Moedas pede “ainda menos” movimentos no Aeroporto de Lisboa ao Governo

Obras no aeroporto de Lisboa preveem um aumento das movimentações por hora dos atuais 38 para 45, e embora o valor seja inferior ao decretado pelo anterior Governo, Moedas pede uma redução maior.

O presidente da Câmara de Lisboa garante que a sua posição em relação ao aeroporto Humberto Delgado “nunca mudou” e apela ao Governo que vá mais longe na diminuição dos movimentos por hora face às queixas associadas ao ruído noturno e poluição.

À margem da Assembleia Municipal, que decorreu esta terça-feira na Câmara de Lisboa, Carlos Moedas recordou que o atual Governo decidiu não concretizou o aumento de 38 para 72 movimentos por hora, recorrendo a outras pistas, tal como intencionava o Governo socialista, para 45, no âmbito das obras de expansão do aeroporto de Lisboa. E, embora admita que essa redução seja positiva face à decisão socialista, Carlos Moedas admite que “preferia que fosse ainda menos“. É uma “decisão dos reguladores”, defendeu-se.

Esse aumento não depende da Câmara Municipal de Lisboa. Como presidente da câmara, quero ter o mínimo de movimentos por hora e esse mínimo só será zero quando Alcochete estive pronto”, declarou, defendendo que o prazo previsto para a construção do novo aeroporto deveria ser inferior aos 10 anos previstos. “Queremos uma diminuição dos movimentos que este Governo diminuiu face ao Governo anterior, mas que deveria baixar. Chegaremos a zero em 2034, mas se chegarmos mais cedo ainda melhor“, concluiu.

Face às obras para o aumento de capacidade temporária do Aeroporto Humberto Delgado, Carlos Moedas exige à ANA Aeroportos que o município e os munícipes de Lisboa sejam compensados, seja por via da taxa de carbono ou pela realização de obras nas habitações para estarem melhor protegidas do ruído. Sobre esta última, o autarca alerta que isso “não tem sido feito, e tem de ser feito”.

“Mais uma vez digo às pessoas, reclamem. A Câmara [tem reclamado] e temos ajudado as pessoas, indicando o caminho [que devem seguir]”, frisou.

Esta terça-feira, a associação ambientalista Zero divulgou um estudo realizado com base nos dados da ANA Aeroportos que revela que, entre 26 de agosto e 1 de setembro, foram registados 161 voos a aterrar ou descolar do aeroporto Humberto Delgado, entre a meia noite e as seis da manhã. Este número de voos noturnos equivale a quase o dobro dos permitidos por lei, que são 91 por semana.

Ambientalistas manifestam a Carlos Moedas a sua oposição à expansão da Portela

Associações ambientalistas e cívicas manifestaram esta terça-feira ao presidente da Câmara de Lisboa a sua oposição à expansão do Aeroporto Humberto Delgado, devido ao ruído e à poluição, e defenderam que a aposta deve ser feita no alargamento da ferrovia. Dezenas de associações ambientalistas e de moradores da cidade de Lisboa estão a ser esta tarde ouvidas numa reunião pública extraordinária do executivo municipal para debater os efeitos do aumento da capacidade do Aeroporto Humberto Delgado.

Numa curta intervenção inicial, o presidente da Câmara Municipal de Lisboa, Carlos Moedas (PSD), assegurou que o executivo está de acordo com as limitações de voos, mas ressalvou que “deve existir um equilíbrio com a atividade turística e económica”. Contudo, as entidades que estão a ser ouvidas manifestaram a sua oposição à expansão do aeroporto, alertando para as consequências que “já são visíveis”, nomeadamente a nível do ruído e da poluição ambiental.

O presidente da Liga para a Proteção da Natureza (LPN), Pedro Amaral, sublinhou que “um aumento da oferta irá aumentar a procura, agravando as consequências já negativas do funcionamento do Aeroporto Humberto Delgado”. “As verbas públicas deviam ser canalizadas para o transporte ferroviário”, defendeu.

No mesmo sentido, o presidente da associação Zero, Francisco Ferreira, referiu que a Declaração de Impacto Ambiental (DIA) do aeroporto de Lisboa é de 2006 e que previa o encerramento daquela infraestrutura em 2015. “É inacreditável como é que nenhuma entidade põe isto em causa”, declarou.

Já José Rodrigues, do GEOTA (Grupo de Estudos de Ordenamento do Território e Ambiente) defendeu a abolição total dos voos noturnos e a aposta na ferrovia, “tornando viável o Aeroporto de Beja”. “É totalmente viável que se faça uma viagem de Beja para Lisboa de comboio”, apontou.

Por seu turno, várias associações de moradores, como a Associação Residentes do Alto do Lumiar e da Serafina, descreveram os impactos negativos que a atividade do aeroporto tem no seu dia-a-dia, especialmente no período noturno. “Não podemos subscrever este alargamento. Pedimos também à Câmara e ao senhor presidente que não subscreva este alargamento”, afirmou José Almeida, daquela associação.

A discussão sobre o aumento da capacidade do Aeroporto Humberto Delgado teve lugar esta tarde, na Sala do Arquivo dos Paços do Concelho de Lisboa, e decorre de um pedido do PS. Segundo a vereação socialista, vivem nas freguesias contíguas ao aeroporto “cerca de 100 mil pessoas, já sujeitas a impactos negativos em matéria de ruído, poluição e congestionamentos viários”.

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Pedrosa considera “leviano” afirmar que TAP foi comprada com dinheiros próprios

  • Lusa
  • 3 Setembro 2024

Humberto Pedrosa defendeu que a Atlantic Gateway adquiriu a sua participação na TAP por dez milhões de euros com fundos próprios dos acionistas.

O empresário Humberto Pedrosa considerou esta terça-feira ser “falso e leviano” afirmar que a TAP foi comprada com dinheiros próprios e garantiu que ficou com prejuízo após ter injetado dinheiro na empresa. “É falso, por não corresponder à verdade, e leviano dizer que a TAP foi adquirida, no âmbito da privatização, por fundos da própria companhia”, afirmou Humberto Pedrosa, em declarações enviadas à Lusa, reagindo às conclusões do relatório da Inspeção Geral de Finanças (IGF) sobre a TAP.

Pedrosa integrou uma das acionistas privadas da TAP – a Atlantic Gateway –, em consórcio com David Neeleman, mas abandonou a estrutura acionista da companhia no final de 2021. O empresário referiu que, quando entrou como acionista na Atlantic Gateway, o acordo com a Airbus já estava negociado por David Neeleman.

Pedrosa garantiu ter analisado com a sua equipa jurídica o modelo de capitalização da TAP, que permitia à empresa cumprir as suas obrigações financeiras e dar continuidade à sua operação. “Este processo foi conduzido com total transparência, não tendo sido levantada qualquer questão relativa à legalidade do modelo”, vincou.

O relatório da IGF sobre a TAP refere que a Atlantic Gateway, consórcio de David Neeleman e Humberto Pedrosa, adquiriu 61% do capital da TAP, SGPS, “comprometendo-se a proceder à sua capitalização através de prestações suplementares de capital, das quais 226,75 milhões de dólares americanos (MUSD) foram efetuadas através da sócia DGN Corporation (DGN) com fundos obtidos da Airbus”.

Aquele montante de capitalização, acrescenta, “coincide com o valor da penalização (226,75 MUSD) assumida pela TAP, SA, em caso de incumprimento dos acordos de aquisição das 53 aeronaves (A320 e A330), o que evidencia uma possível relação de causalidade entre a aquisição das ações e a capitalização da TAP, SGPS e os contratos celebrados entre a TAP, SA e a Airbus”.

A IGF sugere o envio do relatório ao MP sobretudo tendo em conta as conclusões relacionadas com o processo de privatização da TAP e sua relação com os contratos de aquisição de 53 aviões à Airbus em 2015, bem como com as remunerações dos membros do Conselho de Administração.

Segundo o relatório, este procedimento “afigura-se irregular no pagamento/recebimento das remunerações aos membros do Conselho de Administração, que, assim, eximiram-se às responsabilidades quanto à tributação em sede de IRS e contribuições para a Segurança Social”.

Humberto Pedrosa defendeu que a Atlantic Gateway adquiriu a sua participação na TAP por 10 milhões de euros com fundos próprios dos acionistas e que o dinheiro proveniente da Airbus serviu para a capitalização da empresa. Quanto ao recebimento de 4,2 milhões de euros, em cinco anos, no âmbito de um contrato de prestação de serviços, o empresário disse que em causa não está um encargo adicional para a TAP.

“É relevante partilhar que, durante a nossa participação no capital da TAP, injetámos 12 milhões de euros em prestações acessórias para cumprimento de diversos compromissos, que acabaram por ficar na TAP, para meu prejuízo”, rematou.

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Mongólia ignora mandado de detenção contra Putin, Kiev pede reação forte

  • Lusa
  • 3 Setembro 2024

Esta foi a primeira deslocação de Putin a um país membro do TPI desde a emissão do mandado em março de 2023. O líder russo foi recebido por uma guarda de honra.

Vladimir Putin foi recebido esta terça-feira com honras de Estado na Mongólia, país que ignorou os apelos à detenção do Presidente russo face ao mandado do Tribunal Penal Internacional (TPI), levando a Ucrânia a pedir uma reação internacional forte. O líder russo foi recebido na praça principal de Ulan Bator por uma guarda de honra vestida com uniformes vermelhos e azuis, inspirados nos da guarda pessoal do governante do século XIII, Genghis Khan, o fundador do Império Mongol.

Uma multidão de pessoas assistiu, por detrás de barreiras, ao encontro entre Putin e o Presidente da Mongólia, Khurelsukh Ukhnaa, que subiu os degraus do Palácio do Governo, com tapetes vermelhos, e fez uma vénia perante a estátua de Gengis Khan, antes de entrar no edifício para reuniões. Um pequeno grupo de manifestantes tentou desfraldar uma bandeira ucraniana antes da cerimónia, mas foi levado pela polícia. Cinco outros manifestantes, que se reuniram a alguns quarteirões a oeste da praça, ergueram uma faixa anti-Putin e uma bandeira ucraniana, mas dispersaram depois de saberem das detenções.

Esta foi a primeira deslocação de Putin a um país membro do TPI desde a emissão do mandado em março de 2023 devido a alegados crimes de guerra decorrentes da invasão da Ucrânia por Moscovo, em fevereiro de 2022. Na véspera da visita, a Ucrânia instou a Mongólia a entregar Putin ao tribunal de Haia e a União Europeia manifestou a sua preocupação com a possibilidade de não ser executado o mandado contra Vladimir Putin pelo seu papel no rapto de milhares de crianças ucranianas.

Já hoje, Kiev apelou a uma forte reação internacional, alertando para o facto de a Mongólia não ter cumprido o mandado de captura do Tribunal Penal Internacional (TPI). “Isto é um golpe sério para a reputação do TPI e para todo o sistema de direito internacional”, disse à agência noticiosa EFE Oleksandr Merezhko, presidente da Comissão de Negócios Estrangeiros do parlamento ucraniano e deputado do partido governamental Servo do Povo.

Segundo Merezhko, é fundamental não permitir que a “provocação” de Putin crie um precedente, através da condenação do comportamento da Mongólia pela comunidade internacional, para impedir que outros países desobedeçam também às ordens do TPI. O mandado do TPI colocou o governo da Mongólia numa posição difícil. Após décadas de comunismo, com laços estreitos com a União Soviética, o país fez a transição para a democracia nos anos 90 e estabeleceu relações com os Estados Unidos, o Japão e outros novos parceiros.

Mas o país sem litoral continua economicamente dependente dos seus dois vizinhos muito maiores e mais poderosos: Rússia e China. O TPI acusou Putin de ser responsável pelo rapto de crianças da Ucrânia e os países membros são obrigados a deter os suspeitos se tiver sido emitido um mandado, mas a Mongólia precisa de manter os laços com a Rússia e o tribunal não dispõe de um mecanismo para fazer cumprir os seus mandados.

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Portugal é terceiro comprador e quarto vendedor no mercado futebolístico

  • Lusa
  • 3 Setembro 2024

Os emblemas nacionais contrataram 394 jogadores, menos oito face ao período homólogo de 2023, num valor apenas suplantado em Inglaterra (526) e no Brasil (412).

Os clubes portugueses foram os terceiros mais compradores na última janela de transferências de futebolistas, atrás dos ingleses e dos brasileiros, e os quartos mais vendedores, segundo um relatório internacional da FIFA divulgado esta terça-feira.

No período de transferências entre 1 de junho e segunda-feira, último dia em que a Liga Portuguesa de Futebol Profissional (LPFP) aceitou inscrições, os emblemas nacionais contrataram 394 jogadores, menos oito face ao período homólogo de 2023, num valor apenas suplantado em Inglaterra (526) e no Brasil (412). Esse volume aquisitivo foi correspondido por um significativo número de saídas, com 444, acima das 437 no verão anterior, que colocaram a I Liga portuguesa no quarto posto entre os vendedores, atrás dos ingleses (523), dos brasileiros (469) e de Espanha (454).

Quanto aos montantes envolvidos, Portugal foi o sétimo país mais gastador, com 227,9 milhões de euros, subindo uma posição em relação ao ano passado, quando investiu 202,2 milhões de euros, numa lista liderada por Inglaterra, com 1,53 mil milhões de euros, seguida de Itália (746 milhões), França (630 milhões), Espanha (542 milhões), Alemanha (517 milhões) e Arábia Saudita (390 milhões), segunda em 2023.

Nas receitas, a I Liga ascendeu do sétimo para o quarto lugar, com 448 milhões, acima dos 292 milhões no verão anterior, perseguindo os ingleses – que, com um recorde de 1,13 mil milhões, destronaram os germânicos, apenas quintos, com 436 milhões –, os franceses (685 milhões) e os espanhóis (504 milhões).

O relatório anual da FIFA confirma a tendência crescente do número de negócios no futebol masculino, ao progredirem de 10.490 para um recorde de 11.000, numa subida de 4,9%, mas também um decréscimo de 13,4% nos investimentos, que tinham atingido um máximo de 6,7 mil milhões em 2023 e cifraram-se agora nos 5,8 mil milhões, o segundo maior valor de sempre.

Mais de metade dos jogadores transacionados estava sem vínculo (6.270, 57%), numa fasquia bem acima dos contratados a título definitivo (2.192, 19,9%), por empréstimo (1.340, 12,2%) ou em regresso após cedência (1.198, 10,9%). O futebol feminino também atualizou recordes de movimentações internacionais, com 1.125, num crescimento de 31,9% face às 853 do ano passado, e nos montantes cobrados, ao totalizar 6,2 ME, mais do dobro dos 2,7 ME anteriormente contabilizados.

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Imovendo lança campanha e apresenta novo posicionamento e aplicação

  • + M
  • 3 Setembro 2024

A nova imagem, "mais madura, foi pensada para transmitir a simplificação em todo o processo de venda de um imóvel que a Imovendo quer trazer ao mercado".

É sob o mote “A Chave para vender bem” que, quando celebra cinco anos, a agência imobiliária digital Imovendo lança uma nova campanha e abre as portas a um novo posicionamento e a uma nova app,

O novo posicionamento é o resultado do nosso crescimento enquanto marca, e mostra como queremos evoluir e acompanhar a maturidade do mercado. Agora estamos mais próximos do cliente e colocamos o proprietário como protagonista do negócio“, diz Miguel Mascarenhas, CEO da Imovendo, citado em comunicado.

A campanha multimeios marca presença em televisão, imprensa, rádio e mobiliário urbano durante o mês de setembro. A criatividade foi desenvolvida internamente, enquanto o planeamento de meios ficou a cargo da Mindshare.

A nova imagem, “mais madura, foi pensada para transmitir a simplificação em todo o processo de venda de um imóvel que a Imovendo quer trazer ao mercado”, explica-se em nota de imprensa.

Já com a nova app, disponível para download na Apple Store e Play Store, a imobiliária pretende aproximar-se mais dos seus clientes, com a aplicação a permitir funcionalidades como o upload de documentação dos imóveis ou gestão de visitas.

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Governo quer reforçar independência da Lusa para que seja imune a mudanças políticas

  • Lusa
  • 3 Setembro 2024

o governante reconheceu que tornar o serviço da Lusa gratuito “talvez não seja um bom caminho”, notando que existem muitas dúvidas de que tal “tenha mais vantagens do que desvantagens”.

O ministro dos Assuntos Parlamentares defendeu que o Governo quer reforçar a independência da Lusa, para que seja imune a mudanças políticas, e valorizar o seu papel, ressalvando que a gratuitidade talvez não seja um bom caminho.

“Felizmente, a Lusa tem dado provas evidentes de que é independente no seu funcionamento e, mais particularmente, no que diz respeito à componente editorial. Queremos reforçar isso para nos prevenirmos para qualquer eventualidade”, afirmou o ministro dos Assuntos Parlamentares, Pedro Duarte, após visitar a agência.

O Governo está a trabalhar para encontrar uma “solução estatutária”, que reforce os níveis de independência do Conselho de Administração da Lusa e dos diferentes órgãos sociais, apontou, acrescentando que tal pode passar por uma “camada intermédia”, que não dependa do Governo.

Para o ministro dos Assuntos Parlamentares, a Lusa tem de manter a sua atividade regular, “independentemente de mudarem os ministros ou o Governo ou de mudar a opinião de um ministro ou Governo. A Lusa tem de ser imune a isso”.

O governante visitou esta terça-feira a sede da agência, na qual reuniu com a administração e a direção da Lusa. No final do encontro, visitou as áreas de trabalho da agência e prestou algumas declarações.

Pedro Duarte referiu que o Governo tem a “intenção muito firme” de valorizar o papel da Lusa, sobretudo perante os atuais “tempos desafiantes”, com a informação a circular de “forma massiva”, o que disse acarretar problemas, nomeadamente no que diz respeito à factualidade dos acontecimentos.

Assim, conforme disse, é importante que haja um serviço público, através da Lusa, que continue a ser um exemplo de “rigor e credibilidade”, que deve ser preservado e valorizado.

No final de julho, o Estado comprou os 45,71% da participação da Global Media e da Páginas Civilizadas na Lusa por 2,49 milhões de euros, passando a deter 95,86% do capital da agência noticiosa.

Os contratos foram assinados nas instalações da agência Lusa, em Lisboa, entre a subdiretora da Direção-geral de Tesouro e Finanças, Lurdes Castro, em representação do Estado, Marco Galinha, das Páginas Civilizadas, e Vitor Coutinho, Diogo Queirós de Andrade e Mafalda Campos Forte, pelo grupo Global Media.

Com esta decisão, o Estado fica detentor de 95,86% do capital da agência noticiosa portuguesa.

O anterior Governo, chefiado por António Costa (PS), pretendia avançar com a compra das participações da Global Media e Páginas Civilizadas, mas, em 30 de novembro de 2023, o negócio falhou por “falta de consenso político alargado”, tendo agora sido retomado pelo executivo PSD/CDS, de Luís Montenegro, que tomou posse em abril.

Pedro Duarte sublinhou que este reforço da posição no capital social da Lusa foi importante, uma vez que existia dificuldade em alinhar objetivos com os anteriores acionistas, tendo em conta que estes eram diferentes dos objetivos do serviço público.

Queremos valorizar a Lusa, quer tentando encetar uma modernização tecnológica importante para acompanhar os tempos que aí vêm, quer tentando fazer com que o serviço que a Lusa presta, de grande qualidade, possa chegar a mais pessoas, desde logo, a mais órgãos de comunicação social”, sublinhou.

Contudo, o governante reconheceu que tornar o serviço da Lusa gratuito “talvez não seja um bom caminho”, notando que existem muitas dúvidas de que tal “tenha mais vantagens do que desvantagens”.

A gratuitidade do serviço da Lusa poderia levar a uma uniformidade da informação, com a mesma fonte, “a circular por toda a gente e por todo o lado”, alertou, vincando que a Lusa não existe para substituir os vários órgãos de comunicação social.

O titular da pasta dos Assuntos Parlamentares adiantou que a solução pode assim passar pelo preço dos pacotes de serviços da Lusa vendidos aos clientes. “Podemos também assim ajudar no que diz respeito à estrutura de custos” desses órgãos de comunicação social, concluiu.

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Fisco alerta para novo falso email

  • Lusa
  • 3 Setembro 2024

O fisco partilha uma dessas mensagens em que o contribuinte é informado de que o seu pedido de "informação, registado no serviço e-balcao, já se encontra resolvido".

A Autoridade Tributária e Aduaneira alertou esta terça-feira para a existência de emails fraudulentos que estão a ser enviados a contribuintes com links de ligação a supostas respostas do serviço e-balcão, cujo objetivo é apoderar-se de dados pessoais.

A Autoridade Tributária e Aduaneira tem conhecimento de que alguns contribuintes estão a receber mensagens de correio eletrónico supostamente provenientes da AT nas quais é pedido que se carregue em links que são fornecidos”, refere a AT num aviso publicado no Portal das Finanças, onde alerta os contribuintes para apagarem de imediato estes emails, sem nunca carregar nos links em causa.

O fisco partilha uma dessas mensagens em que o contribuinte é informado de que o seu pedido de “informação, registado no serviço e-balcao, já se encontra resolvido” e que a resposta fica disponível abrindo o link indicado, que é fraudulento.

Como em alertas anteriores, a AT sublinha que estas “mensagens são falsas e devem ser ignoradas” e que “o seu objetivo é convencer o destinatário a aceder a páginas maliciosas carregando nos links sugeridos”, o que nunca deve ser feito.

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Viana do Castelo surpreendida com proposta da CIM Alto Minho para alta velocidade

  • Lusa
  • 3 Setembro 2024

A proposta da Comunidade Intermunicipal (CIM) Alto Minho passa por completar o Plano Ferroviário Nacional (PFN) com uma linha entre Arcos de Valdevez e Ponte de Lima.

O presidente da Câmara de Viana do Castelo disse esta terça-feira ter sido “colhido de surpresa” com a proposta da Comunidade Intermunicipal (CIM) Alto Minho de completar o Plano Ferroviário Nacional (PFN) com uma linha entre Arcos de Valdevez e Ponte de Lima.

“A prometida e esperada linha de Alta Velocidade (AVE) entre Vigo e Porto, que irá ligar toda a fachada atlântica da Galiza e de Portugal, continua a aumentar a sua área de influência e possibilidades de crescimento. Além do percurso de 150 quilómetros que terá estações em Valença, Braga e no aeroporto Francisco Sá Carneiro (Porto), o Norte português já projeta uma ferrovia que a complementaria nas cidades que ficariam sem AVE”, refere o jornal galego Faro de Vigo.

“Para mim é uma novidade. Não faço a mínima do que seja. Fui colhido de surpresa com essa notícia”, afirmou Luís Nobre, na reunião do executivo municipal. O autarca socialista respondia ao vereador independente Eduardo Teixeira, que deu conta de uma notícia do jornal galego, adianta que “a CIM Alto Minho apresentou ao Governo central o seu contributo ao PFN, no qual incorpora pequenas ações para melhor estruturar a sua região e maximizar os benefícios do comboio na mesma”.

“Acredito pouco na solução, mas serei solidário com os meus colegas. Às vezes não ajudam a atrair e a fixar, bem pelo contrário, ajudam a esvaziar os territórios. A mim não me choca que se apontem caminhos. Há até quem defenda o prolongamento do metro até Viana do Castelo, mas depois é preciso perceber qual a eficácia destas infraestruturas”, disse Luís Nobre.

Segundo o autarca, a “defesa” do Alto Minho deve ser a Linha do Minho, que “serve de forma mais ampla e transversal” toda a região, enquanto a proposta da CIM hoje noticiada pela imprensa espanhola “servirá cerca de quatro ou cinco empresas ou cerca de 20 mil habitantes”. Contactado pela agência Lusa, o presidente da CIM Alto Minho, Manoel Batista, disse desconhecer a proposta de traçado e garantiu que a entidade que agrega os 10 concelhos do distrito de Viana do Castelo “deu, em 2023, o seu contributo para o PFN, consensualizado com todos os autarcas”.

No documento que enviámos para o PFN falamos do reforço da ferrovia na linha do Minho, com ligação ao porto de mar de Viana do Castelo, a linha de alta velocidade com uma estação intermédia em Ponte de Lima e a possibilidade de uma ligação de alta velocidade a Viana do Castelo, ou no limite em Valença”, explicou.

Na proposta da CIM, segundo o jornal, “propõe-se a construção de uma nova linha ferroviária convencional paralela à atual A27, servindo de eixo transversal complementar ao prometido para o ano de 2032”. “Este eixo ligaria Arcos de Valdevez, Ponte da Barca e Ponte de Lima a Viana do Castelo e ao seu porto”, refere o Faro de Vigo.

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Suécia vai eliminar em 2025 imposto para viagens de avião

  • Lusa
  • 3 Setembro 2024

A eliminação do imposto tem como objetivo impulsionar o transporte aéreo no país e melhorar a acessibilidade em todo o território.

O Governo sueco anunciou esta terça-feira que vai suprimir a partir de 1 de julho de 2025 o imposto ecológico para viagens de avião que tinha sido introduzido em 2018.

A medida estava a ser discutida há vários meses e resulta de um acordo do Governo conservador sueco liderado por Ulf Kristersson, com os seus aliados de extrema-direita Democratas da Suécia, que lhe garantem maioria parlamentar. A eliminação do imposto tem como objetivo impulsionar o transporte aéreo no país e melhorar a acessibilidade em todo o território, segundo os partidos que apoiam a medida.

“Se queremos que haja boas ligações aéreas e que a Suécia seja um centro internacional, não devemos renunciar às vantagens que a Suécia pode ter. Isto está em linha com a nossa política climática a longo prazo”, afirmou Kristersson em conferência de imprensa.

A taxa aérea, introduzida pelo anterior Governo de esquerda, aumentava o preço do bilhete em função da distância percorrida, desde as 76 coroas suecas (6,7 euros) para viagens na Europa a, por exemplo, 504 coroas (44 euros) para países como a Tailândia. A introdução deste imposto representava receitas anuais para o Estado de cerca de 1.800 milhões de coroas (159 milhões de euros).

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O que levou a IGF a suspeitar de crime na privatização da TAP?

A auditoria à TAP identificou contratos e operações financeiras sem fundamentação e a ausência de evidência de prestação de serviços, levantando dúvidas quanto à legalidade de pagamentos.

O relatório da auditoria da Inspeção Geral de Finanças (IGF) às contas da TAP revela suspeitas de crime em várias operações realizadas pela companhia aérea portuguesa, nomeadamente no processo de privatização, que terá sido financiado com um empréstimo de 226 milhões de dólares com garantia dada pela própria empresa. O Governo já encaminhou o relatório ao Ministério Público (MP) e à Assembleia da República, após o ter recebido na semana passada.

A auditoria realizada pela IGF, a pedido do então ministro das Finanças Fernando Medina em 2023, na sequência da comissão parlamentar de inquérito à gestão da transportadora aérea, passou a pente fino as contas da TAP no período entre 2005 e 2022, procurando averiguar se “os contratos e acordos objeto da presente auditoria celebrados pelo Grupo TAP estão legalmente suportados e existe evidência dos respetivos fluxos financeiros associados, em termos de suporte documental e do registo contabilístico”.

Num documento com 87 páginas, a IGF levanta dúvidas em relação a várias operações, desde logo o processo de privatização da própria empresa. A auditoria conclui que a compra de 61% da companhia aérea ao Estado, em 2015, por um consórcio (Atlantic Gateway) liderado por David Neelman foi financiada com um empréstimo de 226 milhões de dólares concedidos pela Airbus, numa operação vinculada à compra 53 aviões à Airbus pela TAP. Caso a operadora aérea não finalizasse a aquisição teria que reembolsar os 226 milhões, o que significa que a empresa foi comprada com garantia dada pela própria TAP.

A IGF realça que a “Atlantic Gateway adquiriu 61% do capital da TAP, comprometendo-se a proceder à sua capitalização através de prestações suplementares de capital, das quais 226,75 milhões de dólares foram efetuadas através da sócia DGN com fundos obtidos da Airbus, com base no denominado Framework Agreement, celebrado entre as empresas Atlantic Gateway, a DGN e Airbus, em junho de 2015”, notando uma “relação de causalidade entre a aquisição das ações e a capitalização da TAP, SGPS pela Atlantic Gateway, e os contratos celebrados entre a TAP, SA e a Airbus“.

A assinatura destes contratos “impôs à TAP, SA, a assunção do compromisso de aquisição das 53 aeronaves sem que tivesse meios financeiros para o fazer, sob pena de ser acionada a cláusula de penalização no montante de 226,75 milhões de dólares”.

“Tendo em conta a atividade da Airbus e a sua vertente eminentemente comercial, a disponibilização desse montante parece sugerir que terá sido a contrapartida pela celebração do acordo de renovação da frota, mediante a substituição da encomenda dos aviões Airbus A350 pelos A330, bem como a compra de novos aviões A320neo e A330neo, cujas penalidades pela falta de cumprimento da TAP, SA perfazem exatamente o valor das prestações suplementares de capital assumidas pela Atlantic Gateway, mas que indiretamente terão sido financiadas pelos fundos Airbus (226,75 milhões de dólares)”, reforça o documento, que pode ler aqui.

Daqui pode inferir-se que as prestações suplementares de capital efetuadas pela Atlantic Gateway à TAP, SGPS resultaram de fundos da AIRBUS que a própria TAP, SGPS, através dos contratos celebrados posteriormente com aquela empresa, se comprometeu a pagar.

Auditoria da IGF às contas da TAP

A IGF conclui que “daqui pode inferir-se que as prestações suplementares de capital efetuadas pela Atlantic Gateway à TAP, SGPS resultaram de fundos da Airbus que a própria TAP, SGPS, através dos contratos celebrados posteriormente com aquela empresa, se comprometeu a pagar, não decorrendo, por isso, diretamente da acionista Atlantic Gateway, mas sim de um terceiro com interesses diretos nos negócios da empresa e através de fundos que posteriormente viria a recuperar mediante pagamentos a que a TAP, SA se vinculou contratualmente (efetuados por via da aquisição das aeronaves ou decorrentes de penalizações por eventuais incumprimentos)”.

Esta operação complexa afigura-se suscetível de contornar a proibição imposta pelo n.º 1 do artigo 322.º do Código das Sociedades Comerciais (CSC), o qual impede que uma sociedade conceda empréstimos ou forneça fundos a um terceiro para que este adquira ações do seu próprio capital, cuja penalidade consiste na nulidade dos contratos ou atos unilaterais que lhe estão subjacentes.

Auditoria da IGF às contas da TAP

Esta operação terá contornado o código das sociedades comerciais, que impede uma empresa de conceder empréstimos ou fundos a um terceiro para que este compre ações da empresa.

Esta operação complexa afigura-se suscetível de contornar a proibição imposta pelo n.º 1 do artigo 322.º do Código das Sociedades Comerciais (CSC), o qual impede que uma sociedade conceda empréstimos ou forneça fundos a um terceiro para que este adquira ações do seu próprio capital, cuja penalidade consiste na nulidade dos contratos ou atos unilaterais que lhe estão subjacentes”, refere o relatório.

Ainda em relação ao processo de privatização, a IGF realça que “salienta-se que toda a operação foi previamente apresentada à Parpública e aos membros do Governo das áreas das Finanças e das Infraestruturas”.

Em relação a este assunto, a Parpública destaca que importa distinguir juridicamente a aquisição de ações e a realização de prestações suplementares, uma vez que obedecem a regras e procedimentos distintos”.

Perdas superiores a 900 milhões no Brasil

A IGF afirma ainda que a “racionalidade económica da decisão da administração da TAP, SGPS, de participar no negócio da TAP Manutenção e Engenharia Brasil, SA (VEM/TAP ME Brasil) e, posteriormente, de não partilhar os riscos e encargos daquela participação com a Geocapital – Investimentos Estratégicos, SA não foi demonstrada“.

“Perspetivam-se perdas muito significativas com aquele negócio pela não recuperabilidade dos valores envolvidos, que, até 2023, ascendiam a 906 milhões de euros”, sublinha.

O relatório aponta ainda que “a TAP, SGPS, optou por ficar como acionista única da Reaching Force (e, por essa via, detentora de 90% do capital da VEM) tendo, para o efeito, exercido, em fevereiro de 2007, a call option sobre as ações detidas pela Geocapital (8.500 ações, correspondentes a 85% do capital), mediante o pagamento de um prémio de 20% sobre a totalidade dos valores investidos e incorridos por esta”.

A auditoria conclui ainda que renegociar a parceria com a Geocapital tinha permitido à TAP, SGPS “manter o parceiro, partilhar riscos, investimentos e despesas e evitar o pagamento do prémio de 20% àquela sociedade (nestes termos, o dispêndio da TAP, SGPS no imediato, seria inferior a metade do que veio a ocorrer na sequência da decisão tomada)”.

Pagamento de serviços “simulados” ao CA

As remunerações a membros do Conselho de Administração são outros dos aspetos focados no relatório, com a IGF a identificar discrepâncias entre os valores remuneratórios deliberados pela CV (3.524.922 euros) e os efetivamente cobrados pela Atlantic Gateway (4.264.260 euros), uma diferença de 739.338 euros justificada pela TAP como o resultado da aplicação da Taxa Social Única (TSU) aos valores deliberados em CV, “embora não tenha sido apresentada qualquer evidência que ateste tal justificação”.

“No entanto, mesmo considerando a TSU o valor (4 238 126 euros) é ainda inferior em 26.134 euros relativamente ao faturado”, acrescenta.

“Dados disponíveis levam-nos a concluir que o pagamento das remunerações aos administradores em causa foi efetuado através de um contrato de prestação de serviços simulados (pois aparentemente o fim não era o mesmo para o qual fora celebrado), apresentando-se apenas como instrumental para o efeito pretendido, procedimento que se afigura irregular no pagamento/recebimento das remunerações aos membros do CA, que, assim, eximiram-se às responsabilidades quanto à tributação em sede de IRS e contribuições para a Segurança Social”, refere o relatório, acrescentando que “a entidade auditada não apresentou qualquer fundamentação suscetível de justificar a adoção deste procedimento inadequado.

A TAP pagou ainda a Fernando Pinto, antigo CEO da companhia, 8,5 milhões, entre 2007 e 2020, além de outros benefícios, incluindo 326,7 mil euros por férias não gozadas.

11,7 milhões em consultoria geram dúvida

O relatório conclui ainda que, “entre 2005 e 2022, a TAP, SGPS e a TAP, SA, contrataram serviços de consultoria no montante total de 400,6 milhões de euros, envolvendo cerca de 1.308 entidades, sendo que, nos contratos celebrados com a Seabury Aviation Consulting, LLC e a KPMG & Associados – Sociedade de Revisores Oficiais de Contas, SA, no valor total de 11,7 M€, não foi possível identificar claramente o beneficiário desses serviços”.

O relatório elaborado pela IGF está agora nas mãos do Ministério Público para averiguar eventuais práticas ilegais.

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TAP. Sérgio Monteiro disponível para voltar ao Parlamento

O ECO sabe que Sérgio Monteiro está disponível para atender aos requerimentos dos partidos e voltar ao parlamento para falar sobre a TAP, mais de um ano depois de ter sido ouvido na CPI à companhia.

Sérgio Monteiro, antigo secretário de Estado das Infraestruturas, Transportes e Comunicações no governo social-democrata de Pedro Passos Coelho, que lidou com o dossiê da TAP, está disponível para prestar esclarecimentos aos deputados sobre a TAP, sabe o ECO, conforme solicitado pelos partidos políticos, após as conclusões da auditoria da Inspeção-Geral de Finanças (IGF) às contas da TAP.

O ECO sabe que Sérgio Monteiro está disponível para voltar ao parlamento e falar sobre este tema, mais de um ano depois de ter estado na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) à TAP. O gestor foi secretário de Estado das Obras Públicas, Transportes e Comunicações entre junho de 2011 e outubro de 2015, lidando com dossiês como as privatizações da TAP, da ANA e dos CTT.

Em junho de 2023, Sérgio Monteiro defendeu na CPI à TAP que teria sido possível intervir na companhia aérea durante a pandemia sem a injeção de 3,2 mil milhões, caso não tivesse acontecido a recompra de capital feita pelo Governo de António Costa em 2017. E defendeu que que a privatização conduzida pelo Governo PSD/CDS continha “contratos e instrumentos legais que operariam em cenários adversos, improváveis ou extremos” como é o caso da pandemia, que o levam a afirmar que “havia alternativa” à injeção de 3,2 mil milhões de euros realizada no âmbito do plano de reestruturação.

Sérgio Monteiro recordou que, sem a privatização de 2015, a empresa teria de pedir um novo empréstimo de emergência, tal como tinha acontecido em 2013, que não podia durar mais de seis meses. “Em 2015, inevitavelmente, aconteceria a mesma coisa. A emergência de tesouraria seria a mesma, com custos mais elevados. Os relatos eram de uma tesouraria depauperada: ou havia privatização ou a necessidade de auxílio público. Não me parece que havia terceira via”, sinalizou.

Para aceitarem manter o financiamento à TAP na privatização de 2015, os bancos credores (CGD, Millennium BCP, BPI, Novobanco e Santander) exigiram uma carta de conforto que garantisse que o Estado recompraria o capital (o chamado direito potestativo) e asseguraria o pagamento da dívida caso a empresa, já detida maioritariamente pela Atlantic Gateway, entrasse em incumprimento.

Sobre este tema, o antigo secretário de Estado rejeitou que as cartas de conforto fossem para a dívida toda, porque o acordo relativo à estabilidade económica e financeira da TAP, assinado com a Atlantic Gateway, “evitava que o Estado tivesse de exercer o direito potestativo em condições piores do que na privatização”.

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Uptec à procura de ideias de negócio

Candidaturas à Escola das Startups, que tem um custo de mais de 400 euros, decorrem até 24 de setembro.

O Parque de Ciência e Tecnologia da Universidade do Porto (Uptec) está à procura de até 30 ideias de negócio em áreas como web3, ambiente ou saúde. As candidaturas ao programa de aceleração Escola das Startups, que tem um custo acima de 400 euros, decorrem até 24 de setembro.

Com duração de três meses, o programa de aceleração vai apoiar ideias de negócio de áreas como web3, saúde, artes & design, turismo, ambiente, energia, espaço, fintech, inteligência artificial, entre outras temáticas. Os projetos selecionados “vão ter a oportunidade de trabalhar nos espaços da Uptec, participar nos mais de 100 eventos que a Uptec organiza por ano, e aceder a uma vasta rede de investidores, parceiros da indústria e empreendedores”, destaca a escola em comunicado.

Mentoria individual conduzida por mais de 30 especialistas”, mas também acesso a 11 workshops, totalizando cerca de 100 horas de formação, com temas como análise de mercado, diferenciação, marketing, estratégia de preço, propriedade intelectual, preparação para investimento e treino de pitch, são outras das valências que os participantes terão acesso.

Em 11 edições, o programa de aceleração da Uptec já apoiou quase 500 empreendedores e mais de 200 projetos empresariais, dos quais resultaram 70 empresas.

Smartex.ia, Addvolt, Wisecrop, B-Parts, Summary, FAHR 021.3 são algumas das empresas que já passaram por este programa, tendo angariado mais de 65 milhões de euros em investimento, informa comunicado. O programa tem um custo de 425 euros (mais IVA).

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