PSP apela à “tranquilidade” e alerta que “incitamento à violência é crime”
A PSP repudiou esta quarta-feira os incidentes dos últimos dias na Área Metropolitana de Lisboa e apelam a "calma" e "tranquilidade".
A Polícia de Segurança Pública (PSP) repudiou esta quarta-feira os incidentes dos últimos dias na Área Metropolitana de Lisboa e apelam a “calma” e “tranquilidade”. E deixam uma nota: “O incitamento à violência e o incitamento nas redes sociais a ações violentas são crimes”.
“Repudiamos claramente e teremos tolerância zero a qualquer ato de desordem e destruição praticados por grupos de criminosos que, apostando em afrontar a autoridade do Estado e em perturbar a segurança das comunidades, executam as ações”, disse na conferência de imprensa o diretor nacional da PSP em substituição Pedro Manuel Gouveia.
Assegurando que a PSP, tal como as restantes entidades, permanecerão na rua, o diretor nacional fez ainda um apelo à “calma e tranquilidade pública”.
“Não são só estas manifestações que são feitas que são condenáveis. O incitamento à violência e o incitamento nas redes sociais a ações violentas são crimes e, como tal, estão a ser monitorizados no sentido de poderem também eles serem responsabilizados criminalmente“, acrescentou. Garantiu também que há dezenas de indivíduos prestes a serem identificados pelo crime de incitamento.
Entre final do dia de terça-feira e a madrugada desta quarta-feira, a PSP deteve três suspeitos da prática dos crimes de dano qualificado e ofensa à integridade física qualificada. Em comunicado, as autoridades anuncia que se registaram 60 ocorrências de desordem e incêndio em mobiliário urbano, maioritariamente caixotes do lixo, na Área Metropolitana de Lisboa, nos concelhos de Lisboa, Amadora, Oeiras, Odivelas, Loures, Cascais, Sintra e Seixal. Foram apreendidos vários materiais inflamáveis.
No total, dois polícias foram feridos nos concelhos da Amadora e de Oeiras, dois carros da PSP foram danificados, dois autocarros da Carris foram roubados e incendiados, oito carros e uma mota foram incendiados, dois cidadãos que iam num dos autocarros incendiados foram esfaqueadas e ainda inúmeros caixotes de lixo incendiados, assim como outro mobiliário urbano.
“Relativamente à notícia veiculada de entrada de polícias em habitações no Bairro do Zambujal, a Polícia informa que ocorreu apenas a entrada numa casa, que não a que está referida nas notícias veiculadas, em apoio aos Bombeiros Voluntários da Amadora, que se deslocaram ao local para apoio médico a uma criança e por solicitação da família. A PSP nega categoricamente o arrombamento de quaisquer portas“, referem em comunicado.
Sobre as imagens que circulam nas redes sociais de uma equipa da PSP num hall de um prédio, o órgão explica que apenas se verifica que os polícias se encontram a dialogar com os cidadãos, no sentido de “serenar e manter a tranquilidade pública”.
“Nós refutamos clara e perentoriamente que nunca houve entrada forçada dentro de nenhuma residência por parte da PSP“, assegura Pedro Manuel Gouveia. No que toca à ocorrência que resultou na morte de um cidadão, o diretor nacional da PSP não adiantou detalhes. “Sobre a situação em concreto não vamos estar a especular agora”, disse, salientado que já foi aberto um inquérito disciplinar interno.
Marcelo apela à preservação da “ordem pública”
O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, apelou esta quarta-feira à garantia da “segurança” e da “ordem pública”, em particular “através do papel das forças de segurança”, na sequência dos desacatos das últimas horas em várias zonas da Grande Lisboa, após a morte de um homem baleado pela PSP.
Numa nota publicada no portal da Presidência da República, Marcelo Rebelo de Sousa disse estar a acompanhar “atentamente” os acontecimentos, estando “em contacto com o Governo e os presidentes das câmaras municipais da Amadora e de Oeiras”.
Além da importância de preservar os “valores democráticos” da segurança e da ordem pública, o Chefe de Estado realça que essa garantia “tem de respeitar os princípios do Estado de Direito democrático, designadamente os Direitos, Liberdades e Garantias dos cidadãos, bem como fazer cumprir os respetivos Deveres”.
“Apesar dos problemas sociais, económicos, culturais e as desigualdades que ainda a atravessam, [a nossa sociedade] é genericamente pacífica, e assim quer continuar a ser, sem instabilidade e, muito menos, violência”, sublinha ainda o Presidente da República.
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