18% dos novos créditos à habitação é feito por estrangeiros

Além de quase um quarto dos novos empréstimos para a compra de casa serem já feitos por estrangeiros, o peso que têm no stock de crédito à habitação aumentou de 6,9% para 8,2% em menos de três anos.

O papel dos estrangeiros no mercado imobiliário nacional tem ganho cada vez preponderância, particularmente no segmento residencial e no crédito à habitação.

Segundo dados do Banco de Portugal, em 2023 e no primeiro semestre de 2024, 18% dos novos empréstimos à habitação foram concedidos a cidadãos estrangeiros (residentes e não residentes). Significa que, em média, quase um em cada cinco novos contratos de empréstimo à habitação realizados (excluindo renegociações e transferências de crédito), tiveram como mutuários cidadãos estrangeiros.

Os dados do Banco de Portugal publicados no Relatório de Estabilidade Financeira de novembro revelam ainda que nos últimos dois anos e meio, o peso dos cidadãos estrangeiros no stock de crédito à habitação aumentou de 6,9% para 8,2%.

No primeiro semestre de 2024, os estrangeiros foram responsáveis por 6% do número total de transações e por 10% do montante transacionado no mercado imobiliário residencial em Portugal.

“O aumento da população estrangeira residente e a procura de habitação por não residentes contribuem para este crescimento”, justifica o Banco de Portugal no relatório, notando ainda que esta tendência “estará também a ser potenciado por uma alteração no perfil de procura, em particular por uma maior procura de habitação própria e permanente por estrangeiros em idade ativa e de escalões etários mais baixos.”

O crescimento da relevância dos estrangeiros no mercado de crédito à habitação ganha particular importância por ocorrer num contexto em que o recurso ao crédito bancário para a compra de casa tem diminuído: no final do primeiro semestre de 2024, apenas 35% das aquisições de imóveis residenciais em Portugal foram realizadas recorrendo a financiamento bancário, referiu Clara Raposo, vice-governador do Banco de Portugal no decorrer da apresentação do Relatório de Estabilidade Financeira de novembro, esta terça-feira.

Este valor contrasta com o cenário observado em 2010, quando mais de 80% das transações de habitação eram financiadas recorrendo a crédito bancário

Estrangeiros dominam compras de alto valor

A participação de compradores não residentes no mercado residencial tem aumentado de forma consistente nos últimos anos. Segundo dados do Banco de Portugal, no primeiro semestre de 2024, os estrangeiros foram responsáveis por 6% do número total de transações e por 10% do montante transacionado. Esta discrepância entre o número de transações e o valor envolvido sugere que os compradores estrangeiros estão a adquirir imóveis de valor mais elevado.

O relatório do Banco de Portugal indica, por exemplo, que o valor médio de aquisição de uma habitação de um comprador não residente foi de 345 mil euros, cerca de 1,74 vezes acima dos 198 mil euros do valor médio transacionado por residentes. “Entre os não residentes também se observa uma diferenciação no valor médio das aquisições entre compradores com residência fiscal na União Europeia, 280 mil euros, e nos restantes países, 408 mil euros”, destaca o Banco de Portugal.

O Relatório de Estabilidade Financeira revela ainda que a população estrangeira residente em Portugal tem crescido significativamente, “compensando os saldos naturais negativos e contribuindo para o crescimento da população total, com impacto nos preços da habitação.”

Este ano, os estrangeiros já investiram 2.550 milhões de euros no mercado imobiliário nacional, sendo que 39% deste montante foi investido entre julho e setembro.

Esta resiliência é atribuída a fatores como o clima, a segurança e a qualidade de vida em Portugal, que continuam a atrair compradores internacionais, mesmo depois do fim do regime de Residentes Não Habituais (RNH) e a suspensão dos vistos gold para investimento imobiliário.

O crescente interesse dos estrangeiros no mercado imobiliário português tem tido um natural impacto nos preços e na disponibilidade de habitação, especialmente nas grandes cidades e zonas turísticas. Os dados mais recentes do Banco de Portugal mostram que, este ano, os estrangeiros já investiram 2.550 milhões de euros no mercado imobiliário nacional, sendo que 39% deste montante foi investido entre julho e setembro.

Deste bolo faz também parte o investimento dos estrangeiros no mercado imobiliário comercial que, segundo o Banco de Portugal, apesar de ter registado uma queda homóloga de 18% no primeiro semestre deste ano, os investidores não residentes (sobretudo institucionais) continuaram a dominar o segmento comercial, representando 70% do montante total investido na primeira metade do ano – entre 2014 e 2023, o peso dos estrangeiros neste mercado foi superior a 80%.

Os dados do Banco de Portugal mostram que o papel dos estrangeiros no mercado imobiliário português é cada vez mais relevante, tanto no segmento residencial como no comercial, levando Clara Raposo a referir que “o Banco de Portugal está atento” a esta tendência.

Apesar de alguns desafios recentes, como alterações fiscais e a conjuntura económica global, Portugal continua a atrair investimento estrangeiro significativo. Este interesse internacional tem impactos positivos na economia, mas também levanta questões sobre a pressão que criam no mercado e o efeito que têm no nível de acessibilidade da habitação para os residentes locais.

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Esta é a chave do Euromilhões. Jackpot sobe para 208 milhões de euros

  • ECO
  • 26 Novembro 2024

O prémio desta terça-feira ronda os 208 milhões de euros, depois de não terem sido registados vencedores do primeiro prémio no sorteio anterior.

Decorreu esta terça-feira mais um sorteio do Euromilhões, com um primeiro prémio no valor de 208 milhões de euros. O valor do jackpot voltou a subir depois de não ter havido vencedores do primeiro prémio no sorteio anterior.

Veja a chave vencedora do sorteio desta terça-feira, 26 de novembro :

Números: 7, 11, 25, 31 e 40

Estrelas: 9 e 12

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Galp cancela refinaria de lítio em Setúbal após abandono da Northvolt

A decisão surge depois de a Northvolt ter travado o investimento no projeto conjunto com a petrolífera portuguesa. A Galp procurou novos parceiros, "mas sem sucesso".

A Galp cancelou o projeto Aurora, a refinaria de lítio que previa instalar em Setúbal através de uma parceria com a Northvolt. A decisão surge depois de a Northvolt ter travado o investimento no projeto conjunto com a petrolífera portuguesa, uma vez que se encontra com graves problemas financeiros.

Desde então, a Galp procurou identificar novas parcerias internacionais, mas sem sucesso“, refere a Galp em comunicado enviado à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM).

A Aurora, uma joint venture criada pela portuguesa Galp e pela sueca Northvolt trabalhava desde 2021 para estabelecer uma fábrica de conversão de lítio em Setúbal, visando “abastecer a indústria de baterias”, através do aproveitamento das reservas de lítio portuguesas.

“Apesar dos esforços significativos, que incluíram a constituição de uma equipa qualificada, a realização de estudos de engenharia, a preparação de processos de licenciamento e a procura de incentivos e financiamento, o contexto atual e a impossibilidade de contar com um parceiro internacional impossibilitam a continuidade do projeto“, avança a Galp na informação enviada à CMVM. O projeto já havia absorvido cerca de 40 milhões de euros da Galp, segundo o Expresso.

Já no início de outubro, conforme o ECO noticiou, a Galp e a Northvolt estavam a avaliar a possibilidade de obter financiamento do novo sistema de incentivos a investimentos em setores estratégicos de mil milhões de euros para avançar com o empreendimento, uma vez que o faseamento permitido pelo PRR não era “compatível com calendário de execução do projeto Aurora”.

Na altura, segundo a Galp, continuava-se a avaliar oportunidades de financiamento, incluindo “ao abrigo da ajuda pública”, que tinha sido aprovado na semana anterior pela Comissão Europeia.

No entanto, a Galp decidiu agora dar uma “machadada final” no projeto depois do recuo da Northvolt, que advém da grave crise financeira que assola a empresa sueca. Recorde-se que, a 21 de novembro, a parceira da Galp apresentou um pedido de proteção contra credores nos EUA, depois de ter falhado um acordo com investidores para salvar a empresa de baterias, que já contou com uma injeção de capital superior a 14 mil milhões de euros.

Nos meses anteriores a empresa tinha vindo a tentar reverter os seus problemas financeiros, tendo sido noticiado em setembro que a fabricante de baterias ia avançar com o despedimento de 1.600 funcionários na Suécia, suspender os planos de expansão e focar-se em acelerar a produção para clientes automóveis.

Entretanto fica ainda por saber o que acontecerá à joint venture criada pela Galp e Northvolt e aos seus trabalhadores. Segundo o Expresso, o projeto conta com 17 portugueses e nove funcionários de outras nacionalidades nos seus quadros de pessoal.

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Salários nos seguros sobem abaixo da inflação

A consultora de recursos humanos Michael Page revelou os principais dados sobre salários e condições nas médias e grandes empresas de seguros em Portugal. Veja quanto se ganha em principais funções.

A flexibilidade com modelos de trabalho híbridos continua a ser uma opção importante no recrutamento de quadros para as grandes e médias empresas de seguros em Portugal, revelou o relatório Estudos de Remuneração 2025 agora divulgado pela Michael Page, consultora de recursos humanos com área especializada no setor liderada por Inês Paes de Vasconcelos. Segundo a consultora registou-se um aumento generalizado dos pacotes salariais para todas as funções, embora não tenha acompanhado a inflação.

Avançando com um exemplo, refere que as remunerações para funções técnicas como a de Gestor de Sinistros começam nos 17 mil euros (na zona do Porto) até 68 mil para o Atuário Sénior na zona de Lisboa. Nas funções de negócio, um Diretor Comercial Brokers pode auferir até 120 mil euros, na zona de Lisboa.

As funções mais procuradas continuam a ser a de técnicos de Risco e Solvência II, especialistas nas novas normas IFRS 17, PMO (project management na área seguradora), Underwriter (subscritores de risco) e Atuários.

Em geral, destaca-se uma tendência de procura de profissionais na área financeira, nomeadamente, com skills a nível de risco, planeamento e análise financeira, e planeamento e controlo de gestão. Consolidaram-se as áreas de Transformação e Inovação, Desenvolvimento de Negócio, Parcerias Employee Benefits e Gestão de Projetos. O Digital foi também uma área de destaque, com enfoque em ferramentas de Inteligências Artificial (IA), afirma a Michael Page.

Ao nível de áreas técnicas, mantém-se a tendência nas áreas de Subscrição, Sinistros, Data Analytics e Atuariado.

O Investimento na área de Human Resources, numa vertente estratégica, também foi visível na maioria das organizações, com vista a trabalhar liderança, cultura e, deste modo, atuar sobre a retenção de talento.

Os Atuários e subscritores de riscos estão entre os melhor remunerados nos cargos indicados pela Michael Page:

Fonte: Michael Page, Estudos de Salários 2025.

A Michael Page assinala que os valores de faturação ou crescimento correspondem a 2024 ao período compreendido entre janeiro e outubro, na área da Grande Lisboa e Grande Porto. A consultora explica que o estudo de remuneração apresentado foi realizado “graças ao conhecimento do mercado e à constante relação com clientes e candidato”.

“A informação contida neste estudo é o resultado de uma análise empírica de três fontes de informação diferentes: base de dados, perfis de candidatos e clientes e publicação de anúncios na imprensa e na internet, sobre 16 setores”, acrescentando que “o estudo reflete as tendências do mercado de trabalho de quadros médios e superiores em grandes empresas e não a média geral do mercado português”.

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Corredor do Lobito, saúde, segurança e agronegócio na visita de Biden a Angola

  • Lusa
  • 26 Novembro 2024

O foco da viagem está no Corredor do Lobito, uma infraestrutura ferroviária que liga Angola às zonas mineiras da República Democrática do Congo e Zâmbia e na qual os EUA é "um membro importante".

O Presidente norte-americano, Joe Biden, vai fazer vários anúncios durante a visita a Angola, no início da próxima semana, concentrados, principalmente, no Corredor do Lobito, mas também em áreas como saúde, segurança alimentar ou agronegócio, indicou esta terça-feira Washington.

Um conjunto desses anúncios será sobre o Corredor do Lobito. Mobilizamos milhares de milhões de dólares para esse projeto até agora, podem imaginar que o Presidente vai envolver-se com vários componentes desse esforço de infraestrutura e os elevará”, disse aos jornalistas a assistente especial do Presidente e diretora de Assuntos Africanos no Conselho de Segurança Nacional norte-americano, Frances Brown.

Num briefing sobre as prioridades da visita de Biden a Angola, entre 2 e 4 de dezembro, Frances Brown indicou que o líder norte-americano vai reunir-se bilateralmente com o Presidente angolano, João Lourenço, para aprofundarem as conversas sobre infraestrutura, clima, paz e segurança, democracia e objetivos económicos compartilhados.

Mas o grande foco da viagem estará no Corredor do Lobito, uma infraestrutura ferroviária que liga Angola às zonas de minérios da República Democrática do Congo (RDC) e da Zâmbia e na qual os Estados Unidos são “realmente um membro importante”, especialmente para a segunda fase do projeto, disse a coordenador da Parceria para Infraestrutura e Investimento Global (PGI) no Departamento de Estado norte-americano, Helaina Matza.

Esta fase inclui a construção de 800 novos quilómetros na linha ferroviária que atravessa Angola, Zâmbia e RDCongo, que se somarão aos 1.300 já existentes e estão a ser renovados, lembrou Matza. O objetivo do corredor, assinalou, é reduzir o tempo de trânsito da Zâmbia e sul da RDCongo até ao porto angolano do Lobito dos atuais cerca de 45 dias para menos de uma semana.

A coordenadora frisou que esses investimentos ferroviários fazem diminuir os custos e os tempos de transporte terrestre, abrem o acesso a terras agrícolas aráveis e reforçam a cadeia de abastecimento para minerais energéticos críticos, “impulsionando o crescimento económico resiliente ao clima na região”.

Nos últimos 18 meses, os EUA mobilizaram quase cinco mil milhões de dólares (cerca de 4,78 mil milhões de euros ao cambio atual) para o próprio corredor e para “investimentos em novos projetos de energia limpa, incluindo energia solar”, bem como outras iniciativas de apoio à população e pequenos agricultores, destacou Helaina Matza.

A coordenadora reforçou que o projeto, “em última análise, deverá beneficiar muito mais África” e que os Estados Unidos procurarão “parcerias sólidas” que permitam que se torne “uma rede bastante resiliente” com possibilidade de expansão no futuro, quer em direção ao Oceano Índico, quer a países como a Namíbia ou a África do Sul.

“O corredor de Lobito não é apenas uma ferrovia ou minerais essenciais. Trata-se também das comunidades que são fortalecidas ao longo do caminho, de mais acesso à educação, trata-se de produtos agrícolas indo para o mercado e de aumentos na conectividade digital”, observou, por sua vez, Frances Brown.

A diretora de Assuntos Africanos anunciou que Biden deverá também na deslocação a Angola fazer anúncios relacionados com a segurança global da saúde, segurança alimentar e agronegócio, e ainda um “anúncio importante sobre cooperação no setor de segurança” e “sobre a preservação da rica herança cultural de Angola”.

Em 2023, o comércio entre Estados Unidos e Angola totalizou aproximadamente 1,77 mil milhões de dólares (1,69 mil milhões de euros), o que tornou Angola no quarto maior parceiro comercial de Washington na África Subsaariana. “Vemos Angola como um parceiro estratégico e um líder regional. O nosso relacionamento com Angola transformou-se completamente nos últimos 30 anos, e essa transformação ganhou ritmo nos últimos três anos”, assinalou Frances Brown.

Nesse sentido, a diretora de Assuntos Africanos resumiu a viagem de Biden a Angola a três objetivos: “elevar a liderança dos EUA em comércio, investimento e infraestrutura em África”; destacar a “liderança regional e a parceria global de Angola num espetro completo de questões urgentes, incluindo comércio, segurança e saúde”; e, por último, destacar a “notável evolução do relacionamento EUA-Angola”.

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Polis Litoral Ria de Aveiro tem 90 milhões para investir na laguna

  • Lusa
  • 26 Novembro 2024

O Governo incluiu no Orçamento do Estado para 2025 o efetivo encerramento e extinção das sociedades Polis até ao final do ano, com exceção da Polis Litoral Ria de Aveiro.

O Conselho Intermunicipal da Comunidade Intermunicipal da Região de Aveiro (CI/CIRA) congratulou-se esta terça-feira com a aprovação formal da “Ria Viva e litoral da região de Aveiro”, que irá investir cerca de 90 milhões de euros na laguna.

Em comunicado, o CI/CIRA diz que tomou conhecimento da aprovação formal da nova empresa, que designou como “nova vida da Polis Litoral Ria de Aveiro”, congratulando-se com esta “importante conquista para a região de Aveiro e para Portugal”. A “Ria Viva” foi aprovada na última assembleia geral da Polis Litoral Ria de Aveiro, que terminou a 18 de novembro.

“Após um longo e muito difícil processo negocial, iniciado com o Governo anterior e terminado com o atual Governo, ganhámos o direito de continuar a investir na qualificação e valorização da Ria de Aveiro”, refere a nota subscrita pelo presidente do CI/CIRA, Joaquim Baptista. Além da Ria de Aveiro, da Pateira de Fermentelos e da Zona Costeira Atlântica, a área de intervenção passa a integrar também os principais rios da região de Aveiro (Vouga, Águeda, Cértima e Levira).

Aos dez municípios que já integravam a Polis Litoral da Ria de Aveiro, junta-se agora o município de Anadia, ficando com plena justaposição a área de intervenção da Ria Viva à da CIRA.

“No que respeita ao valor total do investimento a concretizar pela Ria Viva, o montante é de cerca de 90 milhões de euros, com participação no capital da empresa e nos investimentos pelo Governo e pelos municípios da CIRA, e nos investimentos pelos Fundos Comunitários e pelo Fundo Ambiental”, refere a mesma nota.

A apresentação pública dos pormenores da operação Ria Viva, segundo a nota da CIRA, vai ter lugar numa sessão pública a decorrer em data a anunciar no início do ano 2025. O Governo incluiu no Orçamento do Estado para 2025 o efetivo encerramento e extinção das sociedades Polis até ao final do ano, com exceção da Polis Litoral Ria de Aveiro.

Segundo o documento, das 22 sociedades constituídas ao abrigo do programa Polis Cidades subsistem sete em fase de liquidação. Após a extinção das sociedades Polis Litoral, “são reconduzidos à Agência Portuguesa do Ambiente (APA)” os seus “poderes originários sobre a orla costeira que ficaram limitados com a criação das sociedades”, que sucede “nos atos de autoridade praticados”.

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Polónia “não aceita” versão atual do acordo UE-Mercosul, diz Donald Tusk

  • Lusa
  • 26 Novembro 2024

O primeiro-ministro polaco justifica est oposição ao acordo com a “preocupação com os agricultores polacos e a segurança alimentar".

O primeiro-ministro polaco, Donald Tusk, declarou esta terça-feira que Varsóvia não aceitará o projeto de acordo de comércio livre entre a União Europeia (UE) e os países do Mercosul, tal como está, alinhando com a posição defendida pela França.

“A Polónia não aceitará o acordo de comércio livre com os países da América do Sul, ou seja, o bloco do Mercosul, sob esta forma”, disse Donald Tusk aos jornalistas, antes de uma reunião do seu gabinete, avançou a agência France-Presse (AFP). O governo polaco, pró-União Europeia, adotou uma resolução que se opõe à versão atual do acordo com o Mercosul, citando como principal motivo a “preocupação com os agricultores polacos e a segurança alimentar”.

As linhas gerais do acordo da UE com o Mercosul, composto pela Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai, foram acordadas em 2019, mas alguns países da UE, incluindo a França, opõem-se ao documento, temendo que afete os seus setores agrícolas. A França espera reunir outros países europeus para conseguir uma minoria de bloqueio no Conselho da UE, que reúne os 27 Estados-membros, e cujo acordo é necessário uma vez concluídas as negociações.

Varsóvia, que recebeu a visita do ministro da Agricultura francês na sexta-feira, juntou-se a Paris nestas tentativas, disse o vice-primeiro-ministro polaco. “Estão em curso ações diplomáticas para constituir uma minoria que impedirá a entrada em vigor do acordo”, sublinhou Wladyslaw Kosiniak-Kamysz aos jornalistas, acrescentando acreditar que é possível formar aquela minoria, “embora, claro, não seja fácil”.

No início deste mês, o Ministério da Agricultura da Polónia já tinha manifestado “sérias reservas” quanto ao acordo UE-Mercosul, alertando que os produtores polacos e europeus poderiam ser “expulsos do mercado da UE” se este fosse assinado. O ministério tinha realçado que os setores das aves, da carne de bovino, do açúcar e do etanol seriam os mais afetados.

O acordo desencadeou uma nova onda de protestos agrícolas na Europa, nomeadamente em França, onde se registaram dezenas de manifestações por todo o país. O Governo francês já saudou o apoio da Polónia e reiterou a sua firme oposição ao tratado de comércio livre com o Mercosul “tal como a Comissão [Europeia] o imaginou”.

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Verlingue reforça Suíça com aquisição da ProConseils Solutions

  • ECO Seguros
  • 26 Novembro 2024

Esta aquisição alinha-se com a estratégia 'Better Future 28' que visa reforçar a sua presença na Europa e alargar presença nos territórios onde opera, reunindo intervenientes locais.

A Verlingue, corretora de seguros que opera em Portugal, reforçou a sua presença na Suíça com a aquisição da corretora ProConseils Solutions, anunciou a filial do Grupo Adelaide em comunicado.

Joseph Gelsomino, fundador da ProCoinseis Solutions, Benjamin Verlingue, presidente e CEO do Grupo Adelaide, Alain Bornard, fundador da ProCoinseis Solutions, e Marco Buholzer, CEO da Verlingue Suiça.

Com este investimento, a corretora francesa alarga a sua oferta e serviços de corretagem a entidades públicas, empresas e estabelecimentos médico-sociais na região francófona da Suíça. Visto que a ProConseis Solutions, fundada em 2003, conta com mais de 25 colaboradores em três escritórios no cantão de Vaud, que dão apoio a mais de 1.500 empresas, cerca de 150 entidades públicas e 30 estabelecimentos médico-sociais.

Os cofundadores da ProCoinseis Solutions, Alain Bornand e Joseph Gelsomino, consideram que podem “prestar um serviço ainda melhor e beneficiar das competências técnicas do Grupo e da sua dimensão internacional” ao juntarem-se à corretora francesa.

De acordo com a Verlingue, esta aquisição alinha-se com a sua estratégia ‘Better Future 28′ que visa reforçar a sua presença na Europa e alargar os territórios onde opera, reunindo intervenientes locais “que partilham uma visão comum”.

Nesse sentido, o CEO da Verlingue Suíça, Marco Buholzer, assinala que a ProConseis Solutions “contribui com uma experiência local preciosa e um excelente conhecimento do mercado”.

Na mesma linha, Benjamin Verlingue, presidente e CEO do Grupo Adelaide, refere que “a aquisição da ProConseils Solutions marca uma etapa importante na nossa estratégia de crescimento na Suíça e na Europa”.

“Graças a esta aquisição, a Verlingue contribui, assim, para a ambição do Grupo Adelaïde de se tornar no primeiro corretor familiar de seguros na Europa até 2028”, remata a corretora.

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Seguro automóvel já pode ser adicionado ao ID.Gov

  • ECO Seguros
  • 26 Novembro 2024

Todos os documentos digitais disponíveis na aplicação móvel id.gov têm a mesma validade jurídica que as suas versões físicas, desde fevereiro deste ano.

O documento comprovativo do seguro de responsabilidade civil automóvel (obrigatório) já pode ser adicionado à aplicação oficial que permite acesso a documentos digitais emitidos pelo Estado (ID.Gov).

A Autoridade de Supervisão de Seguros e Fundos de Pensões (ASF) e pela Agência para a Modernização Administrativa (AMA) lançaram um comunicado esta terça-feira onde avançaram que estabeleceram um protocolo de colaboração no qual se acordou disponibilizar o seguro obrigatório no ID.Gov.

Deste modo, a disponibilização do documento na carteira digital “resulta de um trabalho conjunto desenvolvido pelos serviços técnicos da ASF e da AMA, que é a entidade responsável por assegurar a integração deste novo documento na aplicação”.

Desde fevereiro, todos os documentos digitais disponíveis na aplicação móvel ID.gov têm a mesma validade jurídica que as suas versões físicas.

Esta aplicação da Administração Pública permite que os cidadãos portugueses com a Chave Móvel Digital ativa adicionem, consultem e partilharem os dados dos documentos de identificação que estejam disponíveis na aplicação, através do telemóvel (smartphone).

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Mudança sem autorização de comercializador de energia é sancionada, alerta a ERSE

A EDP afirma que todos os meses tem recebido denúncias de cerca de 100 clientes que passam por situações de mudança de contrato sem terem dado qualquer autorização.

A ERSE – Entidade Reguladora dos Serviços Energéticos alerta que a angariação de clientes no setor energético sanciona “quaisquer práticas ilícitas”, quer sejam detetadas através de ações de monitorização ou queixas apresentadas por consumidores. Este esclarecimento surge depois de a EDP ter denunciado queixas de clientes por contratos passarem para a alçada de outro comercializador sem a devida autorização.

A EDP afirma que todos os meses tem recebido denúncias de cerca de 100 clientes que passam por situações de mudança de contrato sem terem dado qualquer autorização para que exista esta transferência, avançou esta terça-feira o Observador. Contactada pelo jornal, a ERSE recusou-se a revelar um número concreto de casos e que empresas são alvo de denúncias.

Desde 2013, ano da entrada em vigor do regime sancionatório do setor energético, já foram tramitados 10 processos sancionatórios que incluíam mudanças indevidas de comercializador e oito processos referentes a práticas comerciais desleais. As coimas aplicadas, que ascendem a quase um milhão de euros, cobrem a generalidade dos comercializadores de energia, designadamente aqueles com maior quota no mercado livre, informa o regulador, num comunicado.

Além disso, “muitas das penalizações, para além do pagamento das coimas, permitiram a compensação dos clientes lesados pelas infrações e a adoção pelos comercializadores de regras de cumprimento normativo”, acrescenta a ERSE. A mudança de comercializador exige a obtenção por parte do comercializador de autorização expressa deste, devendo manter registo auditável dessa autorização.

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Israel anuncia acordo de cessar-fogo no Líbano

  • ECO
  • 26 Novembro 2024

O acordo de cessar-fogo tem início esta quarta-feira e, segundo Netanyahu, vai permitir a Israel concentrar-se na “ameaça iraniana”.

O Governo de Israel aprovou um acordo de cessar-fogo com o Hezbollah, a partir das duas da manhã (hora de Lisboa) desta quarta-feira e para os próximos 60 dias. O anúncio foi feito pelo primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, horas depois de as forças israelitas terem voltado a bombardear território libanês num ataque que vitimou mais de três dezenas de pessoas.

O acordo de cessar-fogo permitirá a Israel, segundo Netanyahu, concentrar-se na “ameaça iraniana”. Horas depois foi a vez do presidente dos EUA confirmar o acordo. “A paz é possível”, disse Joe Biden, que acrescentou que este acordo foi desenhado “para cessar as hostilidades permanentemente”.

Nos próximos 60 dias, as forças israelitas vão retirar gradualmente e o exército do Líbano rumará a sul para controlar o seu território, segundo o líder norte-americano. Já ao Hezbollah não será permitido reconstruir qualquer infraestrutura ou ameaçar a segurança de Israel.

O “anúncio cria as condições para recuperar a calma e permitir aos residentes de ambos os países regressar em segurança às suas casas em ambos os lados da Linha Azul”, indica um comunicado conjunto de Biden e Emmanuel Macron. Os presidentes comprometem-se ainda a “liderar e a apoiar os esforços internacionais para o reforço da capacidade das Forças Armadas Libanesas, bem como o desenvolvimento económico em todo o Líbano”.

Netanyahu prometeu por seu turno que Israel irá retaliar se o Hezbollah violar o acordo de cessar-fogo. Referindo que a duração do acordo vai depender do que acontecer no Líbano, o líder de Israel disse que vai manter toda a liberdade militar e que atacará caso seja dado algum sinal de agressão.

O líder do Governo do Estado hebraico defendeu que o Hezbollah já não é o mesmo grupo que “lançou uma guerra” contra Israel, uma vez que as forças armadas do país mataram a maior parte dos líderes do grupo e destruíram as suas infraestruturas. “Conseguimos atingir muitos dos nossos objetivos durante esta guerra”, afirmou.

Ao longo do último ano foram mortas 3.750 pessoas no Líbano e mais de um milhão viram-se obrigadas a deixar as suas casas, de acordo com o Ministério da Saúde libanês. Por outro lado, os ataques do Hezbollah vitimaram 45 civis no norte de Israel e foram mortos 73 soldados israelitas, de acordo com as autoridades de Israel.

(Notícia atualizada às 22h21 com mais informação)

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Governo estuda aumento salarial na Função Pública em mobilidade após dois anos

Proposta inicial exigia fidelização de três anos para assegurar a subida na posição remuneratória, mas o Executivo admite baixar o período para dois anos e abre a porta à reposição das "férias frias".

O Governo vai estudar a possibilidade de reduzir o período de fidelização de um funcionário público em mobilidade de três para dois anos para tornar permanente o aumento salarial, quando consolida na nova categoria, revelou esta terça-feira a presidente do Sindicato dos Quadros Técnicos do Estado (STE), Maria Helena Rodrigues, no final de mais uma ronda negocial com a secretária de Estado da Administração Pública, Marisa Garrido.

Executivo admite ainda repor os cinco dias férias extra no inverno. Estas são matérias que constam do pedido de autorização legislativa que o Governo inscreveu no Orçamento do Estado para 2025 (OE2025) e que PS e a restante esquerda já anunciaram que iriam votar contra.

Neste momento, quando um trabalhador se efetiva nas novas funções perde a valorização remuneratória e passa a auferir o vencimento de origem. Por isso, a dirigente sindical considera esta matéria “positiva”.

No projeto de diploma que a governante entregou às estruturas sindicais, na semana passada, o Executivo estabelecia o prazo de 36 meses ou três anos para garantir que o aumento salarial de um funcionário público, que passa para outra categoria em situação de mobilidade, sem concurso público, se torna permanente, quando há a consolidação na nova posição. O STE propôs “uma redução da fidelização de um ano para dois anos”, indicou. “Entendemos que é uma melhoria e o Governo disse que vai avaliar e estudar”, salientou Maria Helen Rodrigues.

Para o coordenador da Federação Nacional dos Sindicatos dos Trabalhadores em Funções Públicas e Sociais (Frente Comum), Sebastião Santana, “é um absurdo ter de esperar três anos para o trabalhador consolidar o seu salário”. “Deveria ser imediatamente, assim que passa para uma nova categoria devia consolidar logo, não há motivos para ter um período experimental de três anos”, defendeu.

A Lei Geral do Trabalho em Funções Públicas estabelece que só ao fim de seis meses nas novas funções é que o trabalhador se pode tornar efetivo. Por outro lado, o diploma determina que, no momento da consolidação na nova categoria, isto, é quando o trabalhador fica efetivo na nova posição, volta ao “posicionamento remuneratório detido na situação jurídico-funcional de origem”.

O dirigente sindical revelou, no entanto, que “não é isso que acontece na prática”. “A esmagadora maioria dos trabalhadores mantém a posição remuneratória quando consolida. Não está na lei, mas é o que acontece”, alertou.

O secretário-geral da Federação de Sindicatos da Administração Pública (Fesap), José Abraão, considera também “excessivo” o prazo de 36 meses para consolidar na nova posição remuneratória. “Estas matérias deviam ser mais aprimoradas. Se hoje a mobilidade para as pessoas se consolidarem nos postos de trabalho tem um limite máximo de 18 meses, por que é que sistematicamente nos Orçamentos do Estado vem, todos os anos, uma norma que renova essas mobilidades?”, questionou.

E sinalizou que “há gente há quatro e cinco anos em mobilidade e que não se consolida”. José Abraão defende o cumprimento da lei e a equiparação do prazo de 18 meses para efetivar no cargo com o período mínimo, também de 18 meses, para tornar permanente o aumento salarial. No entanto, “a secretária de Estado disse que era preciso maior fidelização”, lamentou.

A Frente Comum defende ainda a redução “de 30 para 10 dias” do prazo de resposta das entidades aos pedidos de mobilidade dos trabalhadores, que é o que “prevê o Código dos Procedimentos Administrativos”. Atualmente, a lei apenas indica que, ao fim de seis meses da receção do pedido de mobilidade, se o serviço não se pronunciar, o trabalhador pode livremente transitar para o novo cargo. O Governo propôs um prazo máximo de resposta de 30 dias, mantendo ainda aquela regra dos seis meses sem resposta do serviço.

Governo admite repor os cinco dias extra de férias no inverno

Em relação às férias, e tal com o ECO noticiou, o Executivo quer evitar que todos os funcionários de um serviço tirem férias ao mesmo tempo, levando, em última análise, ao encerramento da atividade. Para isso, o Governo quer remeter a Lei Geral do Trabalho em Funções Públicas para o Código do Trabalho, alargando o período de rateamento de dois para quatro anos. Ou seja, a marcação de férias terá em conta as pausas que os funcionários tiraram nos últimos quatro anos, de forma a distribuir proporcionalmente as férias dos trabalhadores ao longo do ano.

Maria Helena Rodrigues, do STE, não coloca objeções a esta mudança. Já o líder da Frente Comum coloca a fasquia mais elevada e exige a reaposição dos dias de férias frias retirados à Função Pública, durante a troika, e que oferecem mais cinco extra por ano, sempre que os funcionários concentrem as férias no inverno.

O líder da Fesap revelou depois que “a secretária de Estado disse que” a reposição das férias frias “não está excluída”. “O Governo vai-se debruçar sobre a proposta e a seu tempo dirá como é que se pode retomar as férias frias”, assinalou. Para José Abraão, “este pode ser um elemento fundamental no que diz respeito ao rateio das férias nos meses de verão”. E criticou o alargamento do período de rateamento de dois para quatro ano na Função Pública: “Não conseguimos perceber porque tem de haver dois pesos e duas medidas. Na Administração Pública, propõe-se quatro anos e, no Código de Trabalho, são dois anos. É difícil perceber este tipo de mexidas”.

No que diz respeito à greve, o Governo quer a alargar a obrigatoriedade do envio do pré-aviso à DGAEP – Direção-Geral da Administração e do Emprego Público. A Fesap tem “alguma dificuldade em perceber esta alteração, porque hoje só não sabe que há greve quem não quer”. “Enviamos a todos os ministros da tutela, ao primeiro-ministro, aos serviços. Quanto mais se regulamenta mais se condiciona”, alertou.

Independentemente das reuniões que estão a decorrer entre o Governo e as estruturas sindicais, Sebastião Santana considera que “isto não objetivamente um processo negocial”. “O que existe é um pedido de autorização legislativa que está a ser discutido no Parlamento e que esperamos que seja chumbado por ser vago demais, é uma carta branca para o Governo poder legislar sobre estas matérias”, atirou. O dirigente sindical sinalizou que o Executivo apenas está a “fazer uma auscultação” aos sindicatos. “Foi este o termo usado”, sublinhou.

Caso o pedido de autorização legislativa, que está na proposta do Orçamento do Estado, seja chumbada, o Governo vai manter as negociações com os sindicatos e depois entregará no Parlamento “uma proposta de lei à margem do OE”, revelou o líder da Fesap. “Se estas iniciativas chumbarem, no âmbito do OE2025, já temos, por parte do Governo a garantia de que eventualmente voltarão a apresentar a proposta, desta vez isoladamente”, indicou.

(Notícia atualizada pela última vez às 20h51)

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