Carlos Tavares afasta saída da liderança da Stellantis. “Pretendo honrar os termos do meu mandato”

O CEO português reconheceu que a empresa enfrenta um período de forte turbulência, mas garantiu que a Stellantis irá "honrar os compromissos de dividendos e o programa de recompra de ações para 2024."

Carlos Tavares tem estado sob forte pressão nos últimos dias após uma forte revisão em baixa das perspetivas da empresa, mas o CEO da Stellantis está confiante na capacidade da construtora automóvel em superar as atuais dificuldades operacionais antes do final do seu mandato em 2026.

Além disso, mostrou-se também confiante de que irá manter-se à frente do grupo automóvel que juntou as companhias PSA – Peugeot/Citroën e o grupo Fiat/Chrysler, apesar das fortes pressões em sentido contrário. “Pretendo honrar os termos do meu mandato, e penso que o conselho de administração partilha desta visão”, referiu Carlos Tavares esta quinta-feira, numa visita a um dos principais centros da empresa no leste de França.

O CEO da Stellantis reconheceu que a empresa, assim como todas outras construtoras automóveis europeias, enfrenta atualmente uma conjuntura difícil, afirmando que “a situação de mercado atual para a indústria automóvel é brutal” e que “qualquer problema operacional é imediatamente notado”, refere o líder da Stellantis, citado pela Reuters.

Além disso, o CEO português sublinhou ainda que “outros grandes players do setor automóvel também reduziram os seus objetivos, e este padrão ainda não terminou”.

A 30 de setembro, a Stellantis anunciou uma revisão significativa das suas projeções financeiras para 2024, com a construtora automóvel a antecipar uma margem operacional de apenas 5,5% a 7%, uma queda acentuada face à anterior expectativa de dois dígitos. Esta revisão reflete decisões para ampliar significativamente as ações corretivas sobre problemas de desempenho do mercado norte-americano, bem como a deterioração da dinâmica da indústria global.

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No entanto, Carlos Tavares assegurou que “as dificuldades operacionais da empresa não põem em causa a nossa estratégia global”, garantindo ainda a empresa irá “honrar os compromissos de dividendos e o programa de recompra de ações para 2024.”

Carlos Tavares destacou ainda alguns sinais positivos do negócio, nomeadamente no mercado norte-americano. “Aumentámos a nossa quota de mercado nos EUA em setembro em comparação com julho, o que mostra que estamos no caminho certo”, referiu o líder da Stellantis.

As ações da Stellantis, que em Portugal opera através de uma fábrica em Mangualde, estão atualmente a cair 4,1% na bolsa de Milão para 11,9 euros, atingindo assim o valor mais baixo desde julho de 2022.

Desde 27 de março deste ano, quando as ações chegaram a negociar no máximo histórico de 27,35 euros, que os títulos acumulam ações acumulam uma desvalorização superior a 56%.

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