Risco geopolítico recomenda “prudência” nas bolsas em 2025, diz regulador

CMVM vê riscos na bolsa a atenuaram, mas recomenda "prudência" aos investidores pois estarão a subavaliar os riscos geopolíticos.

Apesar da redução global dos riscos nas bolsas, o regulador português recomenda aos investidores “prudência” por conta do contexto geopolítico marcado pelas guerras e crescente tensão entre EUA e China. “Qualquer alteração de relevo nesse contexto, já por si especialmente adverso, poderá impactar de forma relevante e abrupta nos mercados”, alerta a Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM).

“Comparativamente com o relatório do ano passado, o Risk Outlook CMVM 2025 procede a uma ligeira atenuação dos riscos financeiros para o mercado de capitais nacional”, aponta a CMVM no relatório publicado esta quarta-feira.

“Ainda assim, esta redução global de riscos entre 2024 e 2025 deverá ser lida com prudência. Isto porque o contexto geopolítico, atual e o que se perspetiva, coloca e colocará significativos desafios macrofinanceiros”, acrescenta.

Para o polícia da bolsa liderado por Luís Laginha de Sousa, uma abordagem prudente aos mercados “assume importância acrescida na medida em que parece existir uma desassociação relevante entre as medidas de riscos geopolíticos e de riscos macrofinanceiros”.

Citando o Fundo Monetário Internacional (FMI), a CMVM frisa que os investidores estão a subavaliar os riscos existentes face ao nível de valorizações dos mercados. Mas 2025 poderá representar um teste a este “potencial decoupling”.

“As expectativas dos agentes de mercado poderão ter de ser revistas em baixa em função da eventual materialização de choques geopolíticos adicionais ou de desenvolvimentos negativos nas tensões já latentes”, afirma o regulador da bolsa.

Por outro lado, a CMVM assume que o processo desinflacionista, “cujos avanços foram significativos em 2024, está ainda por terminar”. Nesse sentido, “novos picos inflacionistas em 2025 não poderão ser excluídos”, frisa a entidade reguladora. Nesse caso, a ação de redução das taxas de juro dos bancos centrais encontra-se algo limitada. Contexto que poderá “provocar uma reavaliação dos riscos”.

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