvido esta terça-feira pelos deputados da Comissão de Economia, Obras Públicas e Habitação sobre os prejuízos da companhia no quarto trimestre de 2023 e no primeiro trimestre deste ano, a requerimento do Chega e do PSD.
O administrador financeiro justificou os resultados deficitários nos dois últimos trimestres com o aumento dos custos com pessoal, “porque a TAP celebrou novos acordos de empresas nos últimos seis meses que representam um encargo adicional”. Apontou ainda “um efeito sazonal nos resultados do quarto trimestre e primeiro trimestre”. “As companhias aéreas vendem muito nos primeiros meses mas os meses em que se voa mais é de abril a outubro, mas concentrado em junho, julho e agosto”, explicou. A receita só é registada no período em que os voos são realizados.
A TAP fechou o exercício de 2023 com um lucro recorde de 177 milhões de euros, mas os últimos três meses do ano saldaram-se num prejuízo de 26,2 milhões, devido ao aumento dos custos com pessoal resultantes da retirada dos cortes salariais impostos após a pandemia e das novas condições acordadas com os sindicatos. Um impacto que se repetiu no primeiro trimestre de 2024, com a companhia aérea a somar um prejuízo de 71,9 milhões.
Gonçalo Pires foi também questionado sobre o pagamento de seis salários extra aos pilotos por causa da utilização da Portugália para fazer voos de substituição da TAP, como foi noticiado pelo Expresso. Uma obrigação que decorreu da renegociação do acordo de empresa assinado com aqueles profissionais, que implicou um “pagamento upfront” daqueles valores mas que também “gera poupanças para o futuro”, explicou o administrador financeiro.
O gestor confirmou que a companhia recebeu uma instrução das Finanças, como avançou o ECO, para reduzir os custos implícitos nos acordos.
“Estamos acima do Orçamento ao dia de hoje”, referiu o administrador financeiro, acrescentando que “há rubricas que estão ligeiramente acima e outras que permitem ter folgas”, permitindo cumprir o orçamentado.
Gonçalo Pires apontou, no entanto, que a companhia “tem problemas de legado que não se resolveram com o plano de reestruturação”, dando como exemplo o custo que suporta com as aeronaves.
“Historicamente e para o futuro será assim, porque a TAP tem uma frota muito mais cara. Tem a ver com os purchase agreements, porque os aviões são mais caros, foram todos comprados ao mesmo tempo, e financiados ao mesmo tempo com custos muito mais altos”, referiu Gonçalo Pires.
A companhia aérea ainda está vinculada ao acordo de aquisição de aviões firmado em 2015 por David Neeleman com a Airbus, empresa de quem recebeu fundos para a injeção de capital feita pela Atlantic Gateway na companhia área portuguesa, no âmbito da privatização.
(Notícia atualizada às 16h27)
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