Goldman Sachs antecipa que políticas comerciais de Trump terão pouco impacto em Portugal

Os analistas do Goldman Sachs antecipam que Portugal cresça acima da Zona Euro em 2025, com a economia a ser sustentada por um consumo e investimento “resilientes” e menos exposta a riscos externos.

A economia nacional deverá manter um crescimento acima da média da Zona Euro no próximo ano, de acordo com as previsões do Goldman Sachs para o Sul da Europa.

Após um período de crescimento mais lento, na década anterior à pandemia, Portugal, juntamente com Espanha e Grécia, têm superado o desempenho médio da Zona Euro desde a crise da Covid-19. Para o próximo ano, a equipa de analistas do Goldman Sachs liderada por Sven Jari Stehn antecipa que esta tendência continuará, embora a um ritmo mais moderado do que em 2024.

Esperamos que o sólido crescimento do consumo e a resiliência do investimento se mantenham, com base num crescimento do rendimento disponível acima da média e num mercado de trabalho firme”, antecipam os especialistas para os três países europeus numa nota enviada aos clientes.

Além disso, o Goldman Sachs refere que Portugal e os seus vizinhos do Sul da Europa são apontados como beneficiários de uma menor exposição a alguns riscos externos, nomeadamente às políticas comerciais que Donald Trump pretende adotar. Os analistas a antecipam, por exemplo, um “impacto limitado de potenciais tarifas dos EUA sobre as exportações europeias” e uma “menor concorrência industrial da China em comparação com outras economias da zona euro”.

Sven Jari Stehn e os restantes analistas salientam que esta situação tem facilitado uma atividade industrial mais resiliente, embora Portugal seja apontado como uma exceção neste aspeto.

A trajetória positiva das finanças públicas nacionais é também referenciada pelos especialistas. O Goldman Sachs sublinha que o “saldo orçamental é previsto manter-se positivo, mesmo incluindo pagamentos de juros”. Além disso, destacam que o rácio da dívida pública continua em queda, com a possibilidade de ficar “abaixo da média da Zona Euro já em 2026”.

O banco de investimento norte-americano destaca ainda o papel crucial do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) para o crescimento da economia nos próximos anos. “Portugal tem ainda por executar cerca de 7% a 10% do PIB em fundos europeus até 2026”, notando que estes fundos “permitirão expandir o investimento público, mantendo simultaneamente saldos orçamentais positivos”.

Apesar de prever uma desaceleração face a 2024, o Goldman Sachs mantém uma visão positiva para a economia nacional para o próximo ano. O banco antecipa a “continuação do crescimento acima da média da Zona Euro” e um “aumento da produtividade laboral”. Além disso, salienta que existe um “potencial de recuperação adicional do investimento em capital fixo”.

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