📈 Lucros recorde, travão na margem financeira e custos controlados: assim foram os nove meses na banca em Portugal
Cinco gráficos que mostram a evolução dos resultados da banca até setembro: lucros continuam em forte alta, mas travou a fundo (assim como a margem); há mais crédito e depósitos e capital em excesso.
Os lucros dos cinco principais bancos em Portugal subiram 20% para um novo nível histórico acima dos 3,9 mil milhões de euros nos primeiros nove meses do ano. Nem tudo foi positivo: a margem financeira está a abrandar significativamente (deverá cair no próximo ano perante a descida das taxas de juro). Mas as notícias são boas no geral: o setor está mais eficiente do que nunca, há mais crédito e depósitos e regista uma situação de excesso de capital. Como mostram estes cinco gráficos.
Lucros históricos de 3,9 mil milhões
Os cinco maiores em Portugal registaram lucros de 3,9 mil milhões de euros entre janeiro e setembro, mais 19% em comparação com o mesmo período do ano passado. Há um ano os resultados estavam a subir 75% e estão agora a caminho de uma tendência de “normalização”. A Caixa registou o lucro mais elevado: 1,369 mil milhões de euros, mais 38,7% em termos homólogos. Mas o campeão da rentabilidade é o Santander Totta, com um ROE de 23,9%.
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Margem ainda engorda, mas trava a fundo
A margem financeira mantém-se como o principal motor dos lucros dos bancos. No seu conjunto, Caixa, BCP, Santander Totta, BPI e Novobanco registaram ganhos com juros na ordem dos 5,9 mil milhões de euros com a atividade doméstica. Trata-se de uma subida de 5,2% em termos homólogos, representando um claro abrandamento face ao que acontecia há um ano, em que a margem estava a disparar 60%. No caso do BCP esta rubrica já apresenta uma variação negativa (compensado com o negócio na Polónia). E o próximo ano será de queda perante o alívio dos juros do Banco Central Europeu (BCE).
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Custos controlados
Os custos subiram, mas a um rimo inferior ao aumento dos proveitos, o que levou a uma melhoria geral da eficiência dos bancos. Na sua atividade doméstica, os cinco grandes bancos tiveram faturas de 1,6 mil milhões de euros com pessoal, gastos administrativos, entre outros, subindo 3,35% em termos homólogos. Mas o rácio cost-to-income melhorou e posicionam o setor português (rácio abaixo dos 40%) entre os que têm as estruturas mais otimizadas no panorama europeu (60% no final de 2023). Uma parte do impacto da baixa de juros vai ser mitigada justamente por aqui.
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Mais crédito e depósitos
A descida das taxas de juro está a ter impacto no balanço dos bancos. Por um lado, a carteira de crédito aumentou cerca de 2% com a retoma da procura e também com o facto de menos famílias estarem a amortizar antecipadamente os seus empréstimos. A base de depósitos cresceu 5%, mas também aqui os bancos estão a assistir a um incremento nos recursos fora de balanço (fundos de investimento, seguros de capitalização, etc) devido às taxas de juro menos atrativas nos depósitos.
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Balanços bem capitalizados
Fruto da acumulação de lucros, os bancos reforçaram e bem os seus rácios de solvência. Caixa e Novobanco apresentam rácios de Capital Tier 1 (os primeiros a serem usados em caso de perdas) acima dos 20%, colocando ambos em situação de excesso de capital face aos riscos dos seus balanços. Apenas o BPI viu o rácio baixar, mas mantém uma boa margem face às exigências regulamentares.
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