DBRS elogia banca portuguesa e vê rendibilidade a bater máximos este ano

A agência de rating referiu que o ritmo de crescimento e as margens deverão estabilizar à medida que as taxas de juros descem, mas sublinhou que "permanecerão em níveis estruturalmente elevados".

A rendibilidade dos bancos portugueses deverá atingir novos máximos em 2024, em mais um ano de forte crescimento dos lucros, indica esta segunda-feira a DBRS num relatório em que elogia ainda a qualidade dos ativos e os rácios de capital no setor.

A agência de rating canadiana recordou, numa nota de comentário, que as principais métricas financeiras dos maiores bancos portugueses mantiveram-se fortes no terceiro trimestre de 2024 e que o resultado líquido total voltou a registar um aumento de dois dígitos nos nove meses 2024, devido ao crescimento duradouro da margem financeira, de taxas de juro ainda mais elevadas, e de uma redução constante das provisões e provisões e imparidades em comparação com o ano anterior.

“Na nossa opinião, a rendibilidade dos bancos portugueses voltará a atingir este ano novos máximos, e esperamos que as taxas de crescimento se estabilizem e que os resultados se estabilizem em níveis estruturalmente elevados nos próximos trimestres, à medida que as taxas de juro forem descendo gradualmente”, sublinhou.

Para a DBRS, apesar da subida das taxas de juro, a qualidade dos ativos dos bancos continua a ser sólida, devido à diminuição dos dos empréstimos não produtivos (NPL) e dos empréstimos de fase 2″.

“Além disso, os lucros saudáveis registados nos últimos anos e a geração interna de capital mantiveram os rácios de capital dos bancos fortes, estes desenvolvimentos sustentam a nossa perspetiva positiva sobre os perfis de crédito dos bancos”, adiantou.

A agência opinou que é provável que a margem financeira diminua gradualmente à medida que as margens de juro se comprimem, mas explicou que também espera que se mantenham em níveis mais elevados relativamente aos registados antes da subida das taxas de juro.

Uma vez que a carteira de empréstimos dos bancos portugueses já foi maioritariamente reavaliada, a DBRS espera que a evolução dos custos dos depósitos, taxas de juro e volumes de crédito “continuem a impulsionar o resultado líquido dos bancos durante o resto de 2024 e no próximo ano“.

Economia deu condições favoráveis

A DBRS lembrou que a economia portuguesa registou uma expansão de 2,5% no ano passado, um forte desempenho em relação à taxa de crescimento de 0,7% de toda a Zona Euro, salientando como crucial o mercado de trabalho estar em pleno emprego, o crescimento dos salários reais ser positivo e os balanços do setor privado “saudáveis”.

Estas condições favoráveis “limitaram o aumento dos ativos problemáticos quando o sistema foi confrontado com o aumento dos preços e das taxas de juro”, vincou.

A DBRS alertou que, contudo, prevê que as condições de financiamento “permaneçam, de momento, mais restritivas do que a tendência registada na última década“, e que este facto “poderá exercer alguma pressão financeira sobre as famílias e empresas portuguesas”.

No entanto, “a estabilidade da produção económica, o crescimento do emprego e o aumento dos volumes de crédito e maiores volumes de crédito deverão evitar uma deterioração significativa da qualidade dos ativos”, concluiu.

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