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TVI responde a diretor-adjunto da SIC e ameaça com processo

Carla Borges Ferreira,

Direção da TVI convida Bernardo Ferrão a dizer quem são os jornalistas da estação ligados ao consultor de comunicação Luís Bernardo. Em causa as declarações do jornalista, na SIC Notícias.

A direção de informação da TVI instou Bernardo Ferrão, diretor-adjunto da SIC, a divulgar os nomes dos jornalistas da Media Capital que estarão envolvidos com Luís Bernardo, o dono da Wonder level Partners esta quinta-feira alvo de buscas por suspeitas de alegada prática dos crimes de corrupção passiva, corrupção ativa, prevaricação, participação económica em negócio, abuso de poderes (titulares de cargos políticos) e abuso de poder (regime geral).

“A concorrência não justifica tudo e a liberdade no comentário não é desculpa para insinuações torpes, com intenção de denegrir uma redação cuja integridade e honestidade se defende, sem hesitações. Em conformidade com esse posicionamento e porque quem não deve não teme, a direção da TVI convida Bernardo Ferrão a divulgar publicamente e de imediato os nomes dos profissionais desta casa a que se referiu no seu comentário, na SIC Notícias. Queremos provas, não insinuações“, leu José Alberto Carvalho, em nome da direção da estação.

Se não o fizer, sente-se a TVI na obrigação de acionar os mecanismos adequados à salvaguarda do seu bom nome e dos jornalistas que nela trabalham“, concluía a nota da direção de informação da TVI e da CNN Portugal, que começou por “lamentar declarações proferidas hoje na SIC Notícias, por Bernardo Ferrão – um dos responsáveis pela informação da SIC e e daquele canal – lançando suspeitas do envolvimento de Luís Bernardo, hoje alvo de buscas judiciais, na contratação de jornalistas desta estação”.

A reação surge na sequência do comentário de Bernardo Ferrão, que na SIC Notícias descrevia, enquanto decorriam as buscas, o perfil do assessor de comunicação. “Alguém que tinha muita facilidade em mexer peças, inclusivamente na comunicação social. Ele também esteve ligado à Media Capital – Media Capital liderada por Mário Ferreira – onde chegou a ter pessoas e há suspeitas de que tenha também a contratação de alguns jornalistas. E também à Global Media, que atravessou os momentos que atravessou”, afirmou o jornalista na SIC.

“Luís Bernardo começou a sua carreira muito ligada ao PS, começou por ser assessor de imprensa de Manuel Maria Carrilho e repara como acabou a carreira de Manuel Maria Carrilho. Depois, foi assessor de José Sócrates durante os governos de José Sócrates e repara como acabou a carreira de José Sócrates. Depois foi assessor de Luís Filipe Vieira no Benfica e repara como acabou a carreira de Luís Filipe Vieira”, descrevia Bernardo Ferrão, sublinhando que Luís Bernardo “andou sempre na órbita de um poder que nem sempre foi transparente, de um poder muito opaco”.

Contactada pelo +M, a SIC não faz comentário.

 

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