Portos do Norte aliam-se à Galiza para dar “inteligência” à logística e alternativa nas energias

Da logística inteligente ao uso de hidrogénio e metanol como fontes de energia alternativa nas frotas, conheça os projetos da APDL para os portos do Norte.

Aumentar a competitividade do sistema logístico da região Galiza-Norte de Portugal através da digitalização, reduzir a poluição nas vias navegáveis ou usar hidrogénio e metanol como fontes de energia alternativa nas frotas portuárias são alguns dos projetos que a Administração dos Portos do Douro, Leixões e Viana do Castelo (APDL) está a desenvolver em conjunto com vários parceiros.

“Há uma grande aposta da APDL na inovação e no desenvolvimento de novas tecnologias. (…) estamos a trabalhar em inovação para criar soluções e produtos que sejam efetivamente usados e que permitam dinamizar a economia nacional e local”, relata ao ECO/Local Online Filipe Martins, program manager da direção de desenvolvimento e sustentabilidade da APDL.

O responsável nota que um dos objetivos destes projetos passa por “criar condições para que as universidades, os centros de investigação e as startups saibam aquilo que vão ser as necessidades dos portos nacionais e até mundiais, e que consigam desenvolver a tempo a tecnologia necessária”, afirma Filipe Martins.

Estes projetos representam um investimento global de 265 milhões de euros de todos os parceiros. Foram apresentados no Port Innovation Days 2024, que decorreu na semana passada no Terminal de Cruzeiros do Porto de Leixões. O evento foi dedicado à inovação, logística inteligente, transição energética, sustentabilidade e digitalização no setor marítimo, logístico e nas vias navegáveis interiores.

Conheça os projetos

  • Digital CoLogistics. Projeto colaborativo que visa aumentar a competitividade do sistema logístico da região Galiza-Norte de Portugal através da digitalização. O objetivo principal é integrar digitalmente as cadeias de valor estratégicas, melhorar o posicionamento logístico da região e promover a transformação ambiental, adaptando-se às novas regulamentações ecológicas. Este projeto, que representa um investimento total de 1,9 milhões de euros por parte de todos os parceiros, já tem oito meses de execução e termina no início do próximo ano.
  • ReNEW: procura modernizar o transporte fluvial, tornando-o mais inteligente, ecológico e resistente às alterações climáticas, com o uso de tecnologias como blockchain para prevenir a poluição nos rios e digital twins para melhorar a segurança da navegação. O projeto tem o valor de 8,9 milhões de euros.
  • H2Driven: O projeto H2driven promove a Agenda Mobilizadora Portuguesa, e conta com o hidrogénio e metanol verdes para a descarbonização da indústria e da mobilidade pesada que, em conjunto, representam a fatia mais significativa das emissões diretas e indiretas nacionais de CO2. O projeto liderado pela Efacec incluiu a construção de uma fábrica de metanol verde em Mangualde, que vai dar origem ao metanol verde, um combustível sustentável que serve para abastecer navios – cerca de 10 numa fase inicial, em 2026. Organizado num consórcio de 17 parceiro, o H2Driven representa um investimento de 248 milhões de euros.
  • O HYDEA é liderado pela Fundación Centro Texnolóxico de Eficiencia e Sostenibilidad de Eficiencia Energética, de Vigo – os parceiros portugueses são a Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto e a APDL –, e apresentará um mapa interativo que identifica novas tecnologias para a utilização de hidrogénio no funcionamento dos portos de Brest (França), Leixões (Portugal), Vigo e Sevilha (Espanha). O objetivo é oferecer uma visão completa do potencial de investimentos nestes portos e demonstrar como a integração de energias limpas pode ser replicada em diferentes operações marítimas. O HYDEA é um projeto de 3,4 milhões de euros.
  • ENEPORTS. Projeto no valor de 2,8 milhões de euros, é liderado pelo Instituto Tecnológico de Galicia, na Corunha e tem como parceiro português a APDL. Mostrará como a aposta na inovação e em novas tecnologias para a descarbonização, utilizando as energias renováveis e a digitalização, contribuirá para uma gestão portuária mais eficaz.

Os projetos são apoiados pelo InterregAtlanticArea, programa europeu de cooperação transnacional, que, no período 2021-2027, está a executar 113 milhões de euros de Fundo Europeu de Desenvolvimento Regional.

A verba é aplicada em investimentos realizados em parceria entre instituições públicas e pequenas e médias empresas de Espanha, Irlanda, França e Portugal. Até à data, já aprovou 71 milhões de euros em 26 projetos em áreas como a economia azul, ambiente, turismo sustentável e cultura, que reúnem mais de 300 parceiros.

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