Segunda Comissão Europeia de Von der Leyen inicia funções. Economia, Ucrânia e Trump são prioridades

  • Lusa
  • 9:43

A Comissão Europeia, novamente presidida por Ursula von der Leyen, inicia funções este domingo e terá como principais desafios a guerra na Ucrânia, a competitividade e a nova administração Trump.

A Comissão Europeia, novamente presidida por Ursula von der Leyen, inicia funções este domingo, por um período de cinco anos, e terá como principais desafios a guerra na Ucrânia, a competitividade e a nova administração norte-americana liderada por Donald Trump.

Depois de várias semanas de negociações que culminaram num acordo político no Parlamento Europeu entre o centro-direita, os socialistas e os liberais, a Comissão Europeia do segundo mandato de Ursula von der Leyen foi aprovada pelos eurodeputados, com 370 votos favoráveis, 282 contra e 36 abstenções.

Na última quarta-feira, dia da aprovação no hemiciclo europeu, a antiga ministra da Defesa da Alemanha anunciou uma “bússola da competitividade” como uma das prioridades do executivo comunitário que hoje inicia funções. “Posso anunciar que a primeira grande iniciativa da nova Comissão será uma bússola da competitividade“, que irá enquadrar o trabalho do executivo comunitário e será executada de acordo com os três pilares: inovação, descarbonização e segurança, segundo referiu na ocasião.

Estes três pilares, apontados no relatório sobre competitividade europeia elaborado pelo ex-presidente do Banco Central Europeu Mario Draghi, implicam reduzir o fosso em matéria de inovação com os Estados Unidos e a China, traçar um plano conjunto para a descarbonização e competitividade e, em terceiro lugar, aumentar a segurança e reduzir as dependências, nomeadamente do gás da Rússia.

Em simultâneo, a guerra na Ucrânia, que vai entrar no terceiro ano e que continua com forte intensidade, está igualmente entre as prioridades da Comissão Europeia. Ursula von der Leyen não só quer aumentar o apoio à Ucrânia, como também quer reforçar as capacidades de dissuasão.

Também na passada quarta-feira, a líder comunitária anunciou um “livro branco” sobre defesa na União Europeia (UE) nos primeiros 100 dias de mandato e frisou que “a segurança da Europa é uma prioridade” do próximo executivo comunitário.

Na mesma altura, e perante os eurodeputados no hemiciclo, a presidente do executivo comunitário advertiu que a UE “tem de estar preparada para o que está à sua frente” e insistiu que é necessário “trabalhar mais com a Organização do Tratado do Atlântico Norte (NATO)”.

Mas a questão da NATO, bem como outras matérias de relevo no bloco europeu, terá de ter em conta a chegada já em janeiro de uma nova administração norte-americana liderada pelo ex-presidente republicano Donald Trump.

Durante o seu primeiro mandato (2017-2021), Trump criticou as contribuições desiguais para a Aliança Atlântica e chegou a ameaçar com a saída da organização político-militar.

O novo executivo comunitário é composto por 11 mulheres entre 27 nomes (uma quota de 40% de mulheres e de 60% de homens), uma das quais é a comissária indigitada por Portugal e antiga ministra das Finanças, Maria Luís Albuquerque, que ocupa a pasta dos Serviços Financeiros e União da Poupança e dos Investimentos.

Na sua carta de missão dirigida a Maria Luís Albuquerque, a líder do executivo comunitário pediu que a comissária portuguesa use a sua experiência no público (depois de ter sido ministra das Finanças e secretária de Estado do Tesouro) e no privado (após ter passado por empresas como a gestora de fundos europeia Arrow Global e o banco mundial Morgan Stanley) para “desbloquear montante substancial de investimento” na UE.

Na sua carta de missão dirigida a Maria Luís Albuquerque, a líder do executivo comunitário pediu que a comissária portuguesa use a sua experiência no público (depois de ter sido ministra das Finanças e secretária de Estado do Tesouro) e no privado (após ter passado por empresas como a gestora de fundos europeia Arrow Global e o banco mundial Morgan Stanley) para “desbloquear montante substancial de investimento” na UE.

Num contexto de tensões geopolíticas (devido à guerra na Ucrânia causada pela invasão russa e de conflitos no Médio Oriente), de concorrência face aos Estados Unidos e China e de uma transição na política norte-americana, Von der Leyen quer, nos próximos cinco anos, apostar na competitividade económica comunitária.

Estima-se que a UE tenha de investir 800 mil milhões de euros por ano, o equivalente a 4% do Produto Interno Bruto (PIB), para colmatar falhas no investimento e atrasos em termos industriais, tecnológicos e de defesa em comparação a Washington e Pequim.

Só a aposta em defesa, impulsionada pela guerra na Ucrânia e pelas recentes tensões geopolíticas, vai ter de ser suportada por necessidades de investimento na ordem dos 500 mil milhões de euros na próxima década.

Para segunda-feira, está prevista uma cerimónia para assinalar o novo ciclo institucional da UE, com a entrada em funções tanto de António Costa na liderança do Conselho Europeu como da presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, no seu segundo mandato de cinco anos.

A ocasião é organizada pela presidente do Parlamento Europeu, Roberta Metsola, também ela reeleita em julho passado para um novo mandato até 2027.

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