Concessionárias reclamam 1,7 mil milhões ao Estado em reequilíbrios financeiros

Pedidos de reequilíbrio financeiro pelas concessionárias da rodovia aumentaram 711,1 milhões de euros este ano. Governo preocupado com efeito do fim das portagens nas ex-SCUT.

O montante reclamado ao Estado pelas concessionárias do setor dos transportes já chega aos 1.654 milhões de euros, um forte aumento face ao registado no ano passado, indica o relatório do Orçamento do Estado (OE) para 2025. Impacto sofrido pelas medidas de confinamento impostas durante a covid-19 justifica a maior parte das ações.

A subida deve-se sobretudo ao aumento de 711,1 milhões de euros nos pedidos de reposição do reequilíbrio financeiro apresentados e dos pedidos formulados nos litígios em curso submetidos por concessionárias e subconcessionárias, face ao estimado no OE para 2024.

Naquele montante inclui-se a ação arbitral movida pela concessionária Autoestradas do Atlântico, no valor de 70,5 milhões de euros, “com fundamento nos alegados impactos negativos decorrentes da pandemia de COVID-19 e nas medidas legislativas e regulamentares então adotadas”.

As medidas da pandemia justificaram ainda 303,1 milhões de euros em pedidos adicionais de reposição do equilíbrio financeiro na rodovia.

O segundo maior valor diz respeito a uma ação arbitral instaurada pela subconcessionária do Douro Interior, que exige à Infraestruturas de Portugal o pagamento de 232,6 milhões de euros em “compensações contingentes vencidas e vincendas”.

Olhando para o futuro, o Governo inclui nos “principais riscos orçamentais” o impacto decorrente da Lei nº 37/2024, de 7 de agosto, que elimina as portagens em determinados lanços e sublanços rodoviários de autoestradas do interior e nas ex-SCUT, “em especial no que concerne à concessão da Beira Interior”.

Os pedidos de reequilíbrio financeiro não se cingem à rodovia. Na ferrovia, o montante global de litígios ascende a 204,3 milhões de euros. No setor aeroportuário, a ANA entrou com uma ação arbitral onde reclama 210 milhões de euros, também devido às medidas tomadas no período mais agudo da pandemia.

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