Mota-Engil sobe lucros em 51% até setembro com carteira de encomendas recorde

A Mota-Engil revelou que o resultado líquido até setembro cresceu para 77 milhões de euros, com o volume de negócios a aumentar 3% e o mercado da América Latina a impulsionar engenharia e construção.

A Mota-Engil EGL 2,99% obteve lucros de 77 milhões de euros nos nove meses até setembro, resultado 51% superior ao obtido no mesmo período de 2023, revelou a empresa esta terça-feira num trading update aos mercados, destacando um novo recorde na sua carteira de encomendas.

Nestes nove meses, a construtora melhorou o lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações (EBITDA) em quase 11%, para 609 milhões de euros. O volume de negócios foi 3% superior face ao ano passado, na ordem dos 4.146 milhões de euros, indica a empresa num documento enviado à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM).

A engenharia e construção (E&C), o principal negócio da Mota-Engil, aumentou o volume de negócios em 4% face ao período homólogo, para 3.675 milhões de euros. Este segmento foi “influenciado principalmente pela performance da América Latina, enquanto a Europa foi impactada pela redução da atividade na Polónia (ainda consolidada em setembro de 2024) e por África, devido à fase inicial de execução de grandes projetos que tiveram início no primeiro semestre e que terão maior contribuição nos últimos meses do ano”, detalha a empresa liderada por Carlos Mota Santos.

A carteira de encomendas do grupo voltou a bater um recorde, de 14,8 mil milhões de euros, “impulsionada pela adjudicação de projetos de grande dimensão nos mercados principais”, explica a Mota-Engil. México, Angola e Nigéria representam 78% desta carteira.

Este valor ainda não inclui os contratos de engenharia industrial na Costa do Marfim, Mali e Etiópia, assinados com a Allied Gold, nem o contrato para o primeiro troço do comboio de alta velocidade Porto-Oiã em Portugal, salienta a Mota-Engil na apresentação aos investidores. A empresa líder do consórcio Lusolav, ao qual foi adjudicada a obra em Portugal, numa empreitada que ultrapassa os 1.600 milhões de euros, indica no documento que a “entrega da proposta” está “agendada para janeiro de 2025”.

Deste modo, segundo a Mota-Engil, com vários projetos na calha, “a carteira de encomendas suporta uma perspetiva positiva para a evolução futura da atividade e da rendibilidade”. O rácio de encomendas na E&C face ao volume de negócios está num valor “confortável de 2,8 anos”, diz a empresa.

Desta feita, com a carteira de encomendas a suportar 82% da meta de volume de negócios de 2026 — isto é, 6.000 milhões de euros de volume de negócios em 2026, de acordo com o plano estratégico da Mota-Engil –, a empresa diz estar no “bom caminho” para alcançar esse objetivo, prevendo uma melhoria gradual da margem EBITDA e “atividade robusta com foco na rendibilidade”.

O grupo também refere na apresentação desta terça-feira que o rácio dívida líquida/EBITDA é inferior a 2x, “em linha com os objetivos estratégicos”.

Na segunda-feira, a Mota-Engil revelou ainda ter vendido a participação de 28,73% na concessionária mexicana que explora uma autoestrada entre as cidades de Cardel e Poza Rica, por 66 milhões de euros.

Em setembro deste ano, a Mota-Engil reapareceu no radar dos short sellers, com um fundo da Muddy Waters a abrir uma posição a descoberto sobre 0,65% do capital da empresa.

Evolução das ações da Mota-Engil em Lisboa

(Notícia atualizada pela última vez às 7h48)

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