Para já, Apax Partners mantém-se firme no capital da GamaLife

As administrações do Crédit Agricole Assurances e da GamaLife em Portugal desconhecem eventuais conversações sobre aquisição. Apax reafirma foco no desenvolvimento da seguradora em Portugal e Itália.

Logo após o anúncio da venda da AssuredPartners, a 10.ª maior corretora de seguros do mundo, à concorrente Gallagher, 3.ª maior a nível global, em que a gestora Apax Partners vai receber uma parte dos 13,45 mil milhões de dólares do negócio, a imprensa italiana especula sobre conversações entre a Apax Partners e o Crédit Agricole Assurances para a aquisição da GamaLife, seguradora Vida com sede em Portugal e já com negócios em Itália.

O CEO Matteo Castelvetri em Milão a apresentar a GamaLife ao mercado italiano no final de novembro.

A possível aquisição foi indicada pelo jornal italiano El Sole 24 Ore como negociação em curso. No entanto, depois de em julho passado terem sido apontadas negociações idênticas com o Novobanco, nada se confirmou.

A GamaLife fez uma forte apresentação em Milão no último dia 25 de novembro apresentando novos produtos para aquele mercado e com o CEO Matteo Castelvetri a apontar o futuro para o negócio em Itália.

Fonte próxima da Apax Partners indica que o grupo continua firme na GamaLife e no desenvolvimento do negócio em Portugal e Itália.

No entanto, também é conhecido o interesse do Crédit Agricole Assurances em Itália após ter adquirido, no final de 2023, 65% do capital Banco BPM Assicurazioni, um operador importante. Em Portugal tem a Mudum (ex-GNB Seguros).

Em recente entrevista ao ECOseguros, o CEO da Mudum Afonso Themudo Barata questionado sobre a possível expansão da CA Assurances comentou que o grupo “é campeão em França, campeão na Europa e no mundo. Não posso falar pelo grupo enquanto acionista, mas o Crédit Agricole está claramente com uma perspetiva de investir na Península Ibérica e, portanto, acho que a tudo o que forem oportunidades o grupo vai claramente olhar. Mas isso é uma questão do acionista, não da Mudum”, disse.

A informação faria sentido dada essa vontade de expansão do grupo francês em Itália e Portugal, mas – também em recente entrevista a ECOseguros – Matteo Castelvetri demonstrava vontade de liderar aquisições, não em a GamaLife ser adquirida.

Avançou que em Portugal “provavelmente batemos em todas as portas que podíamos bater”, disse, “a expansão através de fusões e aquisições faz parte da nossa estratégia principal com todo o apoio dos nossos acionistas”. Trata-se agora de encontrar o parceiro que queira fazer a transação connosco. Acrescentou “quando começámos a estudar Itália, percebemos que também lá há mais oportunidades e continuamos a olhar para o resto da Europa. Penso que ainda há muito a fazer em consolidação, quer em Portugal, quer em Itália, há mais de 20 ou 25 companhias de seguros de vida a operar no mercado”.

Se a lógica do negócio da Apax Partners é investir numa aquisição, desenvolver até atingir a maturidade e depois entrar na fase da “colheita”, um prazo que normalmente medeia 5 a 7 anos em relação ao momento inicial, relembre-se que o investimento na GamaLife começou em 2019.

De facto, a Apax acabou de vender a sua participação minoritária, que tinha mantido, quando vendeu a maioria do capital da AssuredPartners à GTCR, gestora de fundos de investimento. Exatamente em 2019. Com este negócio vai realizar parte dos 13,45 mil milhões de dólares que a concorrente Gallagher vai pagar pela totalidade da empresa.

Ainda detém na área seguradora a corretora PIB Group, também uma das maiores do mundo que adquiriu à Carlyle em 2021.

Para concluir a mesma fonte próxima da Apax prevê que mais se vai especular sobre interessados na GamaLife no próximo ano: “Haverá interessados em comprar, mas nada garante que se venda”, conclui.

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